quinta-feira, 20 de maio de 2010

NOTÍCIAS DA IIIª FEIRA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL DA BACIA DE CAMPOS

Palestrantes discutem a economia sustentável e consumo consciente O segundo dia de palestras na III Feira de RSE da Bacia de Campos, que acontece até sexta-feira no Macaé Centro, foi aberta com o painel “Sustentabilidade, RSE e Consumo Consciente”, onde os palestrantes abordaram o papel da mídia e do consumidor nesse processo de transição para a sustentabilidade. A jornalista e editora do suplemento Razão Social, do Globo, Amélia Gonzáles, começou falando sobre a necessidade de ser sustentável e comprar produtos de empresas que atuam no social e ambiental. Ela apresentou uma pesquisa realizada no ano passado pela Market Analysis com 81 brasileiros residentes em nove capitais e o resultado não foi muito animador: 32,5% disseram que algo vai mudar apenas se os consumidores pressionarem as empresas, 22% pesaram em recompensar empresas conscientes comprando seus produtos e 67% não chegaram a pensar nisso. “Ainda estamos muito longe de fazer o que é necessário, de cobrar das empresas uma atitude responsável. Como aquele cara que está no fim da cadeia produtiva vai cobrar isso? Deixando de comprar seus produtos, por exemplo. Mas, no Brasil ainda funciona o valor do produto. Só para se ter uma ideia, quatro bilhões de pessoas pertencem a base social da pirâmide com renda inferior a US$ 1,5 mil por ano. No Brasil, são 140 milhões de pessoas. Para alguns, o microcrédito é uma oportunidade. Portanto, ainda estamos muito longe do ideal”, falou Amélia. Amélia ainda avaliou a demanda social, a importância do consumidor e da mídia nesse processo de mudança. De acordo com ela, uma pesquisa aponta como as pessoas tomam conhecimento do tema de sustentabilidade. “88% pela mídia e 15% pelos relatórios de sustentabilidade. Esse resultado mostra o papel da mídia nesse processo”, falou. O segundo palestrante foi o diretor de Relações Institucionais do Wallmart Brasil, Arilton Rocha de Souza. Ele fez uma breve apresentação da empresa, que está há 15 anos no Brasil, presente em 18 estados e com 80 mil funcionários, e falou dos projetos desenvolvidos pela rede de supermercados visando a sustentabilidade. De acordo com Arilton, até 2013, as lojas da Wallmart serão supridas por energia limpa, 100% dos resíduos serão reaproveitados e terão uma correta destinação, além dos produtos sustentáveis. Hoje, a empresa possui seis unidades e um centro de distribuição ecoeficientes, onde há a redução de 40% no consumo de água, 25% de energia e 30% de redução das emissões de gases do efeito estufa. “Também apoiamos a campanha “Saco é um Lixo”, implementamos o programa de desconto e as sacolas retornáveis. Com isso conseguimos evitar quase o descarte de 140 milhões de sacolas em três anos”, falou. Fechando o ciclo de palestras, a jornalista e membro do Conselho Consultivo do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, coordenadora da Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh) e co-diretora da Global Leadership Network, Thais Corral, falou sobre a “Educação e Liderança para a Sustentabilidade”. “É importante que os jornalistas abracem esse tema e comunique isso para as pessoas de forma consciente. Mas, como a gente abraça a urgência da questão da sustentabilidade? Esta pergunta venho me fazendo há muitos anos e vejo que outras pessoas também a fazem”, observou Thais, completando que a liderança para a sustentabilidade requer inovação, mas as mudanças não são imediatas. A jornalista falou um pouco sobre o modelo de dominação e o modelo de parceria, uma transição que está ocorrendo. “A liderança da sustentabilidade é o da parceria, não mais do medo e da força das sociedades regidas pelo modelo de dominação”. Segundo Thaís, a proteção ao meio ambiente se torna essencial nessa lidernaça de sustentabilidade e faz parte dos valores centrais cultuados por essa sociedade. “A inteligência coletiva fornece a visão para resolução dos problemas”, alertou. Contribuiu: Erika Enne, por e-mail.

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