sábado, 15 de março de 2008

BACIA HIDROGRÁFICA - HISTÓRIA

Apesar de se estender por uma área tão vasta, os diferentes trechos estaduais que compõem o vale do rio Paraíba do Sul, que recorta parte do território de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, no sudeste brasileiro, partilham uma história comum fundamental para o desenvolvimento da região.Estudos arqueológicos mostram que a região, no período pré-colonial, era ocupada por índios, na sua maioria das tribos Tupi e Guarani. Os vestígios encontrados refletem uma história de mais de mil anos, onde o impacto da população indígena na natureza não parecia ser significativo.Com a chegada dos colonizadores, e o início do ciclo do ouro em Minas Gerais (1600), o vale adquire uma importância estratégica como corredor comercial, aproximando o interior de Minas à costa paulista. O vale assistiu assim à construção das primeiras estradas e à formação de pequenos povoados que serviram de suporte aos comerciantes.Esta dinâmica comercial, nos finais do século XVIII, é substituída pelas culturas do café e da cana-de-açúcar, que se expandem por todo o vale. O cultivo do café deu início ao processo de desmatamento e à ocupação extensiva da bacia, determinando um processo de alteração drástica da paisagem regional. Rapidamente, a bacia do Paraíba tornou-se responsável pela quase totalidade da produção cafeeira do país. Em meados do século XIX, o solo começa a apresentar visíveis sinais de cansaço. Estes, aliados ao fim da escravatura e à crescente dificuldade de obter terras férteis, resultam no declínio da cafeicultura. Com esta mudança assistiu-se, por um lado, à expansão da criação de gado leiteiro, e por outro, a uma migração da população rural para áreas urbanas. A agricultura, praticada geralmente sem respeito pela capacidade de uso das terras, é pouco expressiva e representa uma das mais importantes fontes de poluição dos solos e das águas pelo uso descontrolado de fertilizantes e agrotóxicos. A cana-de-açúcar mantém-se a principal cultura na bacia, embora a sua produção comece também a entrar em declínio.A estagnação econômica e social resultante da crise do café e da cana-de- açúcar foi gradualmente superada através de um lento processo de industrialização baseado na boa infra-estrutura de transportes herdada da época áurea comercial. Com o início do século XX, a atividade industrial tornou-se o eixo de desenvolvimento da bacia. O processo de industrialização de São Paulo e a implantação, em 1946, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) na cidade de Volta Redonda/RJ permitiram a integração econômica dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, transformando a bacia num dos eixos de comunicação e desenvolvimento cruciais para a região e para o país, graças às condições excepcionais que oferecia – suprimento de água, energia suficiente, mercado consumidor e fácil escoamento da produção. A expansão e intensificação do desenvolvimento industrial exigiram a construção de novas rodovias, acelerada pela implantação da indústria automobilística, complementando assim o sistema viário já existente.
Fonte: Projeto Marca d'Água ( http://www.marcadagua.org.br/)

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