Leia primeiro a matéria abaixo:
"Iberê Thenório Do Globo Amazônia,
em São Paulo
Três sítios arqueológicos do Pará e Amapá podem virar importantes pontos turísticos da Amazônia. Um projeto Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) pretende transformar as marcas de povos ancestrais em museus a céu aberto, com infra-estrutura adequada para receber e orientar visitantes. Os locais escolhidos foram as pinturas rupestres do município de Monte Alegre, no Pará, as pedras gigantes de Calçoene, no Amapá, e as urnas funerárias de Maracá, no mesmo estado. Os três locais já têm um fluxo de visitantes informais, mas não possuem estrutura para recebê-los. “Não tem conforto nem segurança para o turista e muito menos para os sítios”, afirma a arqueóloga Vera Guapindaia, do museu Emílio Goeldi, em Belém."
A ILHA DO LIMA E O SÍTIO ARQUEOLÓGICO DA ALMA PURA
Participei como guia em assuntos históricos, nesta quarta-feira passada, 20/05, de uma expedição promovida pelo Projeto Pólen (São Francisco do Itabapoana, Campos e São João da Barra) ao Delta do rio Paraíba do Sul e acabamos por visitar a Ilha do Lima, localizada num conjunto de ilhas principais denominadas Ilha grande, Ilha do Peçanha e Ilha da Convivência. Na Ilha do Lima, descemos do barco e caminhamos por entre o manguezal mais ou menos uns 1.000 metros até chegarmos numa área bem alagadiça, fechada de vegetação de manguezal e de difícil acesso. Por lá existe um sítio arqueológico descoberto por uma folclorista chamada An´Augusta Rodrigues (que já residiu em Barcelos), ao qual deu o nome de "Sítio Arqueológico da Alma Pura". Neste sítio encontramos o que os paleontólogos a antropólogos chamam de "Sambaqui", que na verdade são restos de conchas e crustáceos aos quais os habitantes nativos se alimentavam e acabavam amontoando próximos à lagoas e manguezais, quando não enterravam seus entes nestes montes. É na verdade um resquício da presença de nativos (tribos goitacás) nesses locais em tempos remotos. Em outra oportunidade (anos anteriores), encontrei uma linda mostra de concha de sambaqui e acabei doando para a criação do Mini-Museu do CIEP Gladys Teixeira e está lá, numa redoma de vidro para quem quiser vê-lo.
Algo tem que ser feito pelo IPHAN para salvaguardar o Sítio da Alma Pura da Ilha do Lima, pois identifiquei a presença de caminhos de gado bovino no local e consecutivamente caminhos abertos artificialmente por entre o manguezal, o que acarretará a degradação deste importante sítio arqueológico, patrimônio mundial.
O exemplo dado pelo Museu Goeldi da Amazônia, ao qual eu já fiz contatos em meses anteriores para mandar material do Sanjoanense Silva Coutinho - que desbravou a Amazônia no Império - é excelente! Quem dera que o IPHAN pudesse fazer o mesmo aqui no Delta.
Vamos cobrar, pois a história está intrinsicamente ligada ao turismo!!!
Obs. Postarei em breve as fotos da expedição, que são excepcionais!!!
Um comentário:
achei mto interessante seu post.parabéns
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