domingo, 11 de maio de 2008

PORTO DO AÇU E AS MATÉRIAS DO JORNAL ESTADÃO-SP E OUTROS

MATÉRIAS JORNALÍSTICAS VEICULADAS NO JORNAL ESTADÃO-SP E OUTRAS MÍDIAS SOBRE O PORTO DO AÇU.
(AS MATÉRIAS COMEÇAM DAS MAIS RECENTES PARA AS MAIS ANTIGAS.)
EBX anuncia investimentos de R$ 40 bilhões em São João da Barra
Trinta empresas nacionais e estrangeiras assinaram protocolo de intenções para investirem R$ 30 bilhões na retroárea do porto do Açu, em São João da Barra. O anúncio foi feito pelo presidente do grupo EBX, o empresário Eike Batista, que passou a manhã desta quarta-feira (25) no município acompanhado da prefeita Carla Machado. Ele anunciou também que o grupo italiano Techint irá investir em torno de R$ 10 bilhões na instalação de uma siderúrgica que produzirá chapas de aço e tubos.O empresário elogiou o seu próprio empreendimento, dizendo que o Complexo Logístico e Portuário do Açu, avaliado em R$ 6 bilhões, se trata de um dos mais modernos nas regiões Sul e Sudeste do país e causará uma revolução no Norte Fluminense, numa extensão de 100 quilômetros, tornando-se uma referência mundial em tecnologia portuária. Eike ressaltou a importância da unidade termelétrica de 2.100 MW a ser instalada na retroárea, planejada para fornecer energia a todas as empresas que irão funcionar na região."O que os empresários querem hoje é energia. Um dos pilares para se definir um investimento é exatamente esse", conta o empresário. De acordo com a empresa serão investidos na termelétrica US$ 4,1 bilhões. O empreendimento tem como meta principal exportar 26,6 milhões de toneladas de minério de ferro até 2011, volume que duplicará a 53,2 milhões em 2014. A construção começou em outubro do ano passado e emprega 1.500 trabalhadores, mais da metade da mão de obra são moradores de sanjoanenses.Durante a entrevista coletiva, o presidente do grupo EBX elogiou o apoio que o empreendimento tem recebido da prefeitura. "Tem sido muito importante para nós essa retaguarda do poder público. A prefeita Carla não economiza esforços no sentido de trazer desenvolvimento ao município", diz ele. A prefeita aproveitou a deixa e sugeriu ao empresário que invista cada vez mais no município. "Temos uma parceria importante com as empresas X. Parceria que vai garantir qualidade de vida a população", disse ela.CerimôniaApós a coletiva à imprensa, Eike Batista participou de um almoço emum restaurante da cidade, e foi homenageado com a medalha Barão de SãoJoão da Barra, a principal honraria do município. “Meu pai é conhecido como o barão de Jucu. Agora estou me equiparando a ele”, brinca Eike, que complementa “Muito obrigado por essa homenagem. Só beijando a medalha para mostrar toda a minha gratidão”, enfatiza.A ex-governadora do Rio, Rosinha Garotinho, o presidente da Cedae, Wagner Victer, o diretor da MMX, Adriano Vaz, presentes no evento, foram homenageados por todo o esforço na implementação do empreendimento. Victer levará para o Rio a homenagem que também recebeu o governador Sérgio Cabral que não pode estar presente. Além do vice-prefeito Genecy Mendonça, de autoridades e empresários locais, a cantora Joanna que fez um show ontem em São João da Barra também participou da cerimônia. Parte da diretoria do Grupo EBX acompanhou o presidente que chegou pontualmente ao município às 11h30:Rodolfo Landim – Presidente e Membro do Conselho da OGX;Paulo Mendonça – Diretor de Exploração e Perfuração da OGX;Fabio Navajas – Diretor de Real State da EBX;Fabio Lage – Diretor de Implantação da MMX Minas Rio;Andrea Pereira – Relações com Investidores da MPX;Nilson Brandão – Relações com Investidores EBX;Adriano Vaz – Diretor de Administração e Meio Ambiente da MMX;Equipe do escritório de São João da Barra:Romeu Rodrigues – Gerente Geral do Porto do Açu;Humberto Ribeiro – Gerente de Manutenção;João Humberto – Gerente de Obras;Dário Santos – Gerente de SSO;Marcos Machado – Gerente de Meio Ambiente e Relação com Comunidade;Paulo Bonelli – Coordenador Administrativo;Caroline Costa – Assistente Administrativa;Laiz Kropf – Assistente Administrativa;Adolfo Brandão – Supervisor de Segurança Patrimonial;Leonardo Serra – Assistente de Segurança Patrimonial;
Eike negocia 30% da LLX por US$ 1 bi *Irany Tereza e Mônica Ciarelli A exemplo de outras empresas do grupo EBX, de Eike Batista, a LLX, subsidiária de logística, terá 30% de seus projetos, avaliados em US$ 3,5 bilhões (cerca de R$ 5,8 bilhões), vendidos a um sócio estratégico, informou ao Estado o presidente da empresa, Ricardo Antunes. A previsão é de que a venda seja efetivada até o final de 2009. A LLX administra três projetos de construção de portos, dois no Rio (Sudeste e Açu) e um em São Paulo (Peruíbe). A empresa é vinculada à MMX - braço de mineração do grupo - e teve, em julho do ano passado, 15% de suas ações preferenciais compradas por um fundo de pensão canadense por US$ 185 milhões. Até julho, a LLX espera concluir o processo de listagem na Bovespa, que teve de ser redesenhado depois que a mineradora Anglo American comprou parte da MMX. Ricardo Antunes - que comandava o escritório da Vale na Bélgica - iniciou sua participação no grupo de Eike como diretor da MMX. "Percebemos logo que não dava para tocar projetos em mineração sem uma empresa de logística. Investir em logística reflete diretamente no aumento do PIB do País", ressalta o executivo. O Porto do Açu, na cidade de Barra Mansa, é o projeto em fase mais adiantada. O início das operações está previsto entre o fim de 2009 e início de 2010. Instalado em uma área de 78 mil km², o complexo abrigará pólos industriais. A empresa de energia do grupo, a MPX, alugou uma área de 5 mil km² quadrados e aguarda licenciamento ambiental para construir três usinas térmicas a carvão, cada uma com capacidade de geração de 700 megawatts (MW) de energia, num investimento de R$ 3,5 bilhões. Do total de 2,1 mil MW produzidos, 150 MW ficarão reservados para utilização do porto."A MPX estuda, ainda, a construção, naquela área, de módulos de usinas a gás com capacidade total de 4 mil megawatts. Será uma região com um seguro antiapagão", brinca.O executivo não revela nomes das empresas com as quais está negociando, mas admite que há indústrias interessadas em se instalar no local. Segundo ele, em até 90 dias será divulgado um acordo para a entrada de uma siderúrgica estrangeira, fabricante de tubos e laminados, com capacidade de produção de 3,6 milhões de toneladas/ano e investimento estimado entre US$ 4,5 bilhões e US$ 5 bilhões. O projeto prevê ampliação de capacidade para 10 milhões de toneladas/ano. Há também projeto de atrair uma montadora de veículos. Uma das candidatas seria a japonesa Toyota. O governador do Rio, Sérgio Cabral, em recente viagem à Coréia e ao Japão, visitou montadoras para incentivar a vinda para o Rio. "Não diria que há negociações. Ainda estamos em fase de sondagem com um grupo de cinco montadoras, européias e asiáticas", comentou Antunes. Além do Porto do Açu, a LLX está construindo outros dois complexos portuários. O de Peruíbe, em São Paulo, ainda aguarda licenciamento ambiental e será voltado para a exportação de minério e produtos agrícolas da região Centro-Oeste. O projeto inclui terminal de contêineres, mas não abrigará indústria pesada, como no Açu. Outro porto fica em Itaguaí, no Rio de Janeiro.
Complexo do Açu já muda a vida no norte do Rio
Emprego deve crescer na região, mas impacto na segurança e no meio ambiente preocupa
*Alberto Komatsu Aos 68 anos, a pensionista Cecília Machado França jamais havia visto um movimento tão grande de caminhões na estrada onde mora. Nascida em São João da Barra, no litoral norte fluminense, ela ainda não se acostumou com o tráfego intenso diante da porta de sua casa, a cerca de dois quilômetros da entrada do que será o Complexo Portuário do Açu, investimento de US$ 2,5 bilhões que começa a ser erguido. São 160 caminhões por dia que trafegam carregados de argila para firmar o terreno de algumas áreas que abrigarão imóveis e máquinas."Já está dando para comprar uma carne um pouco melhor", diz Cecília, que tem dois filhos e três genros ex-lavradores trabalhando no porto. Ao lado de seu terceiro filho, Roberto, lavrador de 34 anos, ela diz que, no início, tinha receio das obras e medo de se mudar. "O pessoal (do porto) veio aqui e falou que a vida vai melhorar e que vai ter muito emprego."O dono do empreendimento, o empresário Eike Batista, já negocia investimentos de pelo menos US$ 12 bilhões só para a instalação de uma siderúrgica. Uma montadora e uma termelétrica também deverão integrar o projeto, que já rende bons resultados para estabelecimentos comerciais locais e até uma cooperativa de costureiras. Moradores foram beneficiados com as melhorias da estrada de terra que leva ao porto, que antes tinha alagamentos.Letícia Barreto Gomes, vendedora de uma loja de rações, diz que as vendas aumentaram 10% desde o início das obras. A Costurarte, cooperativa de costureiras, negocia com a LLX para produzir uniformes para os funcionários do projeto. Para autoridades e acadêmicos, a enorme quantidade de trabalhadores que viverão temporariamente nas proximidades de São João da Barra preocupa. O receio é com segurança, prostituição e aumento do custo de vida.A prefeita local, Carla Machado (PMDB), negocia com a LLX a construção de alojamentos com infra-estrutura para evitar a aproximação dos trabalhadores das pessoas que moram perto do porto. "A idéia é que eles venham a intervir na cidade da menor maneira possível."O gerente de operação portuária da LLX, Romeu Rodrigues, estima que serão 1,5 mil trabalhadores no pico das obras. Atualmente, já trabalham cerca de 800 pessoas. MEIO AMBIENTEEntre especialistas de meio ambiente, porém, a preocupação é com o impacto na área de restinga, vegetação predominante no entorno do porto. "A termelétrica terá capacidade para 2 mil Megawatts (MW). É mais do que as usinas de Angra 1 e 2 juntas. Você não gera energia nessa quantidade impunemente", diz o professor de educação Ambiental do Centro Federal de Educação Tecnológica de Campos dos Goytacazes (Cefet), Hélio Gomes Filho.Segundo ele, o receio é o de haver uma mudança na temperatura da água do mar, que será utilizada para resfriar as máquinas da termelétrica. O integrante da ONG Cidade 21, Roberto Moraes, diz que as pedras a serem usadas na construção virão de uma pedreira adquirida pela LLX em Campos, no morro de Itaoca. Ele receia o aumento de tráfego dos caminhões em Campos e região. A areia que será retirada do fundo do mar para o porto receber navios de grande porte também preocupa.Romeu Rodrigues, gerente da LLX, diz que cerca de 30% da área total do porto, de 7,8 mil hectares, será de preservação ambiental. Para cada árvore extraída da restinga, serão replantadas cinco.
Eike negocia com Tata nova montadora de carros no País
Negociação inclui instalação de fábrica em porto no Rio e compra de parte de mina em MG *Alberto Komatsu, RIO
O empresário Eike Batista negocia com o grupo indiano Tata a instalação de uma montadora de automóveis no complexo portuário do Açu, empreendimento no litoral fluminense de seu grupo, EBX. De acordo com ele, a construção da fábrica é a contrapartida para os indianos comprarem até 50% das minas de minério de ferro de sua empresa de mineração, a MMX, em Serra Azul, Minas Gerais. Conhecidas como sistema AVG, as jazidas foram adquiridas em julho do ano passado por US$ 224 milhões. "O Grupo Tata é incrível. Eles fabricam desde o aço até seus automóveis. Se eles se comprometerem a fazer um investimento no Porto de Açu, isso abre espaço para a gente vender um pedaço de uma mina de ferro", afirmou o terceiro homem mais rico do Brasil, segundo a Revista Forbes, com fortuna estimada em US$ 6,6 bilhões. Eike recebeu ontem o prêmio personalidade do ano da Associação Brasileira de Propaganda (ABP) no hotel Copacabana Palace, no Rio. O empresário disse que a Tata fez uma oferta hostil pelo sistema AVG, mas não revelou o valor. Segundo ele, sua preferência ao vender ativos de mineração é repassar ao comprador 30% das ações. Mas essa proporção varia de acordo com o porte e o interesse do investidor. "É óbvio que, dependendo do tamanho do sócio, o compromisso pode chegar a 50%."Em janeiro, a MMX já havia vendido parte de suas ações em dois complexos de mineração: os sistemas Minas-Rio e Amapá, por US$ 5,5 bilhões, para a Anglo American. A MMX tem outro ativo no setor de mineração que já atraiu o interesse de outros investidores, segundo Eike. É o sistema Corumbá, com reservas de minério de ferro estimadas em 88,6 milhões de toneladas, localizada em Mato Grosso do Sul. O nome dos interessados, no entanto, não foram revelados. Questionado se pretende sair da mineração para se concentrar na área de exploração e produção de petróleo, seu mais novo foco de interesse, Eike negou. "A MMX, apesar de termos vendido parte dos ativos, continua tão grande quanto a parte vendida. Então, a mineração continua sendo um foco gigante da companhia", disse. Em novembro do ano passado, Eike desembolsou R$ 1,4 bilhão para comprar 21 blocos de exploração de petróleo, durante leilão realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), por meio de sua empresa de exploração e produção de petróleo, a OGX. O Grupo Tata, que não tem representação no Brasil, foi procurado via e-mail, mas não respondeu até o fechamento dessa edição. O único investimento da Tata no País é a Tata Consultancy Services (TCS), empresa de tecnologia da informação com escritórios em São Paulo e na Bahia.No setor automotivo, o grupo indiano, por meio da Tata Motors, ganhou notoriedade mundial ao anunciar o carro mais barato do mundo, o Nano, que deve custar US$ 2,5 mil.Em fevereiro do ano passado, a Tata Motors e a Fiat anunciaram intenção de produzir uma picape na fábrica da montadora na Argentina, um investimento de USS 80 milhões. Boa parte da produção seria exportada para o Brasil.O início da produção estava previsto para fim de 2008 ou início de 2009, mas o plano não deve ser levado adiante. Segundo fontes do setor automotivo, a Tata e a matriz italiana da Fiat - que comandava as negociações com o grupo indiano - concluíram que o negócio não é viável. Por enquanto, nenhuma das partes declarou oficialmente o fim do projeto, o que é esperado para ocorrer em breve.HOTEL GLÓRIAJá o empresário Eike tem ainda outros negócios em diferentes setores da economia brasileira. Ele anunciou no mês passado a aquisição do Hotel Glória, um dos mais tradicionais do Rio, por R$ 80 milhões. O objetivo é tornar o imóvel, que abrigará a sede do grupo EBX, "mais luxuoso" do que o Copacabana Palace, disse. Recentemente, ele inaugurou o barco Pink Fleet, para passeios turísticos e capacidade para 450 pessoas, marcando sua estréia na área de turismo. O complexo portuário do Açu faz parte do sistema MMX Minas-Rio, que além do porto abrange as minas de ferro e um mineroduto de 525 quilômetros de extensão. O projeto deve entrar em operação em setembro de 2009. O grupo ítalo-argentino Techint já demonstrou interesse em investir US$ 3 bilhões para construir uma siderúrgica nesse complexo.
*COLABOROU CLEIDE SILVA Portos e energia no Brasil são problemas para mineração--Eike
*ANDREI KHALI - REUTERS RIO DE JANEIRO - Portos congestionados e energia mais cara representam os principais problemas para as áreas de minério e metais no Brasil, afirmou à Reuters o empresário Eike Batista. Prestes a vender dois projetos de extração de minério de ferro para a Anglo American Plc, por 5,5 bilhões de dólares, o empresário investe em dois portos e outras instalações de infra-estrutura, além de projetos de energia, como forma de incrementar o setor de mineração no Brasil. "Os portos do país se parecem com o que a telefonia era na época dos telefones de disco. Só que o mundo já está mais à frente, trabalhando com a banda larga", afirmou durante o Summit de Mineração da Reuters, que está sendo realizado esta semana. "Estamos falando sobre a era dos dinossauros. A maior parte dos portos é rasa demais para os embarcações maiores de minério. Vamos fazer portos multifuncionais com ancoradouros de 18 metros de profundidade suplementar, portos com sua própria indústria de base." A China e a Índia, parceiros do Brasil na condição de principais mercados emergentes do mundo, já deram o exemplo a esse respeito, afirmou. Presidente da MMX Mineração, Eike disse que apesar de ter aceitado vender o controle dos projetos de mineração para a Anglo, com uma participação no porto de Açu, no Estado do Rio de Janeiro, que está construindo, vai manter o controle sobre o porto. "A logística é algo imbatível, é o catalisador de qualquer projeto", afirmou. "Já temos 20 bilhões de reais em memorandos de intenção de investimento apresentados por parceiros." TECHINT, TATA E JFE Segundo Eike, negociações para envolver no projeto a fabricante de aço italiano-argentina Techint, que poderia construir uma fundição de aço na grande área industrial do porto de Açu, estão avançadas. "Eles interessam-se pela importação de carvão e pela exportação de aço. Também estamos mantendo conversações com outros parceiros. Há uma tendência de que as empresas estrangeiras de aço venham para o Brasil, para ficarem perto das reservas de minério de ferro. Identificamos três empresas que podem ainda avançar a esse respeito: a Techint, a Tata e a JFE-Kawasaki." Com uma fortuna de 6,6 bilhões de dólares Eike ingressou neste ano na lista da revista Forbes com as 200 pessoas mais ricas do mundo, e pretende construir um outro superporto mais ao Sul, entre São Paulo e o Rio de Janeiro. Outra fatia importante dos seus negócios é a energia, atuando hoje no desenvolvimento de vários projetos de usinas alimentadas por gás, carvão e diesel. "A energia sempre foi um problema aqui. Uma grande dificuldade é o custo da energia. A única forma de solucionar isso para os setores da mineração e dos metais é investir na geração de energia." Ele também diversificou seus investimentos e passou a aplicar na extração de gás e petróleo, roubando a cena no leilão concessões do governo realizado em novembro. O executivo gastou mais de 1 bilhão de dólares para investir em áreas onde espera encontrar petróleo e gás natural dentro em breve. A extração, segundo prevê, começaria dentro de até quatro anos. A empresa criada para o setor de energia, a OGX, prepara-se para realizar uma oferta pública inicial de ações para arrecadar até 2,5 bilhões de dólares em maio ou junho. CAVIAR No entanto, apesar de ter vendido os projetos para a Anglo e de ter diversificado seus investimentos, Eike continua a manter uma forte presença no setor de mineração, com 700 milhões de toneladas em reservas de minério de ferro e uma produção planejada para 2011 de mais de 25 milhões de toneladas. A mina de ferro de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, deve mais do que triplicar suas reservas dentro em breve, passando de 63 milhões de toneladas para mais de 200 milhões, afirmou. "E esse é o caviar beluga do minério, uma parte de fácil acesso. A gente pega o minério com as próprias mãos." O empresário estuda a possibilidade de vender 49 por cento da mina de Corumbá para um parceiro, no futuro, mas disse que continuaria a manter o controle sobre o negócio. O local deve passar das atuais 3 milhões de toneladas ao ano para algo em torno de 10 milhões de toneladas anuais em 2011-2012. (Edição de Denise Luna) MPX investirá em geração de energia solar
*MÔNICA CIARELLI - Agencia Estado
RIO - A MPX, empresa de energia do empresário Eike Batista, vai investir em projetos de geração via energia solar no Brasil e na América Latina. Hoje Eike anunciou parceria com a chinesa Yingli Solar para a construção de fábrica de painéis solares. A unidade piloto de equipamentos para captar a energia do sol será instalada na área onde está sendo construído o Porto de Açu, na região norte fluminense. A unidade, prevista para 2009, terá capacidade instalada de 50 megawatts. Mas os planos de Eike Batista são mais ambiciosos. O empresário acredita quem até 2015, a fábrica produzirá mil megawatts, o que representa 25% da necessidade anual brasileira de ampliar a geração de energia para atender o crescimento do consumo."Acreditamos que a MPX vai se transformar em uma gigantesca empresa de energia renovável no futuro", disse. Fazendo um paralelo com a tecnologia de terceira geração da telefonia celular, ele comentou que a geração solar é uma espécie de 3G do ramo de energia. O empresário é enfático ao afirmar que a geração solar é a única que terá seu preço reduzido ao longo do tempo - hoje, ela é uma das mais caras. Eike e empresa chinesa querem produzir energia solar no Brasil
*REUTERS
RIO DE JANEIRO - O empresário Eike Batista quer viabilizar o uso da energia solar no Brasil e para isso fechou uma parceria com a chinesa Yigli, uma das maiores produtoras de painéis fotovoltaicos do mundo, visando atender o mercado brasileiro e de toda a América Latina. A energia solar hoje é um das mais caras, com o megawatt em torno dos 240 dólares enquanto a hidroeletricidade, fonte de maior peso na matriz elétrica brasileira, gira em torno dos 50 dólares. Para o empresário, a tendência é de que essa diferença diminua substancialmente ao longo dos anos. "Tenho total confiança que em 2015 estaremos cuspindo mil megawatts de energia solar", afirmou, estimando que já em 2011 a energia solar deverá custar a metade do que custa hoje. Uma planta piloto de equipamentos para captar a energia do sol será instalada na área onde está sendo construído o Porto de Açu, no Rio de Janeiro, projeto da LLX, empresa de logística de Eike. A produção inicial, prevista para 2009, será para uma capacidade instalada de 50 megawatts. "A energia solar é a única que terá seu preço reduzido ao longo do tempo, as outras só tendem a subir", declarou o empresário que nos últimos anos vem conquistando posições relevantes em setores como mineração, petróleo, gás, energia e entretenimento. Segundo Eike, a empresa chinesa entrará na parceria com tecnologia enquanto a MPX irá comprar os terrenos para instalação dos painéis fotovoltaicos e da planta de produção. A energia produzida terá sua comercialização compartilhada. Como locais prováveis para a instalação dos painéis Eike citou o Nordeste; o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais; e áreas ao longo de linhas de transmissão de energia. A MPX, braço de energia elétrica da EBX, holding que reúne as sete empresas do grupo, possui nove projetos de energia em implantação baseados principalmente em termelétricas a carvão. Segundo Eike, a tendência é de que com o tempo essa fonte ceda lugar à energia solar, menos poluente. "A MPX vai se transformar em uma gigantesca empresa de energia solar", previu o empresário. (Reportagem de Denise Luna) Ele quer ser o homem mais rico do mundo
Com uma fortuna de US$ 16 bi, Eike Batista quer deixar Bill Gates para trás
*Nilson Brandão Junior e Márcia Vieira O empresário Eike Batista, 51 anos, dono de uma fortuna estimada em US$ 16 bilhões, está rindo à toa. Bastante vaidoso, parece feliz com o reconhecimento das recentes jogadas bilionárias que fez no mundo dos negócios. Por causa delas, vem aparecendo mais na mídia, às vésperas do carnaval, do que a ex-mulher Luma de Oliveira, que já foi musa da festa. Agora, Eike prepara-se para ser garoto propaganda de um extenso road show global para levantar recursos para um fundo que investirá no Brasil, costura a entrada dos japoneses da Sumitomo no grupo, finaliza a compra de três minas de carvão no exterior e amarra a instalação de uma siderúrgica na área do seu Porto do Açu, no norte do Rio."Vou ser o maestro da orquestra. Você não vai a uma filarmônica sem um maestro legal. Eu tenho de ir pessoalmente a esse road show", disse ao Estado. O projeto parece megalomaníaco, como os demais em que o empresário se envolveu. Ele quer montar um fundo de private equity (participação em empreendimentos) injetando US$ 2 bilhões do próprio bolso e captando de US$ 13 bilhões a US$ 18 bilhões com investidores internacionais. Apesar da possível recessão nos Estados Unidos, ele acredita na viabilidade do projeto, programado para ir para a rua em meados do ano. "Vai dar certo", ele aposta.Eike é considerado um tomador de risco nato e extremamente competitivo. Praticante de offshore, uma forma de corrida de lanchas de alta velocidade, orgulha-se de ter batido o recorde da travessia entre Santos e Rio, um trajeto que completou em 3h01m47s, mais precisamente entre a Ilha da Moela, na cidade paulista, e o início da Praia de Copacabana. O recorde foi quebrado numa terça-feira, em janeiro de 2006. Ao terminar a corrida, disse que a sensação era parecida com a de ser um milk shake no liqüidificador, por conta da alta velocidade.Um dos seis filhos do ex-ministro das Minas e Energia do governo João Goulart e ex-presidente da Vale, Eliezer Batista, Eike começou a ganhar dinheiro comprando e vendendo ouro e com a produção de metal na Amazônia. Nos anos 80, virou acionista da canadense TVX Gold, empresa da qual saiu no fim dos anos 90, com perto de US$ 1 bilhão no bolso. Foi a primeira vez que ganhou tanto dinheiro. Por ser filho de Eliezer, sobraram críticas de que ele seria supostamente privilegiado por dicas que teria pela proximidade com o pai.O empresário, que morou dos 12 ao 23 anos na Alemanha, país onde nasceu sua mãe, nega a versão e afirma que ele e os irmãos - Dietrich, Helmut, Lars, Werner e Monica - sempre foram mantidos afastados da vida profissional do pai. "Isso é um mito total. Essas minas de ferro que ele comprou para montar a MMX não têm segredo algum que tinha minério ali. Todo mundo sabia", diz um empresário amigo de Eike.Para pessoas próximas a Eike, parece claro que, mesmo não tendo sido beneficiado, ele teve o privilégio de conviver com o pai, considerado um dos maiores formuladores de projetos em infra-estrutura do País.Depois de deixar o setor de ouro, Eike diversificou e partiu para novas frentes, invariavelmente começando do zero, vendendo a idéia para investidores potenciais e atraindo parceiros estratégicos, não raro, inicialmente com até 30% do negócio. Nos últimos três anos, avançou no desacreditado setor de mineração, onde criou a MMX. Há duas semanas, uma parte significativa da empresa foi vendida por US$ 5,5 bilhões para a Anglo American, empresa com capital sul-africano e inglês, que já havia entrado na fase inicial do projeto.Hoje o grupo atua nas áreas de mineração, energia, petróleo e logística, respectivamente, com as empresas MMX, MPX, OGX e LLX - a letra final representa um "fator de multiplicação", diz ele. A holding do grupo chama-se EBX. Apenas nos últimos três meses, Eike ofuscou a Petrobrás num leilão de poços de petróleo, ao comprar 21 blocos por R$ 1,4 bilhão, abriu o capital da MPX captando R$ 2,03 bilhões, vendeu um naco da MMX e ainda inaugurou o Pink Fleet, barco para passeios turísticos na Baía de Guanabara, acompanhado da atual namorada, Flávia Sampaio."Esse ativo foi vendido até com o objetivo de mostrar para todo mundo e calar muita gente sobre isso. Solidifica o que a gente faz", diz o empresário, que, entre outras vaidades, ostenta cinco automóveis importados na garagem. Eike, que habitualmente trabalha de calça jeans, camiseta básica ou social azul clara, blazer e tênis, julga ser o homem mais rico do País e provavelmente o 30º do mundo - embora as listas existentes ainda não o incluam. Segundo o último ranking da Revista Forbes, o brasileiro mais rico é o banqueiro Joseph Safra (US$ 6 bilhões). E emenda sorrindo: "Meu objetivo é passar o Bill Gates em cinco anos. O Brasil tem de ser o número um."
MMX negocia trecho de ferrovia com a Vale
*AE - Agencia Estado BELO HORIZONTE - Poucos dias depois de anunciar um plano de reestruturação que inclui a venda de ativos de mineração para a Anglo American por US$ 5,5 bilhões, o empresário Eike Batista revelou ontem que a MMX está em negociação com a Vale, controladora da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), para assumir um trecho entre as cidades de Campos (RJ) e Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto (MG), que atualmente está desativado. "Hoje, eles (Anglo American) vão se concentrar mais na parte de mineração e nós vamos nos concentrar mais na parte de logística?, diz Eike. Segundo o empresário, a MMX está em negociações para reativar o trecho, completando o ramal entre Campos e o Porto de Açu, no Rio. "Isso vai ajudar Minas Gerais a ter um novo corredor de porte mundial", afirma. Para Eike, os sistemas Minas-Vitória e MRS "estão razoavelmente ocupados?. De acordo com o empresário, o projeto também inclui a abertura de um ramal entre Campos e o Porto de Açu. Seria um novo corredor com grande potencial para a exportação que poderia ter como clientes a Fiat e a Iveco, entre outras companhias instaladas no Estado. "É um trecho importante, que teria carga suficiente para ser viável?, avalia. A recuperação dessa linha, que teria aproximadamente 650 quilômetros de extensão, demandaria investimentos de R$ 2,5 bilhões. A expectativa é que a linha entre em operação juntamente com o Porto de Açu, dentro de três anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Compra da MMX pela Anglo deve estar concluída em até 3 meses *DENISE LUNA - REUTERS RIO DE JANEIRO - A operação de compra de parte dos ativos da MMX do empresário Eike Batista pela Anglo American acontecerá em etapas, sendo a primeira a cisão da companhia em três novas empresas: uma controlada pela Anglo, a NewCo, e duas que permanecem com o grupo EBX, uma de logística e outra com ativos remanescentes da MMX. "A Newco vai receber duas das quatro minas de minério de ferro da antiga MMX, o sistema Amapá e o sistema Minas-Rio, e vai fazer uma oferta ao mercado para recomprar ações dos minoritários pelo mesmo valor que pagaram ao Eike", explicou o diretor jurídico da MMX, Paulo Gouvêa. A MMX e a Anglo anunciaram nesta quinta-feira um contrato preliminar de negociação exclusiva pelo qual a mineradora sediada em Londres vai pagar 5,5 bilhões de dólares por parte da MMX, ou 361,12 dólares por ação. O empresário brasileiro receberá o correspondente a 68 por cento desse total. Além disso, terá direito a royalties a partir de 2023 no sistema Amapá e depois de 2025 no sistema Minas-Rio. "No final das contas, o acionista que tinha uma ação da MMX vai ter três ações, a que já tinha, uma da LLX e outra da Newco", disse Gouvêa, que estima em dois ou três meses o prazo para concluir a operação e mais um mês para a oferta pública. Toda a estrutura de logística do grupo continuará com Eike Batista, concentrados na LLX, que também terá seu capital aberto, além de ativos de mineração que permaneceram no grupo, como Sistema Corumbá --em negociação para venda de participação minoritária--, AVG Mineração S.A., a recém-adquirida Minerminas e outros direitos minerários a serem explorados, inclusive no Amapá. "Os ativos que ficam dentro da MMX são maiores do que os que a gente vendeu, vendemos os ativos maduros e vamos desenvolver os novos...é um ciclo de criação de valor que se completa para o acionista", ressaltou o empresário Eike Batista, que disse buscar oportunidades em minério de ferro mas também em bauxita e urânio. Ele disse apostar em aumento de preço de 40 por cento para o minério de ferro este ano. O empresário afirmou que a vocação da MMX sempre foi criar valor para os acionistas, e que em 18 meses aumentou em cinco vezes o valor de mercado da MMX, de 1,5 bilhão de dólares para 7,5 bilhões de dólares. "Nenhuma empresa no Brasil criou valor em tão pouco tempo", ressaltou. LLX NA BOLSA Batista aposta que a empresa de logística LLX vai se tornar a principal do setor no Brasil --hoje dominado pela Log-In--, principalmente pelo mega-projeto do Porto de Açu, no Rio de Janeiro, ligado ao sistema Minas-Rio, e onde serão construídos seis berços de atracação de navios viabilizando um novo pólo de desenvolvimento regional por volta de 2010. "A LLX vai crescer eternamente e por isso é uma 'sardinha' nossa que não será vendida", disse o empresário. Na abertura de capital da LLX serão ofertados 32 por cento dos 85 por cento que a MMX tem na empresa. A previsão é que sejam instaladas siderúrgicas, refinarias, cimenteiras, entre outras indústrias, segundo Batista. Ele admitiu já estar negociando com uma siderúrgica, sem citar nomes, mas que poderá se instalar no complexo do Porto do Açu para produzir até 10 milhões de toneladas de aço bruto. "Faz parte do nosso acordo com a Anglo atrair siderúrgicas, que vai precisar do minério que estará disponível a partir de 2012 no sistema Minas-Rio", destacou. No mesmo local será construído um complexo termelétrico, com capacidade para 6 mil megawatts. Batista informou que já está negociando licenças ambientais para as três primeiras usinas, de 700 megawatts cada uma, que funcionarão a carvão e estarão prontas em 2011. "As outras provavelmente serão a gás, porque vai se achar muito gás nesse país", disse Batista, que há poucos meses se tornou um dos maiores exploradores de petróleo e gás brasileiro ao arrematar várias áreas em leilão do governo. No Porto do Açu, já em construção, o empresário estima investimentos de 700 milhões de dólares, enquanto prevê que as empresas que serão instaladas em torno devem investir algo em torno de 30 bilhões de reais. Sobre a possibilidade de uma crise causada pela redução no crescimento da economia norte-americana afetar seus ambiciosos planos de crescimento, Batista foi taxativo: "Entendo que o ciclo de crescimento da China ainda dura no mínimo 20 anos e de forma robusta, um pequeno decréscimo agora na economia não importa, nossos projetos são para 2010", disse apostando em recuperação no médio prazo. (Edição de Eduardo Simões) Eike Batista quer participar de exploração de urânio no País
Segundo presidente do grupo EBX, já há estudos feitos pelo governo para abrir mercado à iniciativa privada
*Kelly Lima, da Agência Estado RIO - O presidente do grupo EBX, Eike Batista, afirmou nesta segunda-feira, 10, que tem interesse em participar da exploração de urânio no Brasil, seja em parceria com o governo ou investimento privado individual. Segundo ele, já existem estudos feitos pelo governo para abrir este mercado à iniciativa privada. Hoje, a exploração do urânio é monopólio do Indústrias Nucleares do Brasil (INB). "O Brasil está entre as quatro maiores reservas do mundo desse minério e tem que explorar isso, tem que deixar o investidor monetizar essas reservas", disse Batista em entrevista após deixar o seminário Novos investimentos - o Rio respira negócio$, realizado nesta segunda na sede da Federação das Indústrias do Rio (Firjan). Na opinião do empresário, o fato de o Brasil já dominar o ciclo completo da produção da cadeia nuclear, desde a extração do urânio até o enriquecimento do produto, utilizado como combustível das usinas nucleares, justifica a entrada de empresas privadas no negócio. "O futuro do país está na construção de ovas usinas. Essa aprovação para dar continuidade à Angra 3 já demonstra um mercado potencial para mais urânio do que o volume explorado hoje", comentou. Indagado sobre os problemas ambientais envolvidos no processo de implementação de uma usina nuclear, e a dificuldade para descartar os resíduos dessas plantas, Eike Batista minimizou brincando com os jornalistas: "Não há problema algum com isso. A gente manda tudo para a lua, ou enterra numa montanha no meio do Brasil". No seminário, o empresário falou também sobre o Complexo do Porto do Açu. De acordo com ele, o projeto terá uma usina termelétrica que irá, em uma primeira fase, ter capacidade instalada de 1,4 mil MW, enquanto na segunda fase, a unidade irá gerar mais 4 mil MW. Anglo American pagou prêmio de 15% sobre capital da MMX Segundo o presidente da MMX, Eike Batista, preço influenciou o aumento da porcentagem de capital vendido (49%), que seria inicialmente de 30%.
O presidente da MMX, Eike Batista, disse que o prêmio pago pela Anglo American para a aquisição de 49% do capital acionário da companhia foi de 15% sobre as ações negociadas em Bolsa. "Esse foi um fator que influenciou para que aumentássemos o capital vendido", disse, lembrando que anteriormente estavam sendo negociadas 30% das ações. A MMX Mineração e Metalúrgicos S.A. anunciou a venda de 49% do capital da MMX Minas-Rio na segunda-feira. O sistema Minas-Rio é um dos três abrigados na MMX, que agrega ainda os sistemas do Amapá e Corumbá. O valor do negócio chega a US$ 1,15 bilhão. Batista também atribuiu o fechamento do negócio com a Anglo à "empatia" com a companhia. "É um grupo forte, financeiramente, e que deu sustentação aos nossos investimentos no Porto do Açu, que será construído no Norte Fluminense", afirmou em entrevista coletiva realizada há pouco na sede da empresa no Rio. O empresário não descartou a possibilidade de uma parceria com a MMX nos ativos da Anglo na África e nem mesmo a ampliação dos negócios em comum no Brasil. "Não há nada conversado oficialmente ainda, mas todas as possibilidades são estudadas", disse. Por enquanto, pelo que ficou fechado na negociação, o grupo MMX terá participação na exploração das minas em Minas Gerais e Rio, no mineroduto de 500 quilômetros que será construído entre os dois estados, e concederá à Anglo uma pequena participação no porto do Açu. Cuiabá A MMX conseguiu derrubar a liminar judicial que a impedia de construir a usina siderúrgica de Cuiabá e retomou na segunda-feira mesmo as obras, informou Batista. As obras estavam paralisadas desde o dia 10 de abril por ordem judicial. O reinício da obra de US$ 150 milhões deverá atrasar um pouco a entrada em operação do primeiro forno, que está com 90% de sua instalação concluída. Segundo o empresário,a data de entrada em operação foi de 31 de maio para 25 de junho. O forno tem capacidade para produção de 200 mil toneladas de ferro-gusa por ano. Um segundo forno, com a mesma capacidade, entrará em operação no final de setembro. "Esperamos que ambos estejam operando com capacidade plena até dezembro", informou Batista. Além dos dois fornos em construção, o estágio da obra hoje inclui o sistema de tratamento da água a ser consumida, que vai ser reaproveitada após resfriamento e tratamento. A unidade também está reflorestando os 38 mil hectares de área para tonar seus fornos auto-suficientes nos próximos anos. LLX O empresário informou também que a MMX vai abrir capital de sua subsidiária para logística, a LLX, dentro de um ano e meio. Segundo ele, já foi composto um grupo com quatro private equity para consolidar os ativos da empresa e fazer sua avaliação para a abertura do capital. Hoje, a LLX tem em sua carteira apenas o investimento de US$ 500 milhões que será feito na construção do terminal portuário do Açu, no Norte Fluminense, que contempla uma área de exportação de minério, construção de termelétrica e ainda plantas siderúrgicas. Além desse ativo, a LLX deverá incorporar também outras três áreas que estão sendo analisadas pelo grupo no Brasil para a construção de novos portos. As negociações, segundo Batista, estão em andamento e "devem ser anunciadas em breve". Ainda segundo o empresário, a LLX também deverá incorporar uma área de 245 mil hectares na costa norte do Chile, hoje pertencente à EBX, holding que comanda a MMX. A área, que tem 45 quilômetros de costa no Oceano Pacífico, deverá ser disponibilizada também para terminal portuário de exportação e para a construção de usina térmica. A área está localizada no município de Copiapó, a 800 quilômetros de Santiago, bem na entrada do deserto do Atacama. Novas usinas A MMX negocia com siderúrgicas a construção de duas plantas com capacidade para a produção de até sete milhões de toneladas de aço no terminal portuário do Açu, no Norte Fluminense. Batista não quis revelar o nome das empresas que estão negociando, por conta de cláusula de confidencialidade. As duas plantas deverão ser construídas em paralelo à implementação do porto e devem operar a partir de 2010. As unidades, segundo ele, farão parte do complexo portuário que a empresa está construindo no Norte Fluminense, mas não deverão ter participação acionária na MMX. A empresa só deverá entrar com participação na usina termelétrica, a ser construída na mesma área. "Mesmo assim, será uma participação mínima, apenas como indutora do projeto, algo em torno de 10%", disse. Bolívia O empresário admitiu a possibilidade de a companhia voltar a atuar na Bolívia, "desde que seja convidada pelo governo local". No ano passado, a MMX teve que cancelar os investimentos que estava fazendo na produção de ferro gusa na Bolívia, depois de ser acusada de explorar o meio ambiente de maneira inadequada e instalar equipamentos sem autorização do governo. "Fomos inocentados de todas as acusações e estamos negociando uma retomada dos projetos, afinal já temos investimentos feitos lá", disse, lembrando que no total, a MMX aplico na instalação de dois fornos na Bolívia, cerca de US$ 70 milhões. Para iniciar a produção seriam necessários mais US$ 10 milhões. Segundo ele, a planta instalada - semelhante à siderúrgica que está sendo construída em Corumbá - teria ainda projeto de instalação de mais dois fornos, mas esses planos já foram descartados. Na semana passada a empresa foi autorizada pelo governo boliviano a retirar os equipamentos instalados, mas o empresário alega que ainda há negociação. "Estamos esperando um kit felicidade do Evo Morales, que inclui o convite para voltarmos ao país", disse. A siderúrgica de Puerto Suarez situa-se próxima à rodovia de acesso à fronteira e ao complexo portuário da região.