quarta-feira, 24 de novembro de 2010

FATOS SANJOANENSES ATRAVÉS DOS ARQUIVOS DO FÓRUM DESTA COMARCA

ESQUECER DE NOSSAS HISTÓRIAS É UM CRIME!
Quando eu quero ver algumas histórias que envolveram crimes célebres da região, vou logo na minha biblioteca particular e pego o livro de Gastão Machado intitulado "Os Crimes Célebres de Campos". Entre as escabrosas histórias, "O Assassínio do Barbaça", "O Crime do Hotel Francês", "O Estrangulamento de Dona Ana Pimenta", "A Chacina da Boianga" etc, etc, etc. A história que mais eu conto nos passeios de escuna, no "Projeto Caminhos Científicos do Delta do Rio Paraíba do Sul", é a do "aparecimento de um caixão, numa corôa do Paraíba, contendo o corpo de uma mulher...". As crianças ficam "apavoradas" ao escutarem a história e ficam atentas a olharem para as "corôas" do Paraibão, com certo ar investigativo. São muitas as histórias de crimes celebres na região a serem exploradas. Hoje de manhã, em conversa com o meu amigo Getúlio Alvarenga - que já foi escrivão criminal nesta Comarca - pude indagar sobre a existência dos processos judiciais que descreveram os crimes célebres de São João da Barra. Entre a gostosa conversa investigativa (?), surgiram as curiosidades de saber onde estão os processos judiciais de compra e transferência de escravos, assassinato do Sazinho, o processo judicial do Crime do Dadade, o processo de prisão dos espiões Nazistas durante a II Guerra Mundial, o processo do Barão Von Kummer, o processo judicial do saque do Navio Serafim Donato, O processo criminal da Companhia da Vala Navegável do Sertão de Cacimbas, o processo judicial da prisão de políticos comunistas sanjoanenses - como o de Jorge Batista Meireles - entre tantos outros processos que relataram crimes de época, numa São João da Barra que ainda contava com um grande território e cheia de mandantes "coronéis" e seus pistoleiros. UM VELHO OESTE SANFRANCISCANO Segundo informações dos mais antigos, um ponto tradicionalmente conhecido por "Tocaias Políticas" e tentativas de assassinatos à elementos de "grupos rivais", era sem dúvidas, a localidade de Praça João Pessoa, em São Francisco do Itabapoana. Os relatos contados pela população descrevem ações criminosas com requintes de crueldade, bem ao estilo dos filmes de faroeste americano. A motivação sempre tinha um cunho político. Os Fóruns destas duas Comarcas devem ter, em seus arquivos mortos (sem trocadilhos), alguma coisa sobre estes casos que foram julgados. A busca destes e outros materiais é uma forma de trazer ao presente e ao conhecimento de todos, como era o sistema judicial da época e que tipo de defesa era apresentada. É história pura! Taí uma boa dica para estudantes de direito e profissionais do ramo judiciário, bem como historiadores.

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