Fotos: Cavalos premiados.
12º ENCONTRO NACIONAL DO MANGALARGA MARCHADOR DO RIO
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Michelle Mayrink Cunha
Data: 13/03/09
Negócios podem chegar a R$ 1 milhão em evento do Mangalarga Marchador em Campos.
O Estado do Rio de Janeiro é o segundo maior em número de criadores de cavalo Mangalarga Marchador, perdendo apenas para o de Minas Gerais, berço desta raça. Grande parte dos criadores do Estado e também do país estarão em Campos, entre os dias 17 e 21 de março, participando do 12º Encontro Nacional do Mangalarga Marchador do Estado do Rio de Janeiro, na Fundação Rural, sob realização do Núcleo de Criadores da raça no município.
O evento, de relevo nacional, é indutor do desenvolvimento econômico da região. Cerca de 130 criadores com suas famílias e mais de 250 animais, entre eles grandes campeões nacionais, estão sendo esperados na cidade, com a expectativa de aquecer a economia local. Segundo o presidente do Núcleo, Roberto D´affonseca Junior, o movimento em negócios resultantes do evento podem passar de R$ 1 milhão.
— Além de fortalecer setores como o de hotéis, restaurantes e estabelecimentos comerciais em geral, nós realizamos leilão e muitos negócios são fechados no evento ou iniciado na cidade para ser concretizado depois. Na nossa exposição de 2007, por exemplo, dois animais foram vendidos aqui dentro do parque, num valor total de R$ 500 mil — enumera Beto, citando que virãocriadores de vários Estados, como Rio Grande do Sul, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, além de outras cidades do Rio.
Além de julgamentos nos dias 19, 20 e 21 a partir das 8h, o evento vai contar com Campeonato de Marcha nos dias 19 e 20, às 16h; e o Leilão de Coberturas, no dia 20, às 20h, com cerca de 15 lotes dos melhores garanhões de Campos e do Brasil. A expectativa do Núcleo é que a média do leilão, por lote, seja de R$ 2 mil. A entrada o evento é franca.
TRADIÇÃO EQUESTRE — Em Campos, há cerca de 1,3 mil cavalos registrados e em torno de 50 criadores de Mangalarga ativos, que devido à atividade geram, juntos, mais de 200 empregos diretos em suas fazendas e haras, além de prestadores de serviços e dezenas de empregos indiretos, como veterinários, representantes de laboratório e funcionários para o comércio que atende ao setor. E não são poucos. “Tem a parte de nutrição, suplementos vitamínicos, medicamentos, material para transferência de embrião, propaganda em revistas especializadas, material para equitação, manejo e ferragiamento, entre outros”, afirma Beto, que comanda com o pai o Haras Gramont, em São João da Barra.
Celeiro de exímios marchadores, em Campos há grandes campeões da raça. Alguns, inclusive, tiveram êxito no Encontro de 2008 em Campos e depois sagraram-se vitoriosos na Exposição Nacional, como o Brutal da Terra Molhada, Dólar da UDM, Lobo SJT, Mirante OH General e Quilha do Gramont. São campistas também dois dos principais árbitros do Brasil com atuação nos campeonatos nacionais.
Box 1:
De alto valor comercial,embriões são vendidos por no mínimo R$ 12 mil
Técnica que promove o aumento do rebanho em termos de qualidade e quantidade, a Transferência de Embrião (TE) — recente na raça Mangalarga Marchador — tem em São Francisco do Itabapoana uma de suas principais centrais, atendendo a toda a região. Mas alguns criadores em Campos contam com estrutura e equipamentos para fazer uso da técnica em suas propriedades. Só este ano, em Campos, cerca de 120 embriões foram transferidos.
Mas a formação de rebanho com genética de qualidade não é o único objetivo. Os negócios são incrementados com a venda de embriões de alta qualidade nos leilões, sem precisar se desfazer das matrizes. O custo unitário da TE para o criador chega à casa dos R$ 3 mil. “Quando comercializado, o mercado absorve esse embrião por uma média de R$ 12 mil cada”, completa Beto D´affonseca.
Além dos negócios em leilões, a técnica tem outras vantagens, destaca Rafael Barra, diretor do Núcleo, como “a obtenção de um número muito maior de produtos de uma mesma égua top em um ano; além de a doadora permanecer vazia, podendo participar de exposições, campeonatos sem riscos de sofrer problemas derivados da gestação e parto”. “Com esta técnica, uma égua pode gerar até seis potros por ano”, conclui Beto.
A TE é uma biotécnica em que, retira-se o embrião de dentro do útero da égua com alto valor genético, transferindo-o para uma receptora onde o feto se desenvolverá até o final da gestação. Pode ser comparado à barriga de aluguel: é coletado o sêmen do cavalo escolhido (chamado de cobertura) e inserido na égua de qualidade genética (a doadora). Dez dias após, ocorre a Transferência de Embrião.
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