FOTO: Artesãs com o grupo do Geoparque em SJB.
FOTO: Artesanato do Projeto Alfabetizarte feito pelas colaboradoras da Usina de Triagem de São João da Barra.
FOTO: O Projeto Artesanato é Nossa Cultura tem participado de Feiras Nacionais.
FOTO: O Projeto Retalhos da Natureza reaproveita materiais naturais que se transformam em pura arte.
SÃO JOÃO DA BARRA FOI PRIMEIRO MUNICÍPIO A APRESENTAR O SELO DO GEOPARQUE PARA O SETOR DE ARTESANATO.
No dia 26/07 passado, o Comitê Provisório para Assuntos do Geoparque em São João da Barra fez a primeira reunião no Palácio Cultural Carlos Martins - do qual participa com outros 15 municípios envolvidos pelo Geoparque Costões Rochosos e Lagunas do estado do Rio de Janeiro - para a apresentação do selo institucional a ser usado, quando da aprovação do geoparque pela UNESCO, nos serviços do trade turístico.
Na reunião, estiveram presentes os representantes do Projeto Artesanato é Nossa Cultura, do Projeto Retalhos da Natureza e do Projeto Alfabetizarte, além de representantes do Laboratório de Limnologia da UFRJ, cujo palestrante do evento foi o representante da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Sr. Álvaro Cruz.
Segundo Álvaro Cruz, o selo do Geoparque Costões Rochosos e Lagunas do estado do Rio de Janeiro, que foi registrado junto ao INPI, servirá para agregar valor aos serviços dos municípios envolvidos, podendo, segundo critérios da administração do geoparque, ser futuramente utilizado nos patrimônios públicos, bibliotecas, agências de turismo, pousadas, cooperativas de doceiros e artesanato.
"A representatividade das três entidades de artesanato de São João da Barra juntas, alcançam um número de 150 associados e a utilização do selo do geoparque em seus produtos e serviços em feiras e encontros do setor vai agregar muito valor ao que é produzido em São João da Barra e de forma sustentável", afirmou Álvaro Cruz, representante da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico do estado.
Imagem: Selo do Geoparque registrado no INPI pelo SEDEIS.
O SIGNIFICADO DO SELO GEOPARQUE TEM FUNDAMENTAÇÃO CIENTÍFICA
Cientistas estudam semelhanças geológicas entre África e América do Sul
29/07/2012 - 16h40
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Após cinco anos de estudos, pesquisadores do Brasil, dos Estados Unidos, da Africa do Sul, Austrália, Alemanha, França, de Portugal, do Uruguai e da Argentina desvendaram as semelhanças geológicas entre os continentes Africano e Sul-Americano. Eles pesquisaram a correlação dos terrenos que formam a parte Oeste da África com o Leste da América do Sul.
Segundo o professor da Universidade de São Paulo (USP) Miguel Basei, coordenador do estudo no Brasil, foi possível definir numerosos locais do Oeste da África que, ao redor de 500 milhões de anos atrás, estavam unidos a seus congêneres sul-americanos. “São terrenos que eram contínuos, mas foram separados quando da abertura do Oceano Atlântico. Essa identificação foi um dos pontos centrais de nossa pesquisa”, declarou Basei.
Pelas simulações feitas, em computador, é possível prever como a dinâmica de movimento dos continentes desenhará o planeta no futuro. Segundo o pesquisador, em 50 milhões ou 100 milhões de anos, haverá uma nova distribuição dos continentes com fusões e fissões das massas continentais atuais. Esse processo, que está em curso, inclui, o aumento da distância entre Brasil e África, com o Oceano Atlântico se abrindo cada vez mais”, ressaltou.
Essa abertura dos continentes teve início há 130 milhões de anos e segue gerando reflexos em toda porção Leste da América do Sul. Um exemplo é a criação das bacias onde foram descobertos, recentemente, os poços de petróleo do pré-sal. Basei explica que esses fenômenos, porém, ocorreram em época mais recente do que a abordada pelos projeto. Apesar de não contemplar o período de estudo do projeto, o cientista lembra que a dissipação de energia gerada por esses processos recentes utilizam-se das feições mais antigas. “É importante conhecer a estruturação anterior para sabermos como no futuro elas poderão vir a influenciar este processo”, disse.
Portanto, a previsão de terremotos e vulcões, embora não tenha sido alvo da pesquisa, tem relação com o estudo evolutivo feito sobre os terrenos. Na Cordilheira dos Andes, explica Basei, houve um 'mergulho' das placas oceânicas por baixo do continente Sul-Americano. “Esse processo gera vulcanismo e os terremotos, mas isso é porque lá o processo é distinto geologicamente do que ocorre no lado que diz respeito ao Brasil”.
Além da comparação geológica entre os dois continentes, os pesquisadores estudaram a forma como a América do Sul evoluiu. Ela cresceu em sua extremidade Oeste por expansão de terrenos. “Antes da evolução dos Andes, que é uma cadeia de montanhas jovem, nós tivemos inúmeros terrenos que não se formaram na América do Sul, mas que se juntaram a ela em torno de 450 milhões de anos atrás”, conta o pesquisador.
O projeto permitiu a montagem de dois laboratórios que contam com equipamento de última geração: o Shrimp, sigla em inglês para microssonda iônica de alta resolução, e o Laicpms constituído por uma fonte de laser acoplada a um espectrômetro de massas. Ambos permitem a determinação da idade de minerais presentes nas rochas analisadas, forma usada pelos cientistas para caracterizar terrenos de épocas tão distantes. Segundo Basei, o mineral utilizado durante a pesquisa foi o zircão, que tem urânio em sua constituição. Ele conta que, com o tempo, o zircão se desintegra para o chumbo por força da radioatividade. A medição da quantidade desses elementos permite, assim, aos cientistas descobrirem a idade da rocha.
Participaram do estudo 17 pesquisadores brasileiros (11 do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, um da Universidade Estadual de Campinas, dois da Universidade Federal do Paraná, um da Universidade Federal de Pernambuco e um do Serviço Geológico do Brasil) e 12 cientistas estrangeiros (um dos Estados Unidos, dois da Africa do Sul, um da Austrália, um da Alemanha, um da França, um de Portugal, dois do Uruguai, e três da Argentina).
Edição: José Romildo
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