SÍMBOLOS
(ANTE O MAR DE ATAFONA)
A tempestade ronca e bufa pelo espaço
Nem viv`alma na rua escura e lamacenta.
De quando em quando um raio largo e enorme traço
Incendeia a amplidão, maior faz a tormenta.
Bem perto ruge o mar, aos pinchos – um palhaço!
Cada vaga é um protesto e também se lamenta.
E brama o Paraíba, em meio ao estardalhaço,
Aumentando o tropel na planície opulenta.
Isimbardo Peixoto (Trechos iniciais da poesia)
(Atafona, S.J. da Barra , 1958)