domingo, 20 de junho de 2010

PEDAGOGO E CORRESPONDENTE DO BLOG DE ANDRE PINTO FALA SOBRE ESTUDANTES E PROBLEMAS ESCOLARES

*Por Carlos Renato - Teresópolis - RJ Correspondente do Blog de Andre Pinto Baixo rendimento escolar Problemas na escola são comuns. Mas você sabe como ajudar seu filho? Segundo a mesma diretriz dos textos anteriores – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade ou TDAH e Dislexia –, vamos tratar esta semana de um assunto que deixa a todos nós, pais, alunos e escolas, com “os cabelos em pé”. Trata-se do cotidiano escolar que, a meu ver, é pouco analisado e estudado com a devida atenção e profundidade que o mesmo TEM que merecer e que, na maioria das vezes, procuram-se a saída mais simplista: transferências de responsabilidades ou, determina-se um “culpado” pelo insucesso escolar do aluno. Este estudo (pesquisa) surgiu através de minhas observações como professor de sala de aula e como ex-gestor de uma escola. Garanto que ambas as redes (pública e particular) as características são extremante semelhantes, mas com ações pedagógicas TOTALMENTE distintas. Falta de atenção, reclamações de professores, notas baixas, etc.. Seu filho não anda nada bem na escola. Mas, calma, antes de sair brigando com ele e o colocando de castigo, saiba como ajudá-lo efetivamente. Esse problema é bastante comum e pode ser resolvido com atenção e paciência – da sua parte. Afinal, a sua colaboração é fundamental para o desenvolvimento intelectual do seu filho. Há vários problemas que podem afetar o desempenho das crianças e pré-adolescentes na escola. Em alguns casos, a aprendizagem pode estar prejudicada devido a dificuldades orgânicas, ou seja, fatores físicos e psíquicos que necessitam de avaliação ou acompanhamento clínicos, como miopia, hiperatividade, déficit de atenção, dislexia, troca de fonemas e o atraso motor, que são mais comuns em crianças de até seis anos de idade. Todas essas disfunções podem ser melhoradas com o auxílio da família. Após uma consulta ao fonoaudiólogo, por exemplo, os pais podem praticar exercícios de fono com a criança que não pronuncia as palavras adequadamente, em casa. A dificuldade no núcleo escolar não necessariamente tem origem em dificuldades na aprendizagem. Pode ser que o aluno apresente inadaptações ao sistema de educação, ou mesmo falta de limites ou de hábitos de estudo que interferem na produção acadêmica. Muitas vezes, o baixo rendimento está associado a questões que a criança traz de casa, à criação que recebeu desde pequena ou à metodologia da instituição de ensino. Para que aprendamos algo, é preciso partir do princípio de que não sabemos. Por isso, crianças que se acham onipotentes podem apresentar problemas. Aquele menino que é muito mimado, ou a menina que é tratada como a 'princesinha' da família, quando se vêem num lugar em que não são os 'sabe-tudo' e são tratados como os demais, sofrem um choque. A passagem do primeiro para o segundo ciclo do ensino fundamental pode ser especialmente difícil para os mais crescidinhos por ser marcada pela mudança na dinâmica de ensino. O aluno perde o professor de classe que, nos anos anteriores, funcionava como uma referência afetiva e organizacional. A adaptação à vida escolar, que se estrutura pela oferta de muitas disciplinas em aulas específicas ministradas por diferentes professores, com diferentes exigências e personalidades, pode ser um processo demorado que se reflete no baixo desempenho do estudante. Além disso, a mudança de escola e o novo processo de adaptação deixam essa transição ainda mais complicada. Que não se enganem aqueles pais que acham que suas crianças-prodígio nunca mais darão trabalho. Conforme vão crescendo, até mesmo aqueles que se destacavam na sala de aula podem se transformar radicalmente. Os alunos que, ao longo da infância, se mostraram tão interessados pelas questões do conhecimento, fazendo da vida escolar o centro das atividades mais valorizadas, podem mudar com a aproximação da adolescência. Incompreensível? Nem tanto. Os motivos do mau desempenho se multiplicam por causa das “tentações” que cercam os jovens. É natural que nessa faixa etária apareçam outros focos de interesse, como a descoberta do sexo oposto, as atividades sociais, esportes, baladas etc. A escola passa a ser uma obrigação em oposição a tantos outros apelos e o jovem pode ter dificuldade para conciliar compromissos e prazeres, responsabilidades e desejos. A falta de paciência dos pais em educar seus filhos é um dos grandes fatores que estimulam o surgimento de diversos problemas no processo de aprendizado. Hoje, vemos muitos pais que não tem a paciência necessária para lidar com as questões das crianças e jovens. Isso gera, inclusive, uma falta de limites. O pai e a mãe querem ser mais “amigos” dos filhos, mas esquecem que um amigo de verdade também diz “não” quando tem que dizer. É preciso ter paciência para ouvir, para saber o que está causando o mau rendimento, para dar atenção às queixas e dúvidas dos filhos e para buscar uma aproximação com a instituição de ensino. É necessário que se estabeleça uma ordem e uma rotina de estudos tanto para crianças quanto para adolescentes, mesmo que a cobrança com os mais novos seja, naturalmente, menos intensa. O ideal é que se marque um horário para fazer as atividades de casa, por exemplo, e diga à criança que ela só poderá brincar ou praticar outra atividade depois de terminar seus afazeres. Paralelamente, deve-se sempre acompanhar essa rotina. E se não der para acompanhar os estudos do filho durante o dia, que pelo menos se demonstre interesse quando for possível. Tudo bem que não dá para ficar sempre atento. Os pais que chegam tarde em casa, por exemplo, devem ao menos perguntar se fizeram as atividades, se estão tendo dúvidas, o que acontece na escola etc. Além disso, os problemas de aprendizagem se resolvam através da parceria das ações integradas entre a família e a escola. É preciso ir à escola para compreender a natureza ou as causas do problema. Um bom diálogo entre pais e professores ou coordenadores pedagógicos pode ser decisivo para delinear linhas de conduta. A partir daí, é possível se pensar em diferentes estratégias domésticas e escolares, como o apoio à organização do estudante, a revisão de conteúdos, o planejamento de horários, a reorientação nas práticas de estudo etc. Se o desempenho escolar permanecer insuficiente, em último caso, um professor particular. No entanto para que essa medida não se torne um vício é bom primeiro ir à escola e aos seus professores, e, de alguma forma, tentar fazer o jovem resolver suas questões sozinho. Contratar um professor particular a cada primeira dificuldade que se manifeste facilita a vida do estudante de forma negativa, pois não vai ajudá-lo a desenvolver suas potencialidades e melhorar seus resultados. Autonomia é, de fato, uma das coisas que devem ser priorizadas. Muitos pais, ao ajudar os filhos, tem boas intenções, mas acabam sufocando-os. O mais importante é motivá-los e dar autonomia suficiente para que aprendam a encontrar soluções para seus problemas, na escola e na vida. E quando é o melhor momento de começar a aumentar essa autonomia e, consequentemente, cobrar eficiência e resultados? Entre os quatro e cinco anos de idade, em média. Isto é, a partir do momento em que se confere alguma responsabilidade aos filhos, quando a criança já passa a levar dever para casa, por exemplo. Mas é claro que, nesse caso, temos que estimular o estudo ainda de forma lúdica. Não podemos ficar exigindo tanto de crianças que acabaram de ser alfabetizadas. Até o processo de alfabetização, os problemas costumam ser mais orgânicos ou tem mais a ver com o comportamento em sala. Aí, só o diálogo com professores e pedagogos da escola consegue vislumbrar soluções. As cobranças duras, aliás, quase sempre são seguidas de punições para os alunos que não querem estudar ou que tiram notas baixas. Devemos dizer que o filho só vai brincar, ver TV ou sair se cumprir seus deveres, mas jamais devemos transformar o estudo em algo negativo, como botar a criança para estudar como castigo. Os pais precisam colocar a leitura e os exercícios como um hábito, da mesma forma que é escovar dentes. As frequentes críticas também devem ser amenizadas, assim como cada melhora no rendimento precisa ter destaque. Que se apontem os erros, mas com o cuidado de não fazer a criança pensar que é incapaz. E quando houver progressos, que se elogie. Vale mais uma posição “preventiva e conscientizadora” do que “medidas punitivas” que só entram em ação quando ocorre um fracasso. Os pais devem sempre acompanhar a vida escolar de seus filhos de modo a incentivar o vínculo com a escola, a responsabilidade e a autonomia. O diálogo, a negociação das tarefas, a ajuda para a organização pessoal e o estabelecimento de compromissos em nome da dedicação fazem mais sentido do que ameaças e castigos. O contato com a instituição de ensino continua valendo, especialmente para evitar possíveis “enganações” por parte dos adolescentes. No caso de crianças menores é importante procurar e conversar com a escola para ver o que há de errado. Alguns são bem simples: se a criança está agressiva, um dos motivos pode ser uma brincadeira de luta com um irmão ou o pai, por exemplo. Se a criança tem preguiça ou não gosta de ler livros na escola, este hábito pode ser construído em casa, com alguém da família lendo junto com ela. Sobre ajudar nas tarefas pedidas pelos professores os pais podem ajudar nas lições de casa, mas desde que essa interferência não se configure como um “fazer pelo aluno”, não contrarie as orientações da escola e não seja sistemática a ponto de causar dependência e comprometer a autonomia do jovem. Ainda que devam acompanhar de perto o processo, o pai e a mãe devem funcionar mais como “coordenadores” nas questões escolares. Espero ter colaborado, mais uma vez, com os pais e meus colegas. Entre em contato comigo pelo endereço crcspi@gmail.com para sugerir assuntos para ajudar os nossos alunos e filhos. Um grande abraço. Fiquem com Deus! O bom siso te guardará e a inteligência te conservará. (Provérbios 2.11) Fontes de pesquisa para este artigo: * Internet – Sites relacionados sobre o assunto. * Carlos Rafael – Renata Cristina – Rosanna Cristina: filhos amados. * Experiência própria.

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