Aos 40 anos, ele, querendo casar-se, porém temendo ser traído, escolhe Inês, menina ingênua que criara desde os quatro anos de idade, precavendo-se para que lhe ensinassem somente o que pudesse torná-la o mais burra possível. No entanto, apesar das precauções de Arnolfo, ela apaixona-se por um rapaz...
Prefeitura de São João da Barra
Cine Teatro São João / Secom
02.09.09 - Carla Cardoso
Grupo sanjoanense Nós na Rua participa do Fesquiff em Campos
Solteirão e rabugento, Arnolfo sempre foi o algoz dos maridos traídos de Paris, denunciando-lhes as desventuras amorosas de suas esposas. Aos 40 anos, ele, querendo casar-se, porém temendo ser traído, escolhe Inês, menina ingênua que criara desde os quatro anos de idade, precavendo-se para que lhe ensinassem somente o que pudesse torná-la o mais burra possível. No entanto, apesar das precauções de Arnolfo, ela apaixona-se por um rapaz...
Esta é a história de ‘Arnolfo e Inês’, esquete que o Grupo sanjoanense Nós na Rua apresenta nesta quinta-feira, dia 03, na programação do Festival de Esquetes do IF Fluminense (Fesquiff). A apresentação tem início às 19h no Teatro Municipal Trianon, em Campos.
A programação cultural é organizada dentro das comemorações do Centenário da instituição de ensino, que acontece até o próximo dominho, dia 06, e conta com a participação de grupos teatrais dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
— Para nós do Grupo Nós na Rua é um privilégio poder participar de uma programação deste porte. Sem contar que vamos também fazer parte do centenário de uma instituição de ensino como o IFF que é tão importante para toda a região. Eu sou um dos muitos ex-alunos que passaram por lá. Vamos também poder compartilhar experiências com tantos grupos bons que estarão participando desta programação — observa Silvano Motta, que além de ator é diretor de eventos do Cine Teatro São João, em São João da Barra.
O Esquete que foi adaptado da peça ‘Escola de Mulheres’ (no original em francês, L'école des femmes) é de autoria de Molière e foi apresentada pela primeira vez em 26 de dezembro de 1662. Arnolfo, personagem central da peça, é um exímio conhecedor dos adultérios da cidade e dos motivos que os predispunham. Julgava ele que esses comportamentos aconteciam porque os homens eram complacentes com suas mulheres e essas cheias de artimanhas desenvolvidas especialmente para enganar os maridos com muita destreza e malícia. Principalmente as mulheres alfabetizadas, talentosas e belas desenvolviam essas atitudes.
Para não sofrer a mesma “coroação” que tanto ridicularizava, criou uma menina, a partir de sua receita infalível de mulher honesta, com a qual se casaria. Ela teria de ser submissa, dependente, ignorante e de completa inocência. No entanto, Inês, a escolhida, embora inocente e ingênua como o desejava Arnolfo, ironicamente, apaixona-se por Horácio, filho de Oronte, seu amigo pessoal. O adultério, propriamente dito não se consuma, pois Arnolfo e Inês não chegam a se casar. Inês é apenas coerente com seu sentimento e firme em sua decisão.
Com Silvano Motta (Arnolfo), que também dirige a peça, Camilla Amaral (Inês) e Gerson Lopes (na narração), a montagem estreou em maio de 2005, no município e participou do II Festival Nacional de Teatro e Esquetes de Rio das Ostras e já foi apresentada em diversos pontos turísticos e comunidades carentes de São João da Barra.
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