segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

TERESÓPOLIS NÃO REELEGE VEREADOR NASCIDO EM PRAÇA JOÃO PESSOA - DISTRITO DE SÃO FRANCISCO DO ITABAPOANA

Dr. Antônio Francisco, membro do partido Democratas (DEM), eleito duas vezes para vereador, é atualmente vice-presidente da Câmara Municipal de Teresópolis (matéria feita no final de dezembro de 2008). Foi um dos vereadores que mais produziu na Câmara Municipal de nossa cidade. Foi autor de várias moções e leis, como a que criou a Câmara Itinerante, a que instituiu o CAC (Centro de Atenção ao Cidadão) - que visa a permitir o exercício do direito da cidadania - e as que culminaram na criação da Agência de Correios e na representação da Caixa Econômica Federal, ambas em Água Quente (2º Distrito do Município), além de diversos projetos em ação relativos ao meio ambiente, à saúde e à educação e a outras áreas de grande importância para Teresópolis.
Qual a razão de sua não re-eleição? Eis sua fala.
Em verdade foram várias. A primeira e a maior, e até paradoxal, está relacionada ao caráter de fidelidade partidária. Como se explica isso? Sendo membro do Partido Democratas há sete anos, não poderia simplesmente migrar, isto é, sair deste partido e ir para outro, em que pese ao fato da Comissão Provisória, da qual eu era vice-presidente, ter sido destituída às vésperas da Convenção, o que causou a minha profunda indignação. A este partido sempre fui fiel, e não desertaria do mesmo, ainda que fosse mais fácil a minha eleição por outro partido. Mas há todo um desdobramento e explicação dessa situação: A orientação do Diretório Regional e Nacional (como disposto na Resolução nº 053 de 02/04/2008 do Partido dos Democratas), até então, era que não se celebrasse coligação em nível algum com o PT, e a orientação verbal era que se efetuasse a Coligação com o PMDB, partido no qual encontravam-se vários simpatizantes de minha candidatura e da dos outros candidatos do partido. Porém, durante a semana em que estávamos prestes a realizar a Convenção para a escolha de candidatos (28/6/2008), eis que vem, oficiosamente, isto é, sem qualquer comunicação oficial ou por escrito à Comissão Provisória, do Diretório Regional do DEM, a orientação exatamente contrária: a de que o Partido não mais poderia coligar-se com o PMDB. Em seguida, foi instituída nova Comissão Provisória, da qual eu não mais fazia parte. Em sua ação imediata, o DEM, sob nova direção, realizou sua Convenção (29/06/2008), na qual celebrou a coligação para a eleição majoritária (isto é, para prefeito) com o PT e não permitiu coligação proporcional (isto é, para vereador) com nenhum partido, mostrando-se inflexível aos interesses dos seus membros filiados e candidatos. Então, restaram para mim somente duas opções: não ser candidato e abandonar a política (porque não havia respaldo legal para migrar para outro partido, uma vez que, de acordo com a legislação eleitoral, isto só poderia ter acontecido até o dia 05/10/2007), ou atender ao clamor público e manter a minha candidatura, para não deixar os meus eleitores e amigos órfãos de candidato a vereador. Decidi por esta última alternativa, apostando na probabilidade do DEM atingir a legenda necessária para eleger ao menos um dos candidatos que concorriam às cadeiras da Câmara Municipal. Infelizmente, isso não foi possível. Eis o paradoxo de tudo. Não desrespeitei a fidelidade partidária e, por ser fiel aos meus princípios e à Constituição, não logrei êxito em me reeleger. Quero, aqui, abrir um parêntese e esclarecer aos menos conhecedores desta matemática eleitoral o que é legenda. Esta é o resultado da divisão do número de votos válidos em uma eleição (houve 92.42, no caso destas eleições em Teresópolis), pelo número de cadeiras (vagas) para Vereador existente na Câmara Municipal (doze, no nosso Município). Daí ocorre que nestas eleições, para que um partido político pudesse eleger um Vereador, era preciso que o somatório dos votos obtidos pelos candidatos deste determinado partido fosse igual ou superior ao número da legenda estabelecida, que foi a de 7702. Apesar de nosso esforço Hercúleo não conseguimos atingir a legenda estabelecida. Quero, nesta oportunidade, agradecer aos inúmeros amigos e eleitores que confiaram na minha pessoa e acreditaram no meu trabalho colocando-me como o 7º candidato a Vereador mais votado em nossa cidade, e o 3º mais votado dentre os atuais Vereadores, concedendo-me 1778 votos. Faço questão de reafirmar o que sempre disse durante a minha campanha: minha função política sempre foi encarada como devoção e não como profissão. Sempre prestei contas da função de Vereador, pois entendo que estou exercendo esta função por delegação das pessoas que em mim acreditaram e votaram, e até mesmo em respeito a todo o eleitorado que optou por outro candidato. Esta é a democracia. Um governo do povo, pelo povo e para o povo, como bem disse Abraham Lincoln, em célebre discurso. Quero, ainda, deixar claro aos 1778 eleitores e amigos que não estou triste por não ter sido eleito, mas, pelo contrário, estou regogizante e alegre pela expressiva votação que obtive, o que demonstra a legitimidade democrática de todo o período em que atuei em nome dos cidadãos da cidade. Em verdade, o povo demonstrou que queria que eu continuasse o meu trabalho. Tenham certeza, eu continuarei. Não é um mandato que possibilita ao homem realizar o bem. É a sua índole e o seu amor para com o próximo. Dos meios que, após o término do mandato, eu dispuser, continuarei meu trabalho em prol da cidade que amo. Deixo explícito a minha maneira de pensar e fazer política. Sou frontalmente avesso à compra de votos e sempre combati esta conduta criando no eleitor uma rejeição a este modo de obter votos. Nas diversas conversas com os cidadãos de Teresópolis, mostrei ao eleitor o seguinte: se o eleitor vender o voto por R$ 50,00, que é o valor que, nas notícias de jornais, dizem ser pago, ele estará recebendo aquele valor para colocar o vereador em sua função por 48 meses. Ao dividir R$ 50,00 por 48, o resultado aproximado será R$ 1,00. Então, é como se aquele pretenso vereador pagasse R$ 1,00 por mês para ocupar um lugar na Câmara Municipal. Hoje em dia, R$ 1,00 permite comprar no máximo dois cafezinhos. É como se aquele candidato, com o apoio do eleitor, pagasse dois cafezinhos por mês para ser Vereador. Faço então a pergunta: será que a sua dignidade e a sua moral valem dois cafezinhos por mês? Não é melhor votar em uma pessoa pelo seu caráter e dignidade, e, se o mesmo for eleito, poder procurá-lo para fazer suas reivindicações, do que receber a resposta que todos que compram voto dão: “já lhe paguei o seu voto, não tenho mais nada a ver contigo”?. Desta e de outras maneiras usei o tempo de campanha para fazer educação política, contribuindo para a criação de uma consciência política e para estimular o exercício da cidadania, um dos fundamentos da nossa Constituição da República. Por fim, faço questão de novamente agradecer aos 1778 amigos e eleitores que acreditaram e votaram em mim e também àqueles que queriam, mas não puderam conceder-me os seus votos. E, ainda mais, dizer-lhes que vocês ainda muito se orgulharão da confiança que em mim depositaram.
Fonte : Jornal A Folha de Teresópolis

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