O dia 18/06/09 ficará na memória de muitos sanjoanenses que compareceram, naquela noite fria de inverno junino, nos salões de convenções do SESC Mineiro de Grussaí, para a apresentação da Audiência Pública para Licenciamento Prévio da Ampliação do Pátio Logístico do Porto do Açu.
“O Porto do Açu está vivendo uma nova fase”, assim dizia um “folder” que foi distribuído na entrada do salão de realização da Audiência Pública pelas recepcionistas do empreendimento.
O Pátio Logístico será localizado junto ao pátio de recebimento de minério em uma propriedade situada entre a Fazenda Saco Dantas e a margem da Lagoa de Iquipari, denominada Fazenda do Meio. (veja foto no blog)
No local haverá a colocação de diversos tipos de cargas, que terão sua chegada pelo Porto do Açu correndo pelo píer de granéis e do outro píer de cargas
As atividades previstas para a construção deste pátio logístico englobam a limpeza do terreno, (que diga-se de passagem é quase do tamanho do manguezal do delta do rio Paraíba do Sul), supressão de vegetação (farão replantio ou reproduzirão mudas nativas???) , dragagem para retirada de 6 milhões de metros cúbicos de areia do fundo do mar, em um local situado à cerca de
Bom, entendido um pouco o empreendimento, mencionado resumidamente acima, aqui digo que a casa estava cheia, literalmente! Estimam-se que 500 pessoas estivessem sentadas e muitas outras
Venho colocando neste blog a preocupação com o desmoronamento de nosso capital social, que está enfraquecido, pela comunidade não participar de eventos importantes e norteadores de nossos rumos futuros, como este. Nas prévias da Audiência Pública o povo não compareceu e poucos foram os que conheceram antecipadamente o empreendimento. Pergunto também, se a culpa não é dos empreendedores que na maioria das vezes não acatam nossos pedidos. Tudo tem que ser analisado.
Senti, no entanto, muita firmeza no povo da Audiência Pública! Méritos para a classe dos pescadores! Caramba! A pesca está se mobilizando de forma muito organizada e até seus representantes estão procurando se entenderem e pedirem as mesmas demandas! Valeu pescadores!
Vi que a explanação da mesa trouxe muitas novidades e muitas dúvidas iam sendo esclarecidas, só com o olhar nos slides e vídeos em “3D” e na captação das palavras dos palestrantes, no entanto, como nós não somos perfeitos, sempre há uma dúvidazinha pairando no ar... e aí dá aquela vontade de perguntar e contra-argumentar! Faz parte! Segurei a onda!
Gusmão, o Presidente da CECA, conduziu com maestria a Audiência Pública, mas reclamava que havia esquecido os óculos e, de vez em quando, não conseguia entender direito as perguntas escritas pelo público. Claudia Barros, da Ecologus, competente e responsável pelos estudos de Impactos Ambientais pela instalação do Pátio Logístico, explicou bem a sua defesa e seus levantamentos, mas me pareceu um pouco redundante quanto à sua apresentação, que parecia ser igual ao que foi apresentado no EIA/RIMA do licenciamento do Porto do Açu, em 2006.
Marcos Machado, responsável pela Gerência Ambiental do Porto do Açu foi simplesmente excelente em suas explanações, dentro de uma linha de raciocínio lógico, coeso, sem “delongas”, objetivo, incisivo em questões que demandavam maior responsabilidade, enfim, esteve bastante familiarizado com o tema e mostrou conhecimento profundo no assunto. Acredito que foi o momento em que as pessoas mais prestaram a atenção.
Aberta a participação de todos pelo preenchimento de um formulário (porque só um?), o público fez perguntas relacionadas ao número de geração de empregos durante e depois da construção do Pátio Logístico, o que o empreendimento faria pela macrodrenagem do município, como seria o tráfego dentro do município, quais seriam os programas básicos ambientais oferecidos e por aí se foi...
Terminada a Audiência, Gusmão deu um prazo de até dez dias para a população fazer os encaminhamentos de projetos, questionamentos e etc.
Depois de ter encontrado com muitos amigos conterrâneos, conhecidos, com o staff da Prefeitura Municipal de São João da Barra e staff dos empreendedores, a exemplo do Salomão, Romeu, Marcos Machado e outros, encaminharei minhas sugestões, reclamações e projetos, assim como fiz na Audiência Pública da Usina Temelétrica do Açu, acontecida em 2008, no mesmo local, aos órgãos competentes. Farei minha parte como cidadão e, se alguma medida for tomada quanto aos meus encaminhamentos, já ficarei feliz. Acho que “Algum coelho tem que sair desta cartola...” e saindo ou não, quero dormir de consciência tranqüila.
Até mais
Andre Pinto.
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