quinta-feira, 18 de novembro de 2010

ARTE TUMULAR - O RESGATE DO MEMORIAL DO BARÃO DE SÃO JOÃO DA BARRA

O JAZIGO MEMORIAL DO BARÃO DE SÃO JOÃO DA BARRA DEVE SER TRANSFERIDO PARA SÃO JOÃO DA BARRA? CLARO QUE SIM!!!
Foto: Uma avenida para a eternidade - vão central do Cemitério do Caju, em Campos, onde o Barão de São João da Barra tem o seu jazigo memorial. Crédito da foto: Andre Pinto.
Foto: José Alves Rangel - O Barão de São João da Barra. Quadro à óleo da coleção de A. R. Lamego. Cópia extraída do Livro "Apontamentos para a História de São João da Barra", de João Oscar. Foto: Francisca Alves Rangel, Baronesa de São João da Barra, em 1854.
Foto: O túmulo memorial do nosso Barão de São João da Barra é imponente, magistral, ímpar, glamouroso, esplêndido, nobre! Ele se destaca no espaço perante os outros!Crédito da foto: Andre Pinto
Foto: A Urna Imperial do Barão de São João da Barra tem aproximadamente dois metros e meio de comprimento e 1 metro de oitenta de altura. Crédito da foto: Andre Pinto.
Foto: Uma obra de arte tumular ímpar, feita de mármore de carrara importada e com detalhes impressionantes! Crédito da foto: Andre Pinto.
Foto: O memorial do Barão de São João da Barra tem os seguintes dizeres: "Aqui jazem os despojas da vida de José Alves Rangel - 1 Barão de São João da Barra, grande do Império, es que nasceu em 24 de abril de 1799 e falleceu no 1 de novembro de 1855". Crédito da foto: Andre Pinto.
Foto: O lindo jazigo ou memorial do Barão de São João da Barra fica no Cemitério do Caju, em Campos dos Goytacazes, na Irmandade de Nossa Senhora do Carmo. Crédito da foto: Andre Pinto.
Foto: Marco de pedra na entrada da ala (pórtico) onde o jazigo do Barão de São João da Barra está colocado. Crédito da foto: Andre Pinto.
Foto: O pórtico da Ordem de Nossa Senhora do Carmo, onde o Jazigo do Barão de São João da Barra está colocado. Crédito da foto: Andre Pinto.
Foto: O pórtico da Ordem de Nossa Senhora do Carmo, onde o Jazigo do Barão de São João da Barra está colocado. Crédito da foto: Andre Pinto. Foto: A grandeza do Cemitério do Caju, fez com que a Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes colocasse mapas de localização das diversas irmandades e áreas de sepultamento. Crédito da foto: Andre Pinto
Foto: Entrada do pórtico do Cemitério do Caju onde está o Cemitério Nossa Senhora do Carmo. Crédito da foto: Andre Pinto.
Foto: Brasão do Barão de São João da Barra, com a simbologia heráldica. Crédito da foto: Andre Pinto.
Heráldica: Armas partidas em pala: na 1º, de vermelho, um galo de prata, andante, cristado e armado de ouro; na 2º, de ouro, uma mão destra, de carnação, segurando uma cana-de-açúcar de verde, posta em pala; bordadura de azul, carregada, em chefe, da insígnia da Ordem de Cristo, e em ponta, da medalha de Oficial da Imperial Ordem da Rosa. Divisa: Vele nessa gloria, que é o anagrama do apelido José Alves Rangel. Coronel de conde.
Foto: Os detalhes das grades remontam à flechas atiradas... Crédito da foto: Andre Pinto.
Foto: As pesquisas de Andre Pinto sobre o Memorial do Barão de São João da Barra, contaram com o apoio de um dos administradores do Cemitério do Caju, o Sr. Valfredo, ao qual o blog de Andre Pinto em muito agradece. Crédito da foto: funcionário do Cemitério do Caju.
A ARTE TUMULAR DE JOSÉ ALVES RANGEL O NOSSO BARÃO DE SÃO JOÃO DA BARRA!
O Blog de Andre Pinto já fez uma matéria anterior sobre a importância do turismo fúnebre, onde pessoas de diversos países criam roteiros inimagináveis para a visitação de cemitérios em todo o mundo. Um dos exemplos mais clássicos de visitações no mundo é o Cemitério Pères Lachaise, em Paris, onde muitas pessoas encontram os seus admiradores descansando eternamente em verdadeiras obras de artes tumulares. Em conversa com o meu amigo Silvano Motta - que é um exímio diretor teatral, ator e pesquisador - eu pude ter a notícia de que ele esteve fazendo, recentemente na Europa, o Turismo Fúnebre e esteve inclusive em Pères Lachaise, em Paris. Entre outras "atrações" de arte tumular, Silvano Motta esteve frente a frente com o túmulo de Alan Kardec - um dos mais visitados - e nos trouxe uma fotografia muito legal, inclusive, já hospedada no google images e já divulgada por este blog. Na matéria anterior, no período de finados (veja o link da matéria abaixo), eu frisei que São João da Barra tem um potencial enorme para explorar esta segmentação turística de admiração de arte tumular. Recentemente estive no Cemitério do Caju, em Campos dos Goytacazes, em busca do memorial do Barão de São João da Barra e tamanha foi a minha felicidade em tê-lo encontrado e agradecido em orações as benfeitorias que este homem público fez por nossa Vila de São João da Praya e também como primeiro adminsitrador da cidade de São João da Barra. Lembro-me bem, quando meu pai, o pesquisador da história de São João da Barra, João Oscar, tirou algumas fotos do jazigo do Barão de São João da Barra para fazer um projeto de resgate deste túmulo e trazê-lo para São João da Barra, no período de comemorações dos 150 anos da cidade, onde ele fazia parte da comissão como presidente. Disse-me depois que não havia tido o apoio necessário das autoridades locais e ainda havia emprestado as fotos para uma pessoa ligada à música no município e que ela nunca mais o havia devolvido as fotos. O empréstimo de documentos, livros e fotos antigas às pessoas conhecidas de meu pai, sempre foi um grande problema, pois para se recuperar depois, era um sacrifício danado!. Recentemente matei a minha curiosidade de ver de perto este túmulo tão importante para nós, sanjoanenses! E pensei: Já que fizeram um "empréstimo compulsório" nas fotos do acervo de meu pai, eu vou pessoalmente ao local e vou ter as minhas! Agora coloco à disposição de vocês, amigos internautas, com muito orgulho! Faço uma pergunta: quantos sanjoanenses chegaram a conhecer este memorial do nosso Barão de São João da Barra? E o memorial do Barão de Barcelos? E o túmulo do visconde de São João da Barra (este último, em estado precaríssimo!)? Conhecer os túmulos dessas autoridades do passado é uma atração ímpar! É reviver a história da aristocracia rural, do Baronato, de um período em que o nosso município era um dos principais produtores de cana-de-açúcar e gado da região, juntamente com a vizinha cidade de Campos dos Goytacazes! Não é só isso! Quem gosta de arte, fica, deveras, impressionado com tantos detalhes e com tanta riqueza de expressão!
MEMORIAL DO BARÃO DE SÃO JOÃO DA BARRA PODERIA SER EM SÃO JOÃO DA BARRA
A ideia de meu pai, João Oscar, era a de trazer o jazigo existente no Cemitério do Caju, para a nossa cidade de São João da Barra, com a concordância da irmandade religiosa de nossa Senhora do Carmo e com a concordância dos descedentes do Barão José Alves Rangel. Infelizmente não teve o apoio necessário, como disse anteriormente, das autoridades locais. O município vive, com intensidade, uma efervescência cultural e um bom momento de se repensar o "resgate" deste memorial do Barão de São João da Barra. Tenho certeza de que, se unirmos forças, sem vaidades, individualismos ou estrelismos, conseguiremos trazer parte de nossa importante história e origem para o local de onde ela deveria estar, ao alcance dos sanjoanenses!. O caminho das pedras não é difícil, mas temos que obedecer algumas diretrizes para que tudo dê certo. O roteiro já está montado e se a municipalidade quiser a minha ajuda, estarei à disposição. Não podemos nos esquecer também que devemos dar um bom trato nos túmulos do Barão de Barcelos e no Visconde de São João da Barra, entre tantos outros!
QUEM FOI JOSÉ ALVES RANGEL - O BARÃO DE SÃO JOÃO DA BARRA? * Texto extraído do livro de meu pai, o escritor João Oscar (Apontamentos para a História de São João da Barra) O major José Alves Rangel, Barão de São João da Barra, próspero fazendeiro no município sanjoanense, descendia de uma das mais antigas famílias povoadoras da planície goitacá. Filho de Domingos Alves de Barcelos (avô do Barão de Barcelos) e de Dona Isabel da Silva Rangel, nasceu em São João da Barra em 1779**. Teve três irmãos: Antônio da Silva Cordeiro, o alferes Domingos Alves de Barcelos e o padre Belchior Alves Rangel e Silva. Empresário de visão, foi o primeiro senhor de engenho que, na região, adotou o sistema industrial da máquina a vapor num engenho de açúcar, fato histórico muito bem acentuado pelo espírito observador de Charles Ribeyrolles. Também teve destacada atuação na vida pública, cabendo-lhe a honra de haver recebido, como Presidente da Câmara, o imperador D. Pedro II, em1847, em sua primeira visita à terra sanjoanense. De igual modo, era Presidente da Câmara quando em 17 de junho de 1850, a vila de São João da Barra foi elevada a categoria de cidade. Evento para o qual foi decisiva sua atuação. Seu título de Barão de São João da Barra foi outorgado por D. Pedro II em 26 de abril de 1849. Cinco anos depois, em 6 de dezembro de 1854, recebeu do imperador as honras de grandeza, em ato cuja cópia o historiador João Oscar conseguiu no Arquivo Nacional, e que diz: "Querendo distinguir e elevar o Barão de São João da Barra: Hei por bem fazer-lhe mercê das honras de Grandeza, em sua vida. Palácio do Rio de Janeiro, aos seis de dezembro de mil oitocentos e cinquenta e quatro, trigésimo terceiro da Independência e do Império. Assinado: D. Pedro II." No Brasão do Barão de São João da Barra, artistiticamernte trabalhado com bordados em ouro pelo famoso heraldista Boulanger, pela primeira vez na heráldica brasileira foram desenhadas, nas laterais, duas canas de açúcar, como que a identificar, no desenho, o vínculo e intimidade de seu detentor com o produto da planície, ou seu empenho pelo aprimoramento da sua produção. Casado com Dona Francisca Alves Rangel, faleceu o Barão de São João da Barra em 1855. Deixou preclara e numerosa descendência na região. ** No Jazigo está 1799. DESCENDÊNCIA DO BARÃO DE SÃO JOÃO DA BARRA ESTÁ FAZENDO LEVANTAMENTOS DE SUA ÁRVORE GENEALÓGICA À propósito, estou mantendo contatos, desde o ano passado, com uma das descendentes do Barão de São João da Barra que mora em Niterói e que está fazendo levantamentos genealógicos precisos da família do Barão - que é de todo , um interesse do povo sanjoanense. Recentemente estes descendentes estiveram em São João da Barra para conseguirem comigo uma cópia do Livro "Escravidão & Engenhos" do escritor e historiador João Oscar. As pesquisas estão adiantadas e resta saber agora do apoio que será dado pelos órgãos de cultura do município para a publicação deste importante trabalho genealógico. O Conselho Municipal de Cultura, recém eleito, poderia deliberar sobre estes assuntos... CURIOSIDADES HISTÓRICAS SOBRE O BARÃO DE SÃO JOÃO DA BARRA *Você sabia que o Barão, por volta de 1851 tinha aproximadamente 80 escravos de sua propriedade , trabalhando em suas terras? *Você sabia que o Barão, por volta de 1851, possuía uma propriedade (em terras) que era a segunda mais bem avaliada da cidade de São João da Barra, no valor de 158.000$ (cento e cinquenta e oito mil réis), perdendo tão somente para o Major João Batista de Castro, no valor de 300.000$ (Trezentos mil Réis)? Fonte: Pinto, João Oscar Amaral. Apontamentos para a história de São João da Barra, página 65.

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