quarta-feira, 10 de novembro de 2010

PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO DELTA DO PARAÍBA EM MOSTRA DE SEMINÁRIO HÍDRICO , EM MACAÉ

Trabalho sobre projeto de Educação Ambiental de SJB é apresentado no “II Seminário Regional sobre Gestão de Recursos Hídricos: água, vida e tecnologias”, em Macaé
São João da Barra está sendo representada no II Seminário Regional sobre Gestão de Recursos Hídricos: água, vida e tecnologias” e “III Fórum Ambiental Alberto Ribeiro Lamego: sobre Políticas Públicas e Gerenciamento de Recursos Hídricos”, que acontece entre os próximos dias 10 e 13 Instituto Federal Fluminense (IFF), Campus Macaé. O trabalho acadêmico "Quando educação e preservação ambiental caminham juntas: um estudo de caso sobre o projeto Caminhos Científicos do Delta do Rio Paraíba do Sul, em São João da Barra”, que retrata a experiência do projeto de educação ambiental Caminhos Científicos do Delta do Rio Paraíba do Sul, realizado em São João da Barra desde março de 2010, com apoio da Prefeitura Municipal. O trabalho tem como autores a jornalista e mestranda em Cognição e Linguagem, pela UENF, Carla Cardoso, o assessor de Planejamento e Gestão Ambiental da SEMASP, André Pinto e o sub-secretário de Meio Ambiente, Alex Firme. O evento vai reunir diversos estudos voltados à questão da preservação ambiental e colabora para a difusão de alternativas de gestão de recursos hídricos compatíveis com a sustentabilidade regional, que vêm sendo desenvolvidas a nível nacional e internacional, adaptáveis à realidade da região. Os autores do trabalho comemoram a participação e vêem com bons olhos a chance de representar São João da Barra no evento acadêmico. “Trata-se de uma oportunidade de apresentar a um grande a variado público uma ação de educação ambiental que vem sendo realizada com sucesso no município, e que pode servir de exemplo para outras cidades”, acredita André Pinto. Segundo o secretário Municipal de Meio Ambiente, Marcos Sá, este é um projeto muito importante de educação e é possível, nesses meses de atuação, ver os resultados dessa iniciativa nos jovens e nas procuras constantes para participações nesta empreitada. “O apoio que recebemos da prefeita Carla Machado que acredita na importância dessa conscientização para o futuro ambiental da região é fundamental para o sucesso. Quem ganha com essa conscientização é o município e o meio ambiente”, observa o secretário. A iniciativa do Núcleo de Educação Ambiental da Secretaria M. de Meio Ambiente promove viagens quinzenais pelo Rio Paraíba do Sul, com alunos e professores da rede pública de ensino. A bordo de uma escuna, os tripulantes recebem informações históricas sobre o município que abriga o Porto do Açu, um dos maiores do país, e refletem sobre a importância do rio no cenário nacional, sua formação geológica, potencialidades, problemas relacionados à poluição e ocupações irregulares, racionalização das águas, além de praticarem o plantio de mata ciliar. O evento procura realizar intercâmbio de experiências bem sucedidas de em bacias hidrográficas no país e visa elaborar alternativas de avanço no processo regional de gestão de recursos hídricos nas regiões hidrográficas das bacias dos rios Macaé e das Ostras, Lagoas Costeiras do Norte-Fluminense e da Foz do Rio Paraíba do Sul, buscando a conservação e gestão das águas no país e alternativas para a região.

Um comentário:

Anônimo disse...

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL QUE PRECISAMOS NO SÉCULO XXI


Uma frase ouvida recentemente de um ativista ambiental – “atuamos sobre os efeitos e não sobre as causas” – sintetiza a tendência de, para simplificar a discussão, optamos por não assumir a plenitude do discussão, relegando a uma posição menor a necessidade de encontrar soluções. Ou seja, “é melhor conviver com o problema do que gerar as soluções”.

Acredito que as duas frases é que definem, em relação à Educação Ambiental, a real necessidade de uma reflexão de alguma de suas bases.

Este contexto não é diferente em outros países (tomamos como base pesquisa que o NEPA realizou para a Associação Portuguesa de Educação Ambiental / ASPEA, comparando os resultados com pesquisa realizada para o MEC.

A proposta não está baseada em opiniões pessoais – em EA este tipo de postura vale muito, pois se admite “ter longa experiência na área” o que, em muitos casos, sem ter uma componente de “avaliação de resultados, fica restrita a “pensar que tudo vai bem, e não pode ficar melhor”.

A iniciativa do NEPA em “induzir uma reflexão sobre a EA do século passado e aquela que precisamos para o século XXI” tem nos revelado algumas resistências daqueles que partem do princípio que esta reflexão é um “processo de identificar e reconhecer falhas” e, deste modo, não tem interesse que isso ocorra. Entende-se esta “postura reativa”, mas a postura do NEPA deve ser entendida como de “aprimorar pontos” até hoje adotamos como paradigmas..
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Nosso grupo adota a postura de “sustentar posições” tendo como base dados pesquisados, e respeita as opiniões dos demais (não poderia ser diferente para quem pretende uma reflexão conjunta), mas que estas outras opiniões venham também lastreadas em fatos, de modo que seja possível comparar experiências em diferentes contextos.

Essa é uma postura que a sociedade não pode se negar a fazer sob pena de estar assumindo a idéia de que o princípio da prevenção não tem espaço no âmbito da Educação Ambiental.

Observando os valores financeiros alocados a Programas de Educação Ambiental ver-se – á que são valores altamente significativos, aportados pelos diferentes segmentos sociais, públicos e privados. Porém se, em contrapartida, tentamos identificar quantos destes programas tem propostas de avaliação de sua eficácia junto à comunidade ao qual o programa foi aplicado, teremos uma (também) significativa frustração.

Analisando pelos extremos, ou não há necessidade de “avaliar resultados de Programas de EA” ou está faltando que este aspecto seja obrigatório no processo de aprovação de tais programas.

Concordamos que os resultados de um programa dessa natureza só pode ser mensurados em um horizonte muito amplo de acompanhamento (gerações), mas não podemos aceitar que não se possa lançar mão de “avaliações em curto prazo” onde se tente mensurar a diferença – certamente positivo - entre o nível de percepção ambiental do segmento que irá receber o programa e aquele avaliado após sua conclusão.

Como, quase sempre, “o ótimo é o inimigo do bom”, não se aceita um encaminhamento “bom”, pois estamos à procura do encaminhamento “ótimo”, não se justifica..
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Vivemos tempos de um novo século, contexto que nos permite e exige a abertura das mentes para novas reflexões.

Já evoluímos muito na área da conscientização ambiental da sociedade, fato que se deve unicamente aos resultados da Educação Ambiental adotada no século XX, mas não há como prescindir da necessidade de reavaliar premissas, através de ações (boas e ótimas) que permitam estruturar um processo de avaliação contínua de resultados.


Roosevelt S. Fernandes
Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental / NEPA
roosevelt@ebrnet.com.br