quinta-feira, 17 de abril de 2008

MPX FAZ REUNIÃO DA UTE COM PROPOSTAS ANIMADORAS

Romeu Rodrigues, gerente do complexo Portuário do Açu e Roberto Brito (ao fundo) esclareceram as dúvidas dos presentes na apresentação pública da Usina Termelétrica do Açu (UTE) no Cine Teatro São João.
A reunião realizada no Cine Teatro São João, Centro, São João da Barra, em 16/04/08, com início às 19 h sobre a apresentação da UTE do Açu foi muito proveitosa em todos os aspectos. Quem não foi, simplesmente perdeu a chance de se preparar para as próximas etapas do processo como a própria Audiência Pública que deverá ocorrer em São João da Barra nos próximos dias. Roberto Brito e Cecília Alarsa da CRA e Romeu Rodrigues, Gerente do Complexo Portuário do Açu, fizeram as apresentações do EIA/RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) do empreendimento do grupo EBX para produção de energia elétrica a partir do carvão importado via o porto do Açu. Com um investimento de R$ 6 bilhões quando estiver em operação, em 2012, irá gerar uma frente de trabalho para 170 funcionários. Destes, 20 serão de engenheiros/administradores, 15 supervisores, 30 operadores com ênfase em mecânica e manutenção, 55 operadores do sistema de geração de energia elétrica e 50 funcionários administrativos.no pico da construção do empreendimento, Brito chega a calcular 2500 empregos oferecidos. Roberto Brito explicou também que o carvão mineral que será importado terá melhor aplicabilidade na UTE do Açu do que o carvão mineral brasileiro que tem muita impureza. Que o carvão, depois de utilizado nos geradores servirá como matéria-prima para indústrias de cerâmica e próprio aterro. Que as esteiras que levam o minério do navio à UTE serão em forma de "clausura" para não emitirem partículas na atmosfera, bem como os pátios de estocagem de carvão mineral terão umidificadores para compactarem o minério ainda cercado com paredes artificiais e cobertura vegetal externa evitando se dissiparem. Que a água consumida sairá do mar por dutos especialmente impermeabilizados contra oxidação pelo salitre e deverá ser devolvida ao mar com uma temperatura em torno de 36 graus Celcius. A área de instalação do porto receberá aproximadamente 600 mil metros cúbidos de aterro para elevar o pátio a altura de 1 metro acima do nível da superfície. A boa notícia é a inclusão da área do Grussaí/Iquipari como área de interesse ambiental, para criação de APA e reserva legal, respeitando-se as faixas marginais de proteção, APP´s etc., segundo obediência à FEEMA. Roberto e Cecília mencionaram ainda, como compensação ambiental, o interesse em recuperação da vegetação nativa em reflorestamento, a manutenção adequada dos aterros de resíduos sólidos para se trabalhar o gás metano neutralizando-o ou aproveitando em geração de energia limpa, sumidouros de co2, etc .
Na parte de capacitação, disse Roberto: "Que os futuros empregados da UTE estão sendo preparados da melhor forma possível, devendo-se dar prioridade para os que residirem e forem domiciliados na AID (Área de Influência Direta) do empreendimento".
Cecília demonstrou por fórmulas matemáticas e projeções por computador que as partículas emitidas na futura chaminé da UTE que deverá ter 200 metros de altura não alcançarão nenhum núcleo urbano, nem mesmo Grussaí que está a 5 km de distância do local indicado para a construção da UTE do Açu e que estas chamainés terão denitrificadores (filtros de nitritos) evitando a expansão de gases para a atmosfera. Com perguntas variadas, o público indagou desde a construção da estrada da pontinha que liga a BR 356 (curva de Grussaí) até a Fazenda Caruara e em seguida Saco Dantas, como deverá ser o aterro da área da UTE, porque os apresentadores da MPX não mencionaram na AID (Área de Influência Direta) a lagoa do Salgado, que tipo de controle estava sendo feito para conter as particulas atmosféricas com a adoção de TAS (Tecnologias Ambientalmente Saudáveis) e que tipo de compensação ambiental seria feita para negociar créditos de carbono nas bolsas de valores e se a MPX está nas Bolsas de Valores, porque não se investiu em energia eólica, porque não se recupera a lagoa de Grussaí que está totalmente poluída, porque a classe pesqueira não teve reunião ainda, se há algum exemplo no mundo de uma UTE igual a esta que estará sendo construída em São João da Barra, etc. Vários segmentos estiveram presentes, a exemplo de Secretarias do Governo Municipal com seus secretários, assessores e diretores, Comissão Municipal para Projetos Especiais do Porto do Açu, ambientalistas, produtores rurais, pescadores, Núcleos de Educação Ambiental, Clubes de Serviço, Pousadeiros etc. Foi oferecido um folder explicativo da construção da Usina Termelétrica do Açu para os presentes, com esclarecimentos básicos sobre o empreendimento. Valeu a pena estar lá nesta noite chuvosa de quarta-feira. *Por André Pinto