domingo, 11 de maio de 2008

CAJU - HISTÓRIA , CURIOSIDADES E PESQUISA

Fruta de mil e uma utilidades, tem história e que combate até a DENGUE O Caju, nome proveniente do tupi-guarani, aca-iu ou acayu tem o significado de ano, onde os indígenas contavam a sua idade a cada safra. Fruto nativo dos tabuleiros e dunas do Brasil, sempre visinho ao mar, é de André Thevet, em 1558, a mais antiga descrição do fruto, comparado por ele a um ovo de pata. Do caju tudo é aproveitado, o suco, o bagaço, castanha, a casca da árvore, folhas, flores, a madeira e aquele “visgo” conhecido das crianças que costumavam retirar dos galhos e derreter para fazer “cola de cerol” para pipas. Entretanto é amêndoa tostada do caju (que é o fruto), o artigo de grande interesse no mercado mundial, devido ao seu elevado valor nutritivo. Quem nunca comprou um saco de castanha em Cajueiro ou na praia, de um “muxuango” de nariz sardento, de pele enrugada pelo sol com cestinha de vime e chapéu de palha?. Esta pode ser consumida ao natural com sal ou não, ou usada no preparo de doces, farinhas, etc. O histórico de pés de caju na região sanjoanense é que estas já poderiam existir em nossas terras, mas o seu plantio para fins econômicos foi intensificado com mudas trazidas do Nordeste, isso não há dúvidas. As mudas se adaptaram tão bem ao clima e solo sanjoanense que em 1948 a produção de cajus foi tanta que o Prefeito sanjoanense Rafael Pereira Mayerhofer foi solicitado pelo Secretário do Estado de Agricultura Edgard Teixeira Leite para que enviasse 5.800 castanhas de cajus e 89 sacos de sementes de ingazeiros para a Fazenda Italva, onde aquela Secretaria de Estado pagou a quantia de Cr$3.225,60 cruzeiros à prefeitura (Jornal “A Evolução , ano XXV, 23 de maio de 1948, pág. 01). Um fato relevante é que, após a manifestação da praga da mosca branca em meados de 2006 nos campos de cajueiros de todo o município, dizimando milhares de pés de caju, esta praga vem sendo monitorada, combatida e neutralizada graças à parceria do Governo Carla Machado feita com núcleos de pesquisas de universidades da região e atualmente se vê que uma pequena parcela de pés de caju nativo está regenerando de forma espetacular com novos brotos. Para alavancar a produção e manter a tradição do cultivo do caju, a Secretaria de Agricultura do Governo Municipal Carla Machado ainda promoveu a distribuição monitorada de pés de caju anão para produtores interessados na cultura, num imenso programa de cultivo desta espécie no município. A grande novidade nacional é que foi recentemente descoberta por laboratórios de pesquisa no nordeste (Fundação Pesquisa do Estado do Ceará) que a “goma” dos pés de caju está servindo como remédio para o combate do mosquito da Dengue. É que no tronco do cajueiro, Anacardium occidentale, há uma resina conhecida como “goma arábica” que tem a função de repelente de insetos. Na seiva da casca há um corante indelével, que no saber popular é conhecido como um anticoncepcional. Esperamos em breve contar com a difusão deste remédio natural para o combate do mosquito da dengue. Será que a aroeira, também abundante em São João da Barra, poderia conter prorpiedades parecidas? André Pinto Publicado no Jornal Quotidiano Jovem, ano II n.º 14 em 09/05/08, na coluna de Andre Pinto, intitulada “Ambientalmente”.