Brasília - Baseado na análise de dados estatísticos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a evolução do crescimento partidário ao longo do período de redemocratização do Brasil, o cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer acredita que o Partido Verde se consolida, a longo prazo, como alternativa de poder. Fleischer pondera que, para isso se efetivar, o partido terá que adotar posturas semelhantes às adotadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) a partir da década de 1980.
Uma delas, ressaltou o professor, é os verdes adotarem a estratégia de crescer "com as próprias pernas", evitando alianças que possam comprometer essa trajetória. "Isso terá que ser feito mesmo que traga ônus, como o assumido pelo PT, em 1989, de não referendar a Constituição Cidadã."
A candidata à Presidência pelo PV, Marina Silva obteve 19,33% dos votos no pleito de ontem e foi a candidata mais votada no Distrito Federal e a segunda em cinco estados.
David Fleischer ressaltou que Marina levantou nesta campanha a bandeira de um novo modelo de desenvolvimento social atrelado à preservação do meio ambiente. Analisando o cenário das pesquisas de intenção de votos aos candidatos presidenciais, o cientista político destacou que os cerca de 10% das intenções de votos à candidata originam-se da elite mais esclarecida do país - que já teria entendido o discurso da candidata. A arrancada de Marina ocorreu nos últimos 15 dias de campanha.
"Um dia essas bandeiras chegarão à base da pirâmide do eleitorado brasileiros, mas isso demanda tempo e paciência", disse Fleischer. Para ele, o processo de crescimento do PV pode ocorrer em uma velocidade mais acelerada que a do Partido dos Trabalhadores uma vez que os potenciais doadores fazem parte de uma elite, na sua avaliação, mais esclarecida sobre a necessidade de buscar o crescimento econômico e social em conformidade com a preservação do meio ambiente.
Fonte: www.portalexame.abril.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário