sábado, 17 de janeiro de 2009

SAIBA MAIS SOBRE OS CARAMUJOS AFRICANOS QUE TEM APARECIDO EM SÃO JOÃO DA BARRA

Caramujo gigante (Achatina fulica) e os riscos à saúde
O Ministério da Saúde, frente às solicitações referentes à proliferação da Achatina fulica em diversos estados brasileiros e a possibilidade de transmissão de doenças, informa que:
1. O caramujo Achatina fulica Bowdich, 1822, originário da África, é também conhecido como acatina, caracol-africano, caracol-gigante, caracol-gigante-africano, caramujo-gigante, caramujo-gigante-africano ou rainha-da-África. Foi introduzido no Brasil na década de 80 para fins comerciais, por criadores de escargot numa feira agropecuária no Paraná e pelo mesmo motivo foi levado para diversos estados. Como as tentativas de cultivo e comercialização fracassaram, os criadores ao desistirem do empreendimento, soltaram os caramujos no ambiente silvestre, provavelmente por desinformação. Sua alta taxa reprodutiva aliada a uma grande capacidade de adaptação a diferentes tipos de ambiente e a ausência de predadores naturais favoreceram sua rápida dispersão e atualmente esses animais se encontram em 23 estados brasileiros.
2. Achatina fulica pode ser naturalmente infectada com larvas do parasita Angiostrongylus costaricensis (Morera & Céspedes, 1971) através da ingestão de fezes contaminadas de ratos. A infecção humana é acidental, pela ingestão de verduras, hortaliças e, provavelmente, de água contaminada com larvas dos parasitas que se encontram no muco que o molusco libera ao se deslocar.
3. O parasita A. costaricensis causa no homem a angiostrongilose abdominal, uma zoonose que ocorre principalmente na região sul, mas também nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Distrito Federal. Vale ressaltar que os casos dessa doença identificados no Brasil não tiveram relação com A. fulica e que experimentos recentes de laboratório demonstraram que essa espécie não representa risco significativo para a Saúde Pública, pelo baixo potencial de transmissão que apresenta.
4. A Achatina fulica pode ser transmissora de outro parasita, Angiostrongylus cantonensis (Chen, 1935), que pode causar meningoencefalite no homem. Entretanto, é importante ressaltar que esta parasitose ocorre principalmente no sudeste asiático; existindo registros em Cuba e Porto Rico, porém até o momento não há relato de sua ocorrência no Brasil.
5. Como medidas preventivas recomenda-se lavar bem as hortaliças e verduras com água corrente e deixar de molho em solução de água sanitária a 2,5% (mais ou menos 1 colher de sopa de água sanitária diluída em 1 litro dágua) durante 15 a 30 minutos; não ingerir caramujos crus ou mal cozidos; ao manipular o caramujo utilizar luvas ou sacos plásticos, e após o manuseio lavar bem as mãos; evitar que crianças brinquem com os caramujos.
6. A criação e comercialização da A. fulica é uma atividade ilegal, pois não possui legislação regulamentadora. Tanto o MAPA - Ministério da Agricultura e do Abastecimento - quanto o Ibama -Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - emitiram pareceres desfavoráveis ao cultivo e comercialização dessa espécie no Brasil, sendo assim sua importação proibida com base na legislação vigente: · Lei 5197 de 1967; art. 4;· Lei 9605 de 1998 (crimes ambientais); art. 31 e art. 61;· Decreto 3179 de 1999; art. 12;· Portaria IBAMA nº93 de 1998; art.31.
7. O controle desse caramujo restringe-se, basicamente, à catação manual periódica dos animais e dos ovos (proteção das mãos com uso de luvas ou sacos plásticos) e posterior eliminação, preferencialmente por incineração; pode-se também coletar os caramujos e posteriormente esmagá-los e enterrá-los, acrescentando uma colher de cal virgem para evitar a contaminação do solo. Como algumas espécies nativas são semelhantes à A. fulica, as campanhas de controle devem ser orientadas por um profissional capaz de identificar a espécie invasora com segurança. O Ibama possui um Plano de Ação para o Controle de A. fulica que já se encontra em desenvolvimento em alguns estados.
8. Entre os danos causados até o momento pela A. fulica estão relacionados:
1. Destruição de hortas, jardins e plantações de subsistência;
2. Transtornos à população, pois invadem jardins, quintais e até mesmo as casas;
3. Problemas ambientais, uma vez que competem por espaço e alimento com caramujos nativos, podendo acarretar sérios danos à fauna nativa, além de outros desequilíbrios ecológicos.
Saiba mais sobre o caramaujo gigante africano (Achatina fulica): http://www.cedic.org.br/

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