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Andre Pinto na Localidade de Campo Grande - Trecho que teve muitos mortos pelas enchentes. |
UM AMBIENTE QUE ASSUSTA
Visitar a localidade de Campo Grande, em Teresópolis, é voltar o imaginário para o que aconteceu naquela noite de 12/01/2011 em que os moradores sobreviventes jamais esqueceram. Uma tremenda tragédia ambiental, cuja força da água tomou proporções gigantescas.
Em recente visita à Campo Grande, localidade vizinha ao Bairro da Posse, em Teresópolis, pude ver e fotografar imagens assustadoras da força da natureza e do descaso do ser humano com a mesma.
Realmente, depois de dois anos do evento danoso que atingiu não só Teresópolis, mas como outras cidades serranas, pude ver casas destruídas, carros retorcidos, o leito do riacho modificado, pedras em cima de muitas casas e mansões, um povo sobrevivente de feição triste e de muita carência de recursos.
O cenário é o mais caótico possível, isso depois de dois anos do acontecido! Muitas das casas condenadas pela Defesa Civil voltaram a ser habitadas por seus antigos moradores! Em diversos locais, as casas destruídas e as pedras que rolaram estão encobertas por matagais, mostrando que não houve intervenção alguma do poder público e principalmente não sofreram demolições por estarem em áreas impróprias.
Na visitação, não foi difícil de me emocionar, olhando todo aquele cenário, típico de um cenário de um local que vivenciou uma guerra qualquer, com muitos prédios destruídos e quase um bairro fantasma.
Certo momento vi o tempo mudar repentinamente e decidi que permanecer por ali seria algo de risco. Fiz minhas orações, tentei falar com algum morador do local, mas os mesmos, acanhados por darem entrevistas e já cansados de tantas promessas dos políticos, se esquivavam por entre os escombros e puxadinhos que ainda restaram nas áreas condenadas. Não entrevistei ninguém.
Estima-se que aproximadamente 120 pessoas estejam soterradas pelas grandes pedras que deslizaram da montanha e foram levadas pelo riacho arrastando tudo e todos, com as fortes águas em correnteza descomunal. Estas são estimativas oficiais, mas as extra-oficiais dão conta de 500 desaparecidos aproximadamente, segundo informações que tive com moradores do centro da cidade.
O Instituto Estadual do Ambiente - INEA - colocou uma base no Bairro de Campo Grande, do tipo canteiro de obras, assim como muitas placas de informação de trabalhos de intervenção, no entanto, o que pude ver foi apenas uma espécie de "vitrine" em um pequeno trecho do início do bairro com um canal de concreto e alguma arborização. Ainda falta muito a ser feito em Campo Grande e em outros bairros de Teresópolis.
Que Deus abençoe os irmãos teresopolitanos e que os recursos sejam aplicados definitivamente no local. Quem visita, infelizmente não quer voltar mais, por tantos vestígios de desgraça espalhados pelo percurso.
Na minha saída, pude ver uma placa de comércio escrita assim: "Materiais de Construção Reze Mais". Não preciso dizer mais nada!
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Curiosa placa de comércio chama a atenção do que houve no Bairro de Campo Grande, em Teresópolis |
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A bandeira branca sinaliza a homenagem da população aos mortos no local. |
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As ruas foram tragadas pelas águas e soterradas por grandes pedras |
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A montanha que fez deslizar milhares de toneladas sobre as casas e riacho |
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Moradores ainda tentam vender suas propriedades que estão em áreas de risco |
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Muitos moradores voltaram para suas casas condenadas pela Defesa Civil Municipal |
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No primeiro andar ainda se vê a altura que a água chegou |
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Muita lama , já seca, nunca foi retirada dos comércios de Campo Grande |
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Supermercados, Pousadas e residências em um bairro fantasma |
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Até as mansões foram atingidas e jamais foram reconstruídas |
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O Acesso à Campo Grande é complicado, com riscos de se quebrar o carro pelos buracos e desníveis |
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Os bambuzais ainda tem marcas das pedras que rolaram em seus grossos troncos |
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Achar um veículo retorcido por debaixo de uma pedra é algo que causa pavor |
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Alguns insistem em reconstruir seus imóveis em áreas de risco |
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Grandes pedras que rolaram se tornaram marcos para entradas de cancelas de alguns sítios |
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Grande parte do bairro tem casas marcadas para demolição pela Defesa Civil |
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Canteiro de obras do INEA está presente no bairro |
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Pontes ainda estão sendo construídas, depois de dois anos de tragédia |
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Uma pequena intervenção do INEA, mostra a canalização do Riacho que corta o bairro, mas a extensão ainda é ínfima! |