quarta-feira, 29 de julho de 2009

AS CANAS DE AÇÚCAR DA CAPITANIA DE SÃO TOMÉ TERIAM SERVIDO PARA OS CONVENTOS PORTUGUESES?

Foto: Andre Pinto e Luiz Pinto, em Guimarães discutem a história dos doces portugueses e chegam a um consenso: é uma história rica e saborosa! Foto: Cecília Pinto e Andre Pinto. Comer os pasteis de Belém com açúcar e canela, só mesmo em confeitaria tradicional de Belém fundada em 1837, em Portugal!
Foto: Pastéis de nata, saboreados por andre, Luiz e Cecília Pinto, em confeitaria na Praça do Rossio, centro de Lisboa. Crédito da foto: Andre Pinto. Foto: Minha mãe Cecília bastante animada para saborear os pastéis de nata vendidos em confeitaria da Praça do Rossio em Lisboa, Portugal. Crédito da foto: Andre Pinto.
Há um ditado que diz que Portugal é pequeno como um torrão de açúcar. A citação popular define a alma açucarada dos lusitanos. Com grande destaque na história, as receitas à base de ovos e açúcar ganham evidência nos detalhes do preparo e nos sabores que seduzem há séculos. As iguarias que adoçam o paladar foram aperfeiçoadas nos antigos conventos dos séculos XV e XVI. Com mãos habilidosas, as freiras nomeavam suas criações inspiradas no universo religioso, como Pudim Toucinho do Céu, Papos de Anjo, Barriga-de-Freira e o Pastel de Santa Clara. Na época, a nobreza era a maior mantenedora dos conventos e muitas mulheres de famílias abastadas da sociedade, que não se casavam, tinham como destino se tornarem freiras. Assim, logo as receitas ultrapassaram os muros dos claustros e chegaram à alta sociedade. O sucesso foi tanto, que os conventos começaram a concorrer para ver quem produzia os melhores doces. Com isso, as receitas se aprimoraram e novos ingredientes foram testados. Nas histórias que relatam o início da produção doceira, as gemas têm um destaque especial. Durante muito tempo Portugal foi o maior produtor de ovos. As claras eram utilizadas no processo de purificação do vinho branco e para engomar roupas. A quantidade desperdiçada era muito grande e chamou a atenção das freiras, que buscaram alternativas para reaproveitá-las. Começaram a criar opções fabulosas unindo as gemas e o açúcar vindo do Brasil. O sabor chegou às vilas do interior de Portugal e as receitas tornaram-se importante fonte de renda. Em pouco tempo, os restaurantes copiaram a novidade. A produção começou a crescer e em 1575 a profissão foi regulamentada com a publicação do Regimento dos Confeiteiros. Fazer doces assim como pastéis, chegou a ser considerado uma arte, devido aos cuidados e critérios de preparação. Para agradar os visitantes, os confeiteiros passaram a inventar novas guloseimas, como pães de açúcar, geléias e conservas de frutas, entre elas, pessegadas, uvadas, laranjadas e marmeladas. Com a busca de novos sabores, frutas secas, amêndoas, figos e nozes foram introduzidos, deixando em evidência a influência árabe que há séculos usa esses ingredientes. Foto: Andre Pinto saboreia os figos do maior Parque Urbano de da cidade de Lisboa, Portugal, chamado de Parque de Monsanto. As Informações do texto acima foram extraídas da revista Luxe, n.º 10, página 55, 2008.

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