domingo, 30 de março de 2008

Brasileiros gastam cinco vezes mais água do que o recomendado.

Técnicos do RIO RURAL GEF apreciam o fornecimento de água pura na serra do Imbé ( Norte Fluminense)
Em pesquisa recente da H2C - Consultoria e Planejamento de Uso Racional da Água, notou-se que o brasileiro gasta, em média, cinco vezes mais água do que o volume indicado como suficiente pela Organização Mundial da Saúde – a organização recomenda o consumo de 40 litros diários por pessoa, enquanto no Brasil são consumidos 200 litros dia/pessoa, em média. De acordo com a consultoria, faltam políticas globais de incentivo ao uso racional da água e as iniciativas existentes estão sempre voltadas para o aumento da produção de água, e não para a diminuição do consumo. “Até quando vamos deixar as campanhas de uso racional da água nas mãos das concessionárias; isto é contraditório, porque o negócio delas é vender água. Assim, quanto maior o consumo e, por decorrência, a venda de água, mais as concessionárias lucram”, destaca Paulo Costa, consultor em projetos de Uso Racional da Água. O especialista explica que há alternativas que permitiriam reduzir o consumo de água imediatamente, sem necessidade de novos investimentos. “Programas racionalizadores do uso da água foram empregados com sucesso por cidades como Nova York e Austin, nos EUA, e Cidade do México, por exemplo”, relata Costa. De acordo com o consultor, a Prefeitura de Nova York implementou um programa de incentivo à substituição de equipamentos gastadores de água – bacias sanitárias, especialmente – por outros, racionalizadores. O programa foi implementado, entre 1994 e 1996, com investimento de US$ 240 milhões no incentivo à troca de bacias e válvulas sanitária, permitindo a economia de 288 milhões de litros por dia. Os consumidores passaram a economizar até 35% na sua conta de água mensal. Além disso, os técnicos da prefeitura nova-iorquina constataram também que conservar/economizar 100 milhões de litros de água, por exemplo, sai até 1/4 do custo exigido para captar, tratar e distribuir igual volume de água, ou seja, é muito mais barato racionalizar do que aumentar a produção. Para o consultor as prefeituras, os governos estaduais e federal deveriam começar dando o exemplo. “Se os prédios públicos, as escolas, hospitais adotassem medidas racionalizadoras, seria além de um belo exemplo para a sociedade, uma economia gigantesca no gasto da água. Ele acrescenta que com o dinheiro economizado essas autarquias poderiam investir em campanhas de conscientização através de ações educativas junto à comunidade, esclarecendo sobre as maneiras de evitar o desperdício, as formas de economizar e as fontes alternativas para a captação de água, bem como a diferenciação dos usos da mesma, ou seja: para algumas atividades não há necessidade de utilização de água tratada.
Fonte : REBIA. 25/03/2008.