sábado, 15 de maio de 2010

SÃO JOÃO DA BARRA E AS FUTURAS PREOCUPAÇÕES DE PLATAFORMAS DE PETRÓLEO EM SUA COSTA

Tenho acompanhado, com preocupação, as ocorrências de afundamentos de plataformas pelo mundo e principalmente no Golfo do México, somando-se agora com o afundamento de uma plataforma da Venezuela, recentemente divulgada na mídia. Fico a imaginar, pelas proporções de vazamentos de manchas de óleo verificadas pela plataforma americana, de controle da British Petroleum, o quanto de dano ambiental o mundo está sofrendo com a perda de boa parte da diversidade da fauna aquática e avifauna do Golfo do México e outras regiões indiretamente afetadas. Quando morei em Miami- EUA, entre 1991 e 1992, pude ver com meus próprios olhos a beleza de Key West (cidade preferida do escritor Ernest Hemingway), que fica a 90 KM de Cuba - pelo mar, o quanto aquele oceano é belo e rico. Não merecia essa poluição nunca! Justificar A minha preocupação aumenta ainda mais em saber que em nossa costa sanjoanense poderemos ter plataformas de petróleo do Bloco BC 26 e BC 27 com aproximação que varia de 42 à 70 KM de distância de nossa zona costeira, ou seja, muito próximas de nós e de nossos atrativos naturais como o Delta do Rio Paraíba do Sul, os manguezais, a restinga e a comunidade pesqueira. Royalties são bons? Claro que são, mas e a questão ambiental? Os planos de contigência devem ser revistos. O que nos aconteceria se houvesse um vazamento nas mesmas proporções ocorridas no Golfo do México? Nas Audiências Públicas de exploração de petróleo no Norte Fluminense em que participei por várias vezes, com alguns colegas de São João da Barra, sempre argumentei essa hipótese de vazamentos e poluição de nosso delta com a incidência das fortes correntes marítimas do nordeste, mas parecia que minha voz ecoava no vazio... Com essas ocorrências, fico triste, mas o que me dá mais motivação, pelo caso concreto do um fato negativo, é saber que eu estava no caminho da argumentação correta por causa desses fatos mundiais, mesmo sem ser engenheiro ou possuir qualquer outra profissão do ramo. Era uma questão óbvia. Acidentes são previsíveis... Espero que a Petrobrás, a OGX, a Shell e outras empresas do ramo estejam tomando como exemplos de prevenção os casos de acidentes que vem ocorrendo com plataformas pelo mundo. Seria muito triste ver o nosso mardourado, rico em iodo, repleto de óleo com muitas espécies mortas, imagem que me remete ao acidente acontecido com a lixívia da Cataguazes Celulose e o Endosulfan da Servatis, ambos no Rio Paraíba do Sul. O Governo Federal, através do ministério do Meio Ambiente e IBAMA, poderia colocar uma condicionante para licenciamentos do Porto do Açu (Bacia de atracação) e das explorações da OGX, no sentido de poder dar abrigo em sua Bacia de atracação de um sistema de contigência de acidentes e vazamentos de óleos de embarcações e de plataformas de petróleo, sendo uma das bases em nosso município. São João da Barra merece um plano de emergência para prováveis catástrofes dessa monta. Ainda fico a questionar os vazios que ficam no subsolo marinho após as explorações, mas isso é assunto para outro dia...

Um comentário:

Anônimo disse...

Quando se permite a construção de um porto do lado de uma futura apa e no meio de várias lagoas, quem vai ligar prum derramamento de óleo? Pesca? Pesquem muito porque pela quantidade de barco que vai passar pelo Mar de São João da Barra nenhum peixe vai ficar alí, passaros também não, barulho, poluição visual, do ar, da água. Esses pássaros migratórios vão ter que procurar outro lugar para viver. Salve desenvolvimento!!