quinta-feira, 19 de março de 2009

MUSEU DA CANA-DE-AÇÚCAR E/OU CULTURA POPULAR NO CAMINHO DOS AIRIZES

Foto: Solar dos Airizes. Crédito da foto: http://www.fotosfatoseafins.blogspot.com/
NOTA 10 PARA ORÁVIO CAMPOS - Secretário Municipal de Cultura de Campos
Deu no Jornal Folha da Manhã, da cidade de Campos dos Goytacazes
"O anúncio das negociações entre o empresário Nelson Lamego e a Prefeitura de Campos para possível doação do Solar dos Airizes para reforma e instalação de um museu da Cana-de açúcar e/ou da Cultura Popular no local, como publicamos na capa da Folha Dois na última segunda-feira, fez voltar os olhos e as lembranças dos campistas e turistas que um dia já lançaram sua atenção sobre o prédio do século XIX, que hoje fica silencioso ao longo da BR 356, do lado direito da estrada Campos-São João da Barra." Fonte: www.fmanha.com.br ------------------------------------------------------------------------
Do blog: A Agência Portal Costa Doce de Turismo Receptivo, de São João da Barra, sob a direção de Andre Pinto, no ano passado, solicitou em Audiência Pública da Termoelétrica do Açu, que a mesma investisse, como uma das medidas compensatórias, na criação do Museu do Homem da Restinga, nas imediações de Iquipari. Será o único museu do gênero no Brasil e talvez, no mundo!!! Vamos aguardar.
Veja abaixo o trecho da proposta do Museu do Homem da Restinga , enviado pelo Portal Costa Doce de turismo Receptivo para UTE - Açu:
"1) MUSEU DO HOMEM DA RESTINGA
A) uma vez que na área do empreendimento da termelétrica será construída com um aterro de suspensão de 1 metro de altura em muitos milhares de metros quadrados da retroárea do Porto do Açu (Saco Dantas), poderá estar cobrindo sítios arqueológicos de grande significância, sendo certo que tais sítios poderão conter materiais (pequenas fortificações e marcos) da presença dos jesuítas na região, índios goytacazes (sambaquis), cemitérios provenientes do tráfico de escravos, além de material fóssil proveniente de períodos geológicos recentes e pretéritos;
Deve-se considerar que boa parte dos pesquisadores e historiógrafos da região constam em suas obras a importância da região litorânea sanjoanense como um dos primeiros núcleos de colonização do Norte Fluminense (1622), inclusive mencionando alguns naufrágios históricos com sobreviventes;Considerando que o município de São João da Barra, segundo informações contidas nas obras de historiadores de renome como Alberto Ribeiro Lamego (O Homem e a Restinga), Joaquim Ribeiro (O Povo Brasileiro), João Oscar (Escravidão & Engenhos; Apontamentos para a História de São João da Barra), demonstra grande magnitude em sua formação histórico-cultural, deve-se preservar para as futuras gerações as informações sobre a formação cultural dos seus munícipes através de projetos que preservem as origens do povo da restinga e da barra do rio Paraíba.
Neste contexto, incumbe-se como forma de responsabilidade do empreendedor, que irá suprimir uma área, deveras, rica em historia e que pode abrigar descobertas relevantes para o resgate cultural sanjoanense e nacional por meio de possíveis sítios arqueológicos, a função de dar a contrapartida na criação de um museu, que seria único no país, para resguardar informações antropológicas, sociológicas, culturais, ambientais (do bioma restinga) e do modus vivendi do “Muxuango”(caiçara único da costa litorânea brasileira), que se faz muito necessária para o povo brasileiro.
A concretização do projeto MUSEU DO HOMEM DA RESTINGA se daria com a construção de um lodge rústico, para recebimento de estudantes, professores, turistas e pesquisadores, em agendamento prévio, com informações sobre a restinga, modus vivendi do homem da restinga etc, bem como a construção de um mirante (que teria diversas utilidades como fiscalização, observação de pássaros e contemplação da natureza) que visualizasse toda a restinga e lagoas, podendo ser construído nas imediações da lagoa de Iquipari, que já possui acesso feito com estrada municipal litorânea.
O lodge, suspenso do solo em forma de palafitas, conteria varandas pelos quatro lados, banheiros químicos com tratamento de resíduos, uma unidade demonstrativa de energia solar e outra de energia eólica, um pequeno auditório, uma pequena biblioteca com temas da restinga (publicações, revistas, monografias, teses , DVD’s etc), uma sala de exposições (fotografias, animais empalhados, quadros, peças indígenas, material em cerâmica etc.) e sua estrutura seria pré-fabricada, feita em eucalipto tratado, obedecendo as normas e resoluções do CONAMA para atividades de baixo impacto ambiental.Em anexo ao lodge seria construído uma casa típica de um “muxuango”, homem da restinga sanjoanense, bem retratado por historiadores regionais, para visitação do público em geralAlguns parceiros importantes seriam envolvidos, como a própria Universidade Estadual do Norte Fluminense, através de seu núcleo CCH (Coordenação de Ciências Humanas), Prefeitura Municipal de São João da Barra através das Secretarias de Meio Ambiente e Educação e Cultura e ONG’s do município.
Deste modo, com a criação do MUSEU DO HOMEM DA RESTINGA, faz-se a contrapartida, com uma análise cultural do projeto, ou seja: como o empreendimento irá repercurtir na vida social de uma determinada localidade. Este é um elemento fundamental, pois não se pode esquecer que a vida humana é um dos valores ambientais mais caros, senão o mais caro. Não se pode admitir a destruição de localidades inteiras, de modo de vida e de cultura, sob o pretexto de “Progresso”. A história recente do Brasil bem demonstrou tristes exemplos de destruição de comunidades inteiras e seus costumes para a construção de barragens e outros empreendimentos de grande porte.Felizmente, de algum tempo para cá, está se organizando um forte movimento de cidadãos em defesa de suas comunidades, que já logrou êxito em algumas vitórias contra a destruição desses valores culturais. Há uma importante decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que determinou a paralisação das obras de construção de uma barragem, pois estas não haviam sido precedidas do EIA.Diante do exposto, o resgate cultural e sua manutenção deve ser responsabilidade do empreendedor com outros atores e a culminância deste resgate se traduziria na criação do MUSEU DO HOMEM DA RESTINGA."

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