Um esporte muito difundido na Europa, África e na América do Norte é a observação de pássaros denominada “Birdwachting”.
Com um público de poder aquisitivo de médio para alto o esporte ganha adeptos em todo o mundo e não é diferente no Brasil, que possui vários parques especializados principalmente no Pantanal Matogrossense e na Amazônia.
Muitos parques chegam a ter guias especializados que conduzem os turistas aos pontos de habitat das espécies da avifauna por entre as matas. Verdadeiros Resorts de selva são montados para atender este público seleto que paga em dólar e euro só para observar, fotografar e catalogar as lindas aves. Muitos utilizam-se de verdadeiras torres construídas na selva para poder captar os melhores ângulos.
São João da Barra possuiu um excelente potencial para a prática da observação de pássaros, uma vez que tem o 2º maior Delta do País e possui lagoas com manguezais e restingas ainda preservadas que servem de abrigo a espécies nativas e exóticas.
Para se tornar um praticante não é difícil. Compre um binóculo, um livro sobre a avifauna brasileira com figuras, um bloco de tomar notas e um lápis, use roupas camufladas de acordo com o bioma (vegetação predominante) e vá em pequenos grupos com auxílio de um guia ou conhecedor do local e das espécies procuradas. Saia bem cedo ao amanhecer ou ao entardecer, pois você verá coisas muito interessantes na avifauna, pode ter certeza.
Um ponto de observação na rota internacional do Birdwachting no Estado do Rio é a cidade de Sumidouro-RJ, que tem exuberante mata atlântica e contém espécies endêmicas de raro valor. Veja abaixo a relação de aves que aparecem em São João da Barra durante o ano todo, segundo estudos do Mestre em Zootecnia da UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense), Dr. Novelli.
1)Martim-pescador-pequeno - Vive nas bordas das lagoas ou cruzando-as de um lado ao outro.
2)Martim pescador grande - Comum o ano inteiro. Costuma cruzar as lagoas na busca de peixes. Geralmente solitário.
3) Irerê - Pousam nas áreas alagadas próximas as lagoas.
4) Marreca-pé-vermelho - Muito rara na área.
5) Carão - Muito raro no local. Mais comum na lagoa Feia, em Canto Sobrado.
6) Garça branca grande - Muito comum. Ocorre o ano inteiro. Migrantes diurnos, deslocando-se das áreas de repouso para as de alimentação. * reproduz na lagoa do Açu de setembro a dezembro, formando colônias de mais de 5000 indivíduos, junto com Egretta thula.
7) Garça branca pequena - Muito comum. Ocorre o ano inteiro. Migrantes diurnos, deslocando-se das áreas de repouso para as de alimentação. * reproduz na lagoa do Açu de setembro a dezembro, formando colônias de mais de1000 indivíduos.
8) Socó cagão - Muito comum. Ocorre o ano inteiro, sempre solitário.
9) Cegonha/João grande - Raro no local. Aparece só no verão, em pequenos bandos (até 2 indiv.).
10) Urubu-de-cabeça-vermelha - Embora raro, sempre encontrado em pouca quantidade. Não é residente.
11) Urubutinga - Embora raro, sempre encontrado em pouca quantidade. Não é residente.
12) Urubu comum - A região não apresenta condições favoráveis para grandes bandos de urubus, devido aos constantes ventos nordestes de elevada intensidade.
13) Maçarico pequeno de perna amarela - Muito comum. Ocorre de agosto a maio. Migra para o Canadá e Alasca em junho e julho, retornando em agosto para o Brasil. Sua população pode chegar a mais de 10.000 indivíduos no verão.
14) Maçarico grande de perna amarela - Muito comum. Ocorre de agosto a maio. Migra para o Canadá e Alasca em junho/ julho, retornando em agosto para o Brasil. Sua população pode chegar a mais de 10.000 indivíduos no verão.
15) Batuira de coleira - Muito comum. Ocorre o ano inteiro.
16) Quero-quero - Comum o ano inteiro. Pousa no chão forrageando. Sempre em pequenos grupos.
17) Rolinha da restinga - Característica da restinga. Encontrados em áreas adjacentes.
18) Rolinha caldo de feijão - Comum no campo e na zona urbana.
19) Juriti - Ocorre sempre em pequeno número.
20) Anu branco - Muito comum. Ocorre o ano inteiro, forrageando em pequenos bandos.
21) Anu - Comum o ano inteiro. Pousa no chão forrageando. Sempre em pequenos grupos.
22) Quiri-quiri - Ocasional, pouco estudo na região.
23) Carcará - Muito comum. Costuma ficar na borda das lagoas.
24) Gavião pinhé/ Carrapateiro - Raro de se encontrar. Costuma visitar a restinga a procura de presas.
25) Gavião de coleira - Aparece quando está a procura de presa.
26) Guaxe - nidifica na restinga próxima ou mangue, geralmente no verão e início do outono.
27) Talha-mar - Raro no local. Aparece só no verão, em pequenos bandos.
28) Sabiá da praia - Ameaçado.Capturado pela comunidade local.
29) Peruinho - Muito comum o ano inteiro; vive no chão forrageando.
30) Pica-Pau-do-campo - Raro na restinga próxima. Vive também na zona urbana.
31) Coruja buraqueira - Muito comum. Encontrada o ano inteiro. Nidifica em buracos, principalmente no verão e outono.
32) Vivi (Fim-fim) - Sempre em pequeno número.
33) Colhereiro - Só aparece no verão. Muito raro. Sempre em pouca quantidade.
34) Lavadeira - Comum. Sempre próximo da lagoa.
35) Suiriri - Muito comum. Ocorre o ano inteiro.
36) Bem-te-vi - Uma das aves mais comuns no campo.
37) Relógio - Comum, mais encontrado sempre em pequeno número.
38) João-de-barro - Comum na região. Constrói ninhos na primavera.
39) Arundinicola leucocephala - Muito comum, ocorrendo geralmente em casais, pousados nas árvores do mangues, ou em áreas brejosas (na taboa).
Fonte: Relatório de Áreas Alagáveis do Norte Fluminense – Ronaldo Novelli, UENF.
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