terça-feira, 9 de março de 2010

POESIA NOSTÁLGICA NO MÊS DAS ÁGUAS

Foto do Rio Paraíba do Sul em S. J. da Barra, tirada por minha esposa Maysa Inês. RIO PARAÍBA Com simetria clara, resplendente, Do opulento torrão do bandeirante, Osculando cascata deslumbrante, E vales retalhando em som dolente. É que vens, desta forma, docemente, Com cristalina linfa embriagante, Por este leito que a natura amante Te presenteou, assim, perpetuamente, Indo te unires ao valente mar;(pois é do fraco ao forte se aliar...) Meu Paraíba histórico, altaneiro! Para mim, és maior que o Amazonas, e que o Nilo, ou qualquer um de outras zonas, Por seres puramente brasileiro! Campos, 1943 Pedro D. Carvalho. Extraído do Jornal “A Evolução,ano XX, n. 20, 14/11/1943." O RIO PARAÍBA Da serra da Bocaina até São João da Barra, onde o atlântico o sorve, onde o rumor bravios e lhe abafa da voz – monstro a levar na garra troncos, pedras, o que acha em seu percurso – o rio margens de argila ou gneiss às suas águas dando, em chão do grés ou saibro, em plano, almarge ou gruta, longo se estende, ao sol, com cem vagas cantando o hino que o céu azul, sobre ele arqueada, escuta. Alberto de Oliveira (Do livro “Terra Natal”)Poeta Saquaremense. O PARAÍBA NA VISÃO DO POETA SANJOANENSE ANTÔNIO BRAGA MINHA TERRA É LINDA! Rio Paraíba, oh! rio majestoso, Para nessas praias, doce, desaguar... Se de longe vejo o deslizar das águas, Em distantes terras, pungitivas mágoas Enchem de tristeza todo o meu olhar!... Antônio Braga Poeta sanjoanense ( Trecho do livro “Carícias e Cicatrizes” – poemas – 1959). O PARAÍBA BRAMA NA POESIA DE ISIMBARDO PEIXOTO SÍMBOLOS (ANTE O MAR DE ATAFONA) A tempestade ronca e bufa pelo espaço Nem viv`alma na rua escura e lamacenta. De quando em quando um raio largo e enorme traço Incendeia a amplidão, maior faz a tormenta. Bem perto ruge o mar, aos pinchos – um palhaço! Cada vaga é um protesto e também se lamenta. E brama o Paraíba, em meio ao estardalhaço, Aumentando o tropel na planície opulenta. Isimbardo Peixoto (Trechos iniciais da poesia) (Atafona, S.J. da Barra , 1958) O PARAÍBA NA VISÃO POÉTICA DE JOÃO RODRIGUES PINTO HINO DE SÃO JOÃO DA BARRA (ANTIGO) De riquezas mil, entre riba e riba, Ostentando paisagens singulares, Formando verdes ilhas, verdes mares, Corre ufanoso o nobre Paraíba!... Trecho do antigo hino de São João da Barra João Rodrigues Pinto ( Música de Eloy Motta) “A Evolução, de 2/7/1950” Velho cais , a sonhar, Recompõe irretocáveis naves Que vinham sempre de muitos mares Metendo proa Paraíba-a-dentro, Ancorando grandezas... Dorme a cidade Seu sono Brasil-colonial Sob as carícias Do vento penteando o coqueiral... Pescadores, madrugadores, Lentos, se alongam pelo rio... A Ilha da Convivência, Orvalhada de graça primitiva, Afaga a correnteza Em frente à praia do Pontal. São João da Barra é uma visão bizarra, Uma saudade sempre viva Diante do porto morto. Jacy Pacheco (Nasc. em Monerá, Duas Barras-RJ)

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro André,

Parabéns pela sua luta e sensibilidade com um dos maiores patrimônios naturais de São João da Barra -- o nosso velho paraibão.
Por oportuno lembro que no próximo dia 22 de março comemoramos o Dia Municipal do Rio Paraíba do Sul, uma homenagem ao nosso irmão/rio por sua importância histórica, social, econômica, cultural e ambiental para o nosso município.
Abraços.
Plínio Berto