quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

DISSIPADOR DE ENERGIAS DO MAR PODERIA SER USADO EM ATAFONA?

ENTREVISTA PARA O BLOG DO ANDRÉ PINTO
COM  O ENGENHEIRO MARCO LYRA


O correspondente deste Blog no Nordeste, Dr. Marco Lyra, nos concedeu uma breve entrevista, após a realização do I Encontro Sobre Processo Erosivo - O Caso de São João da Barra. O blog também entrará em contato com o Engenheiro, Dr. Guilherme Lindroth, para poder nos conceder uma entrevista especial sobre  o tema, quanto ao uso de gabiões. Vejamos então a primeira alternativa apresentada por Marco Lyra, que menciona o uso do Bagwall:

Andre Pinto, Marco Lyra e Alex Firme no Pontal de Atafona.


AP- Como controlar o avanço do mar em Atafona?

ML – A praia de Atafona vem sofrendo um processo erosivo há décadas, com o desaparecimento de residências, ruas e quadras. Tenho certeza que é possível controlar a erosão costeira em Atafona, entretanto, é necessário construir uma obra de defesa costeira para conter o avanço do mar no local.

AP – O que fazer para construir essa obra de defesa costeira em Atafona?

ML – Antes de escolher uma obra de defesa costeira é preciso avaliar o custo-benefício da obra para não correr o risco de jogar dinheiro ao mar. É necessário observar a durabilidade da obra, a disponibilidade do material a ser utilizado, o custo da obra, o impacto ambiental e o custo de manutenção da obra. No Brasil temos exemplos de obras de defesa costeira com eficácia comprovada no controle da erosão. Recomendo sempre que as administrações envolvidas com esse tipo de problema visitem  obras que já foram implantadas e que obtiveram sucesso. 

AP – Por que as experiências ocorridas em Alagoas e no Ceará foram apresentadas nesse I Encontro sobre Erosão Costeira ocorrido em São João da Barra no final do ano passado (dezembro)?

ML- Porque elas obtiveram êxito no controle da erosão costeira em áreas urbanizadas. Essas obras foram construídas de forma pioneira no Brasil em Alagoas, e agora no Ceará. As intervenções com uso do Barra Mar Dissipador de Energia Bagwall em regiões completamente distintas do ponto de vista geológico, geográfico, morfológico, e hidro-dinâmico, os resultados finais após a intervenção foram os seguintes: contenção do avanço do mar sem transferir o processo erosivo para áreas adjacentes; recomposição do perfil de praia com engorda natural no local da intervenção; facilitação do acesso da população à praia recreativa e o baixo custo de manutenção das obras instaladas. Nas obras construídas há mais de sete anos, não foi gasto um centavo com manutenção. 

AP – Essa experiência poderia ser feita em Atafona?

ML- Com certeza isso é possível. Os resultados positivos obtidos em Alagoas e no Ceará induzem a observação de que, o processo dissipativo é tido como fonte de ordem em um sistema caótico como as praias e zonas costeiras. As coincidências constantes nos casos de sucesso no controle da erosão em áreas urbanas de Alagoas e do Ceará, indicam ser fundamental expandir-se a experiência, inclusive utilizando-a em outras regiões.

O engenheiro Marco Lyra com o Sub-secretário de Meio Ambiente, Alex Firme.

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