sábado, 21 de junho de 2008

A BIODIVERSIDADE NO NOROESTE FLUMINENSE - POR SOFFIATI

Há conhecimentos que temos, mas que não nos parecem fundamentais. Há trinta anos como ativista em defesa do ambiente, estou sabendo, de longa data, acerca da importância da biodiversidade, vale dizer, da diversidade de espécies de bactérias, protozoários, fungos, vegetais e animais. Sem eles, não existiríamos e não conseguiríamos nos manter vivos por um dia. Apesar de ter plena consciência dessa importância, valorizei demais os problemas regionais. Quando o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, da ONU, divulgou, em fevereiro de 2007, um relatório, confirmando que a temperatura do planeta está subindo e que esta febre se deve a ações humanas responsáveis pela produção de gases do efeito estufa, de pronto coloquei o aquecimento global como o marco de uma nova era na luta pela proteção do ambiente. Sem dúvida, a elevação da temperatura média da Terra já está produzindo uma série de problemas, entre eles a aceleração do processo de extinção de espécies. Muito recentemente, a Sociedade Zoológica de Londres, a WWF e a Global Footprint Network divulgaram o relatório Índice do Planeta Vivo, demonstrando com bastante consistência que, entre 1970 e 2005, as espécies terrestres sofreram um declínio de 25%, as marinhas de 28% e as de água doce, de 29%. Além disso, populações de numerosas espécies marinhas declinaram cerca de 30% nos últimos 10 anos. São números assustadores para tão pouco tempo. O estudo arrola cinco causas para este extermínio, todas elas de origem humana: 1- mudanças climáticas, 2- poluição, 3- destruição de ecossistemas, 4- invasão de espécies exóticas e 5- superexploração de espécies. Assim, o aquecimento global deixa de ser um problema em si mesmo. Ele assume a condição de grande fator a causar problemas ao equilíbrio da vida. Foi a leitura de A Criação, livro do grande biólogo Edward Osborn Wilson, que acendeu esta luz no meu cérebro. As cinco causas estão presentes no Noroeste Fluminense. A falta de florestas nativas contribui para a não absorção de gás carbônico. A poluição existe nos poucos ambientes nativos e nas atividades rurais e urbanas. Quanto à destruição de ecossistemas, o Noroeste é secularmente campeão, deixando os animais sem casa. A caça, ao longo do tempo, deixou a casa sem animais. A introdução de espécies exóticas foi abusiva. Voltamos ao assunto. Arthur Soffiati FONTE: Portal do Meio Ambiente