quinta-feira, 18 de novembro de 2010

TRABALHOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA MICROBACIA DO INGÁ TIVERAM CONTINUIDADE NESTA QUINTA-FEIRA EM ENJEITADO E OUTRAS LOCALIDADES

Foto: O técnico Pedro Cavalcante explica como funciona uma microbacia e qual a sua importância. Crédito da foto: Andre Pinto.
Foto: Andre Pinto falou da importância dos aquíferos Emboré, Barreiras recente e Bloco exutório, todos no subsolo sanjoanense, bem como abordou os aspectos negativos da "Revolução Verde" pelo uso de agrotóxicos nas produções planetárias. Crédito da foto: Pedro Cavalcante.
foto: Estudantes do oitavo ano prestaramm a atenção nos problemas e soluções da água em nosso município. Crédito da foto: Andre Pinto
Foto: O Técnico Pedro Cavalcante conseguiu a adesão de muitos voluntários para a participação na reunião do COGEM, hoje à noite nas localidade de Enjeitado. Crédito da foto: Andre Pinto
VALORIZANDO A ÁGUA SANJOANENSE
Os trabalhos de conscientização da importância da microbacia do Ingá tiveram continuidade hoje, pela manhã na escola municipalizada Luiz Gomes da Silva Neto, em Enjeitado. Uma palestra, de aproximadamente uma hora, foi proferida pelos técnicos executores do Rio Rural GEF - microbacia Ingá - Pedro Cavalcante e Andre Pinto. Dentre os temas abordados, foram mostrados os sistemas sustentáveis que o projeto do Rio Rural GEF proporciona aos interessados bem como foi explicado aos estudantes como funciona uma microbacia e qual é a sua importância na estratégia do manejo sustentável da água. Outro tema abordado foi a problemática do uso de agrotóxico em lavouras de abacaxi, quiabo , maxixe e outras espécies no território sanjoanense bem como a disponibilidade de uso de um aquífero subterrâneo com excelente água potável na região e que não é ainda explorado com toda a eficácia necessária. Os estudantes do oitavo ano ficaram muito interessados na participação do COGEM - Conselho Gestor de Microbacias - depois que assistiram a palestra com imagens do Projeto Rio Rural GEF e também as explanações dos técnicos envolvidos. A Professora Rosemery, responsável por esta turma, deu total apoio a participação dos estudantes no referido projeto e pretende também participar do Projeto Caminhos Científicos do Delta do Rio Paraíba do Sul, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São João da Barra, que utiliza uma escuna científica e faz experiências com os estudantes como observação de pássaros, plantio de mata ciliar, identificação de espécies nativas da fauna e flora, bem como "cata" de sementes na mata do Viana. Na parte da tarde, o técnico executivo, Pedro Cavalcante, que é lotado na EMATER-SJB, esteve na localidade de Sabonete para também divulgar o projeto para os estudantes daquela localidade. Na parte da noite, haverá uma reunião com as comunidades do Enjeitado, Pipeiras, Caetá, Vila Abreu, Barra do Jacaré e Palacete, para explicações sobre como se preencher corretamente o DRP - Diagnóstico Rápido de Problemas locais e adesão de novos participantes. O próximo passo do projeto deverá ser, depois da coleta dos relatórios (DRPs) feitos pela comunidade, uma saída de campo com os participantes do COGEM para conhecerem "in loco" o início meio e fim da microbacia do Ingá e seu entorno. A Prefeitura Municipal de São João da Barra deverá fornecer o transporte necessário.

Um comentário:

Anônimo disse...

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL QUE PRECISAMOS NO SÉCULO XXI


Uma frase ouvida recentemente de um ativista ambiental – “atuamos sobre os efeitos e não sobre as causas” – sintetiza a tendência de, para simplificar a discussão, optamos por não assumir a plenitude do discussão, relegando a uma posição menor a necessidade de encontrar soluções. Ou seja, “é melhor conviver com o problema do que gerar as soluções”.

Acredito que as duas frases é que definem, em relação à Educação Ambiental, a real necessidade de uma reflexão de alguma de suas bases.

Este contexto não é diferente em outros países (tomamos como base pesquisa que o NEPA realizou para a Associação Portuguesa de Educação Ambiental / ASPEA, comparando os resultados com pesquisa realizada para o MEC.

A proposta não está baseada em opiniões pessoais – em EA este tipo de postura vale muito, pois se admite “ter longa experiência na área” o que, em muitos casos, sem ter uma componente de “avaliação de resultados, fica restrita a “pensar que tudo vai bem, e não pode ficar melhor”.

A iniciativa do NEPA em “induzir uma reflexão sobre a EA do século passado e aquela que precisamos para o século XXI” tem nos revelado algumas resistências daqueles que partem do princípio que esta reflexão é um “processo de identificar e reconhecer falhas” e, deste modo, não tem interesse que isso ocorra. Entende-se esta “postura reativa”, mas a postura do NEPA deve ser entendida como de “aprimorar pontos” até hoje adotamos como paradigmas..
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Nosso grupo adota a postura de “sustentar posições” tendo como base dados pesquisados, e respeita as opiniões dos demais (não poderia ser diferente para quem pretende uma reflexão conjunta), mas que estas outras opiniões venham também lastreadas em fatos, de modo que seja possível comparar experiências em diferentes contextos.

Essa é uma postura que a sociedade não pode se negar a fazer sob pena de estar assumindo a idéia de que o princípio da prevenção não tem espaço no âmbito da Educação Ambiental.

Observando os valores financeiros alocados a Programas de Educação Ambiental ver-se – á que são valores altamente significativos, aportados pelos diferentes segmentos sociais, públicos e privados. Porém se, em contrapartida, tentamos identificar quantos destes programas tem propostas de avaliação de sua eficácia junto à comunidade ao qual o programa foi aplicado, teremos uma (também) significativa frustração.

Analisando pelos extremos, ou não há necessidade de “avaliar resultados de Programas de EA” ou está faltando que este aspecto seja obrigatório no processo de aprovação de tais programas.

Concordamos que os resultados de um programa dessa natureza só podem ser mensurados em um horizonte muito amplo de acompanhamento (gerações), mas não podemos aceitar que não se possa lançar mão de “avaliações em curto prazo” onde se tente mensurar a diferença – certamente positivo - entre o nível de percepção ambiental do segmento que irá receber o programa e aquele avaliado após sua conclusão.

Como, quase sempre, “o ótimo é o inimigo do bom”, não se aceita um encaminhamento “bom”, pois estamos à procura do encaminhamento “ótimo”, não se justifica..
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Vivemos tempos de um novo século, contexto que nos permite e exige a abertura das mentes para novas reflexões.

Já evoluímos muito na área da conscientização ambiental da sociedade, fato que se deve unicamente aos resultados da Educação Ambiental adotada no século XX, mas não há como prescindir da necessidade de reavaliar premissas, através de ações (boas e ótimas) que permitam estruturar um processo de avaliação contínua de resultados.


Roosevelt S. Fernandes
Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental / NEPA
roosevelt@ebrnet.com.br