quinta-feira, 2 de outubro de 2008

CAMPANHA PARA SALVAR AS ILHAS DO RIO PARAÍBA DO SUL GANHA A ADESÃO DA ONG COCIDAMA DE SÃO JOÃO DA BARRA

Serão aproximadamente 700 ilhas inundadas! A falta de consciência na utilização dos recursos hídricos no vale do Paraíba chegou a um ponto crítico. Além da devastação ambiental resultante do crescimento urbano descontrolado e o abandono da região noroeste do estado do Rio pelas políticas públicas, grandes corporações, aproveitando-se da carência das comunidades ribeirinhas, vêm explorar ainda mais sob a bandeira de um falso desenvolvimento, justificando a extinção do maior arquipélago fluvial do Estado do Rio de Janeiro (Domínio das Ilhas Fluviais) com argumentos de geração de emprego e renda inconsistentes, comprometendo a integridade desse importante recurso hídrico.A construção de 3 hidrelétricas (Itaocara, Barra do Pomba e Cambuci) no rio Paraíba do Sul ocasionará impactos irreversíveis a fauna e a flora da região, o que afetará diretamente as comunidades tradicionais que estão ligadas a pesca. Espécies ameaçadas de extinção, como o cágado-do-Paraíba (Mesoclemmys hogei), único quelônio de água doce brasileiro ameaçado de extinção; as espécies de peixes piabanha (Brycon insignis), o surubim-do-Paraíba (Steindacheneridion parahybae) (endêmico da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul), o caximbau-boi (Pogonopoma parahybae) e o crustáceo lagosta-de-São Fidélis (Macrobachium carcinus), que ainda ocorrem no Domínio das Ilhas, estarão comprometidas. Tais ocorrências ainda são possíveis, pois ainda existe um significativo trecho do Rio ainda não interrompido por barragens hidrelétricas possibilitando assim, áreas de alimentação, abrigo e reprodução para estas espécies. Este importante trecho contínuo, ou seja, não fragmentado, está situado entre a Usina Hidrelétrica Ilha dos Pombos, em Além Paraíba – MG, e a foz do rio Paraíba do Sul, em São João da Barra – RJ, perfazendo um total de 250 quilômetros lineares de trecho ininterrupto.
Uma vez fragmentado, ocorrerá um significativo desarranjo na composição da fauna aquática o que comprometerá a sobrevivência de muitas espécies vegetais e animais.Uma das justificativas para esse impacto ambiental será a geração de emprego para as comunidades da área de influência dos empreendimentos. Vale ressaltar que tais empregos não serão disponibilizados todos ao mesmo tempo, mas sim, de forma escalonada respeitando o cronograma de execução das obras. Uma vez em operação, serão disponibilizados apenas 20 a 30 empregos, por empreendimento, sendo os demais trabalhadores dispensados, voltando tudo a estaca zero.Terminado o período das grandes contratações terá sido estratégico sacrificar o emprego de vários chefes de família ligados a pesca artesanal em função da geração de uma pequena quantidade de energia elétrica? Se considerarmos o contingente de pescadores dos municípios fluminenses Carmo, Cantagalo, Santo Antônio de Pádua, Itaocara, Aperibé, Cambuci e São Fidélis, e dos municípios mineiros Pirapetinga, Volta Grande e Estrela Dalva serão aproximadamente 600 pescadores, que vivem parcialmente e integralmente do pescado, que terão suas receitas drasticamente diminuídas. Trocar 600 empregos ligados à pesca por 60 empregos especializados ligados ao setor elétrico: será esta a matemática socioambiental que resolverá os problemas da região noroeste fluminense? Será este o modelo de sustentabilidade que precisamos para o Norte e o Noroeste do Estado do Rio de Janeiro?Além do desaparecimento das espécies animais, da flora e da pesca artesanal, será extinta uma das mais belas paisagens do rio Paraíba do Sul: as corredeiras com suas belas ilhas fluviais. A beleza natural deste trecho, tem um potencial turístico imenso, até então não explorado.Visando impedir uma atrocidade ambiental dessa magnitude a Rede de Ongs da Mata Atlântica está lançando a campanha
uma iniciativa que pretende impedir a construção dessas barragens, para preservar a fonte de renda das comunidades e garantir a sobrevivência das espécies de fauna e flora da região.Não podemos deixar que destruam este patrimônio natural nacional. Temos que impedir que afoguem as ilhas do Paraíba.
INSTITUTO TERRA CONVIDA ONG COCIDAMA DE SÃO JOÃO DA BARRA PARA LEVANTAR A BANDEIRA ECOLÓGICA EM DEFESA DAS ILHAS DO RIO PARAÍBA DO SUL
Veja a carta recebida por André Pinto, abaixo:
"Olá André,
Meu nome é Gabriel Antoun, sou assessor de comunicação do Instituto Terra de Preservação Ambiental (http://www.institutoterra.org.br/). Estamos lançando uma campanha contra a construção de 3 hidrelétricas no leito do rio Paraíba do Sul. Abaixo segue o primeiro boletim informativo com links para nosso blog e um abaixo assinado. Consegui chegar até você, pois o Projeto Piabanha é um dos apoiadores e nos indicou a ONG COCIDAMA como potencial apoiador. Ao começar uma pesquisa sobre essa ONG, cheguei até você e ví que você destina esforços para preservação dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Por isso venho convidá-lo a participar e apoiar essa iniciativa. Peço que leia os textos do blog, assine nosso abaixo-assinado e colabore na divulgação dessa campanha. Coloco-me à inteira disposição para abastecê-lo com informações sobre o movimento. Conto com seu apoio."

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