sábado, 16 de outubro de 2010

SJB JÁ DEVIA TER UM MUSEU DE MINIATURAS NAVAIS

Foto: Uma miniatura de embarcação de pesca que fica exposta na Colônia de Pesca Z-2 de Atafona é um dos diversos atrativos encontrados no local. Crédito da foto: Walmir Lopes Baldino. SÃO JOÃO DA BARRA PODERIA OSTENTAR UM MUSEU NAVAL DE MINIATURAS
São João da Barra é um município cuja identidade é oriunda diretamente da pesca e a história bem relata isso através da chegada do pescador Lourenço do Espírito Santo , vindo de Cabo Frio, à foz do Rio Paraíba do Sul, em 1622, onde fundou o primeiro núcleo de povoamento do Norte Fluminense. Foto: Ilustração - Pescadores desembarcam na foz do Rio Paraíba do Sul. Esta foto nos remete à ideia do momento em que Lourenço do Espírito Santo deve ter chegado de Cabo Frio e instala o primeiro núcleo de povoamento do Norte Fluminense, em 1622. Crédito da foto: Aloísio de Castro Faria - sanjoanense decano da antropologia brasileira.
Herdamos, desde então, várias tradições desses heróicos desbravadores como: as tradições de procissões fluviais, construção naval, pesca, religiosidade etc. Nos dias atuais, ainda encontramos muitos estaleiros formais e informais em pleno funcionamento em São João da Barra e Atafona, sendo um resquício dos primórdios da construção naval, passados de pai para filhos, retratados por histórico da construção de embarcações com início em 1740, onde Atafona teve sua primeira grande embarcação lançada ao Paraíba do Sul, denominada "São João e Almas". Foto de desfile fluvial em homenagem aos festejos de São João Batista, tradição que remonta a chegada de Lourenço do Espírito Santo, vindo da foz até à atual sede do município. Crédito da foto: Carlos Sá. Uma outra tradição bem enraizada no povo sanjoanense é a produção de miniaturas de embarcações típicas da região. Mesmo as crianças da CEHAB, fazem perfeitas miniaturas de latão (muitas vezes com materiais reaproveitados das latas de óleo de cozinha, latas de vernizes e solventes e restos de madeiras dos estaleiros). É um espetáculo. Poderia ter um campeonato local, para disputa entre as crianças, para esta modalidade tão criativa. Uma outra modalidade que nos chama bastante atenção é o modelismo de embarcações. São várias as pessoas que fazem este tipo de trabalho em São João da Barra e Atafona. O problema é que, muitas vezes, esta técnica não é repassada para os demais e aí a cultura e tradição vai se perdendo com o tempo. É o que o Manoel Bandeira chamou de "obliteração". Foto: Pranchões atracados no porto, vendo-se ao fundo a fábrica de manteigas e trapiche. A fabricação de miniaturas dos pranchões seria muito interessante para a história do município. Tem vários conterrâneos na cidade que poderiam agregar forças e montarem uma oficina de modelismo naval, seja com apoio da iniciativa privada ou pública. É uma fatia de mercado que gera uma renda satisfatória. Os principais consumidores são os turistas e colecionadores de miniaturas navais. Outro aspecto importante é a geração de renda indireta através do produto turístico agregado. Num museu de miniaturas se pode vender de tudo, desde a própria miniatura (que não esteja na reserva técnica) até chaveiros, moedas, brindes, camisas, bonés, catálogos de embarcações de São João da Barra até mini-cursos de modelismo, etc. Nos estaleiros de São João da Barra e Atafona há uma sobra considerável de materias de madeira naval, tintas navais, tachões, pregos etc. Os próprios estaleiros também poderiam ter uma espécie de "balcão" ou "vitrina" em que pudessem vender seus produtos agregados, desde simples batelões, pranchões, réplicas de Galeotas Imperiais (São João da Barra recebeu a visita de uma quando da visita do imperador D. Pedro II, em 1847) e Brigues Reais etc. Foto do navio Marília, de propriedade dos irmãos raposo (2ª Grande Guerra). Extraída do blog do escritor Carlos Sá. São João da Barra, por seu histórico de navegação, poderia ter ainda um "PONTO DE MEMÓRIA" da navegação, que seria uma espécie de museu onde a comunidade iria trabalhar suas peças e a sua identidade cultural. Assim é feito em Seixal, Portugal, com muito sucesso. Foto: Corrida de canoas à vela, uma tradição que remonta os primórdios da ocupação do território sanjoanense. Foto : SECOM / PMSJB. Com um Museu de Miniaturas Navais, com certeza, ficaria muito mais fácil de se contar a história deste município sanjoanense que tem uma riqueza histórica com detalhes fabulosos. Fatos envolvendo o descobrimento do Brasil, a ocupação da Capitania de São Tomé, a entrada na Barra do rio Paraíba do Sul, os primeiros trapiches construídos, a presença de navios "tumbeiros" (traficantes de escravos), navios ingleses e holandeses em nossa costa, etc. tudo complementaria a imaginação do admirador do museu.
Foto do antigo trapiche da navegação. Fonte: Livro de João Oscar, "Apontamentos para a História de São João da Barra".
Fico imaginando o nosso MUSEU NAVAL EM MINIATURAS, com modelos dos batéis de Lourenço do Espírito Santo, dos batelões, dos pranchões, das sumacas orelhas de burro e "cu" de galinha - bem descritos por Fernando José Martins, os navios de cabotagem que adentraram a nossa barra, os navios da Compainha do Araújo, as corridas de canoas à vela e uma réplica em maior escala de uma Galeota Imperial. Seria demais! Também faríamos uma miniatura de um estalaeiro naval dos primórdios da Vila de São João da Praya com todos os detalhes possíveis. Gravura: Esta é uma gravura de época do Estaleiro das Náus, na Baía do Rio Tejo, em Portugal, que já existem réplicas em miniatura para serem admiradas por turistas em diversos locais da cultura lusitana. Em uma parte do Museu, teríamos uma grande sala (oficina de artíficies mirins) onde a tradição da pesca estaria somando-se à identidade local e à geração de renda com as peças que fossem surgindo. Quantos marceneiros e serralheiros não se interessariam em trabalhar num projeto socioambiental desses? Vou fazer a minha parte e montarei um projeto sobre isso. Aos interessados numa oficina em miniatura (modelismo naval) peço que entrem em contato comigo pelo e-mail: anlupinto@gmail.com Vamos montar a primeira turma de modelistas navais em São João da Barra! Abaixo, fotos do Museu da Marinha de Portugal, tiradas em 2009: Foto: Miniatura de Galeota Imperial Portuguesa. Crédito da foto: Andre Pinto. Foto: Miniaturas de Galeotas Imperiais Portuguesas. Crédito da foto: Andre Pinto. Foto: Museu da Marinha. Andre Pinto no saguão principal, descobrindo a beleza das Galeotas Imperiais. Crédito da foto: Cecília Pinto. Foto: Museu da Marinha. Andre Pinto no saguão das galeotas, descobrindo a beleza das Galeotas Imperiais em seu tamanho natural. Crédito da foto: Cecília Pinto. Abaixo, uma foto de um artíficie de Seixal, Portugal.
Foto: Um artíficie da Baía do Rio Tejo, em Portugal. Foto extraída do livro "Barcos, Memórias do Tejo", do acervo de Andre Pinto.
Foto: Estudantes de Seixal (Portugal), aprendendo sobre a navegação e suas identidades culturais, no Ecomuseu. Foto extraída do livro "Barcos, Memórias do Tejo", do acervo de Andre Pinto.
Foto: Uma rotatória, num dos bairros de Seixal, cuja homenagem, tem um belo monumento, de uma típica embarcação portuguesa chamada de "Muleta". Foto extraída do livro "Seixal, Arte Pública", Acervo de Andre Pinto.

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