sábado, 28 de fevereiro de 2009

AS DUAS FACES DO PIXOTE EM SÃO JOÃO DA BARRA

A grande temporada de verão em São João da Barra termina neste final de semana com o show do grupo Pixote, que é excelente. O Governo Municipal Carla Machado mostrou novamente o profissionalismo de sempre com o fator turismo e hospitalidade. Claro que nem tudo é paraíso e aí busca-se melhoria para o próximo ano. Por outro lado, me parece um pouco hilário, no fechamento do verão, ter o grupo "Pixote" como atração, pois, para um desfecho de um carnaval trágico vivenciado por todos nós com o assassinato de Carlos Eduardo Carvalho da Silva - Dudu - nos faz lembrar que a cidade vive momentos de terror com a aglomeração de vários "pixotes" delinquentes soltos por aí uns tantos de fora e uns tantos de dentro da casa, muitos até de classe média alta - e aí faço alusão ao filme Pixote, lembram?.
Pois é, qual foi o fim de pixote no filme e na vida real? Trágico , não? Acompanho de longe, sem pretensões sociológicas, a formação de grupos ou "tribos" sanjoanenses que diferem entre si no campo das idéias e atitudes e até aí tudo bem. Viva a diferença! a diversidade!. Quando os "Bandos" passam a interferir diretamente em outros grupos ou entre si deixando o campo das idéias e chegando às vias de fato com danos à integridade moral e física, aí é que surge o perigo! É a turma de lá e a turma de cá, é o bloco de lá e o de cá, é o clube de futebol de lá e o de cá, é o grupo político de lá e o de cá, é a academia de lá e de cá, que querem se enfrentar de forma brutal, enfim, um caos social, onde a rede do capital social inteligente de nossa querida São João da Barra só tem a perder e volta à idade da pedra lascada com agressões à pauladas!
O caso do assassinato do DUDU soou muito mau para nós e confundiu os turistas que estavam em férias na querida São João da Barra e que sempre acreditaram nos fatores divertimento, sossego e segurança. Turistas sumidourenses indagaram para mim, por que munícipes da mesma terra agiram com tanta barbárie entre si?
O adolescentes turistas que compravam pães e leite na Av. Rotary ficaram proibidos de fazerem aquele trajeto do "asfalto". O medo passou a imperar para os turistas que mantive contato neste carnaval 2009, depois do assassinato de Dudu.
Atentai-vos todos ! A rede de capital social sanjoanense está ficando doente e isso pode ser reflexo da violência urbana trazida de grandes centros, ou será que é endógena mesmo?. Tem várias teses para o assunto e "dá pano pra manga". Mas, certo é que o povo sanjoanense sempre foi bairrista por natureza e quando um irmão sanjoanense estava em apuros face à ameaças de estrangeiros que vinham à nossa terra para arrumar confusão, o povo se unia! enfrentava e mostrava que a cidade tinha dono! Agora, o povo se ataca e atraca a troco de nada! Que pena!
O que fazer então? Assim como um pescador vai para o mar e tem as suas redes avariadas, ao retorno à terra tira um tempo para se fazerem os remendos necessários, afim de colocá-las de novo em operação. Assim deve ser feito na nossa rede de capital social sanjoanense, que sempre foi forte mas passa por avarias, ou seja, identificar a progressão da violência no município em suas diversas vertentes, retomar o convívio social amigo e ordeiro e acima de tudo promover uma convivência mais associativa através de programas e projetos sociais, esportivos e culturais, frequentar associações de bairro e fortalecer o vínculo confiável da segurança pública comunitária, sem esquecer de promover ainda mais o estímulo às questões religiosas e espirituais. Ainda há tempo ! Infelizmente as câmeras de segurança colocadas no período momesco não pegaram os criminosos da própria casa!
São João da Barra, em tempos pretéritos, tinha casos de assassinatos isolados, alguns de cunho político, passional, vingativos e quando havia um, o povo sanjoanense ficava estarrecido, chocado, desamparado e ao mesmo tempo se tornava solícito, compreensivo e voluntarioso com a família agredida. Hoje já não vejo o mesmo grau de sentimento e muitos preferem o silêncio face à exposição de ajuda em público ou colaboração à prórpia polícia. Temo que nossa cidade acabe assumindo a banalização de crimes bárbaros e num dia qualquer, um cidadão sanjoanense veja sem dó e ausente de outros sentimentos, um corpo estendido no asfalto de um conhecido seu e não faça absolutamente nada! INÉRCIA ! INÉRCIA ! INÉRCIA!
Para onde vai, São João da Barra ???
* Por Andre Pinto

Um comentário:

Anônimo disse...

Fiquei chicado com o que aconteceu com o Dudu. Pessoa de bom coração, e um grande amigo, meu "irmão mais velho". Espero que os responsáveis tenham a punição que merecem. Isso não pode passar em branco. Sentirei sua falta meu amigo!!!! Fique com Deus!!!

Poró