Poucas pessoas sabem que o Presidente Nilo Peçanha chegou a ter uma pequena vivenda no atual bairro Chapéu de Sol, em Atafona ( a escritura encontra-se no ofício de registro desta Comarca). Que o Presidente Nilo Peçanha já andou na Ferrovia da Leopoldina Railway de Campos para São João da Barra e foi recebido pelas centenárias bandas da cidade na estação da sede. Que o Presidente Nilo Peçanha já fez calorosos discursos no Cine Teatro São João, quando de sua campanha para Governador. (Fonte: Apontamentos para a História de São João da Barra, de João Oscar).
O loteamento Nilo Peçanha, em Chapéu de Sol foi em homenagem a este homem público nascido em Campos, mas que tinha São João da Barra como seu refúgio para descanso e banhos de mar. Aliás, foi dele a lei que dava os limites de nosso município, em 1909.
Por falar em Nilo Peçanha, o Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho está lançando obra sobre a história de Nilo Peçanha e outros homens célebres que foram perseguidos pela discriminação racial. O blog, orgulhosamente divulga a nota de lançamento abaixo:
O preconceito estampado: Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho lança obra sobre a discriminação racial e religiosa, em Campos dos Goytacazes
Campos dos Goytacazes, primeira metade do século XX: obras modernizadoras idealizadas por Saturnino de Brito; Nilo Peçanha, apoiador das oligarquias, recebe, por conta da morte de Afonso Pena, a Presidência da recente República; sociedade conservadora, valorizadora da elite e carregada de preconceitos econômicos e raciais.
Nesse período, as diferenças estão, perigosamente, distantes dos aspectos morais impostos por um Catolicismo estabelecido pelos colonizadores portugueses. O negro, distante do Centro, pois não consome; suas crenças, resquícios culturais de origem, relacionadas à malandragem, atrevimento, exploração e outros tantos termos depreciativos.
Contudo, a boa sociedade participa.
Assim, o Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho, órgão subordinado a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, através dos pesquisadores Cristiano Pluhar e José Victor Nogueira Barreto, lança a obra O preconceito estampado que salienta, através da vasta coleção de jornais campistas e processos criminais componentes do acervo da instituição, o preconceito racial a partir das crenças religiosas de origem africana. O recorde histórico frisa o período presidido por Getúlio Vargas (1930 – 1945 e 1951 – 1954) que intencionou, teoricamente, a criação de uma identidade nacional respeitadora da formação do povo brasileiro.
Os principais jornais de Campos dos Goytacazes, nessa época, estamparam reportagens de cunho desrespeitador das diferenças, apresentando claros indícios escravocratas. Assim, a lida intenciona a valorização cultural, bem como o esclarecimento da formação das religiões que carregam resquícios africanos.
Para aquisição, basta dirigir-se ao Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho, localizado na Estrada Sérgio Vianna Barroso, 3060. Campos dos Goytacazes. Contato: (22) 2733-9999. Email: arquivodecampos@arquivodecampos.org.br ou cristianopluhar@hotmail.com e zevictornb@hotmail.com
Cristiano Pluhar – pesquisador do Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho
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