quinta-feira, 30 de julho de 2009

UM RESGATE FAMILIAR ATRAVÉS DA LITERATURA

Foto: Entrada do Museu Ferreira de Castro. Crédito: busca google. Foto: O famoso romance de Ferreira de Castro sobre a Amazônia Brasileira. Crédito: busca no google.
Foto: Andre Pinto no Museu Ferreira de Castro em Sintra, Portugal, resgatando um desejo de seu pai João Oscar, falecido em 2006. Na prateleira, uma de suas obras magníficas - A Selva - romance.
Foto: Ao fundo a caricatura de Ferreira de Castro, amigo pessoal de meu pai e o maior romancista de Portugal.
Foto: A minha mãe Cecília Pinto estava muito emocionada com a visitação do Museu Ferreira de Castro!
Não são apenas fado e vinhos que enchem o povo português de orgulho e desperta um sentimento de comoção e nacionalismo. Portugal tem um capítulo de sua história marcado plo brilho de seus escritores, em boa parte responsáveis por mostrar ao mundo a essência lusitana. Em períodos diferentes eles narraramm fatos, viajaram em contos e produziram versos inesqecíveis, mostrando obras ricas em belezas, criatividade e independente da escola literária, o país possui verdadeiros mestres das palavras. Quando cheguei em Lisboa, resolvi ir logo para a Baixa do Chiado onde há uma estátua de Fernando Pessoa sentado à uma mesa e com uma cadeira vazia do seu lado. Todo mundo tira foto com ele e eu não perdi a chance! Esta foto está na maquina de meu irmão que me enviará por e-mail e logo a publicarei neste espaço com orgulho! Não parei por aí! Resolvi sair de Lisboa e rumar para as lindas serras de Sintra, com maravilhosos palácios, lindas matas com riachos e pequenas quedas de água - puríssimas -para poder visitar o Museu do maior romancista português: Ferreira de Castro. Consegui chegar ao destino. Mas por que visitar o Museu Ferreira de Castro entre tantos outros museus de Portugal? A resposta é simples, pois o romancista Ferreira de Castro foi amigo pessoal de meu pai João Oscar - escritor sanjoanense - e também a sua família era muito ligada à minha mãe Cecília Pinto. Levei comigo a minha mãe e meu irmão e ambos ficaram muito emocionados com o acervo de Ferreira de Castro, onde fomos recebidos como príncipes pela administradora do mesmo! A minha mãe levou algumas cartas de correspondência entre meu pai e Ferreira de Castro e a diretora do Museu pediu cópias das mesmas por se tratarem de documentos históricos portugueses, Ópa! Como ambientalista fiquei ainda mais fascinado, pois Ferreira de Castro foi o primeiro escritor romancista a mencionar literatura sobre a selva Amazônica, os seringueiros , os índios, os rios etc. Foi um encontro fabuloso que jamais esquecerei. O meu pai ficaria muito feliz em ter conhecido o Museu Ferreira de Castro, no entanto, não teve oportunidade, mas, em resgate familiar, cumprimos esta missão importante e logo depois fomos para uma taberna portuguesa em Sintra para provarmos os queijos da Serra da Estrela e os patês de sardinha juntamente com os deliciosos pães da serra acompanhados de um vinho tinto encorpado. A cidade de Sintra está lançando uma campanha mundial para ser a Capital do Romantismo no globo terrestre! Realmente merece o título! UM POUCO DE FERREIRA DE CASTRO... A 7 de janeiro de 1911, Ferreira de Castro embarcou em Leixões a bordo do vapor "Jerôme" navio "negro e sujo", recordou em 1966 - , com destino ao Pará "tinha eu, então", 12 anos 7 meses e 14 dias..." Ferreira de Castro permanece pouco tempo em casa dum conterrâneo a quem fora recomendado, que - como um episódio saído dos livros de Dickens - , procurando livrar-se daquele encargo, trata de arranjar-lhe um trabalho num inóspito seringal. Vive, assim, entre 1911 e 1914, no seringal ironicamente chamado "Paraíso", nas margens do rio Madeira, território da tribo Parintintim, em plena Amazônia. Embora trabalhasse como caixeiro num armazém, marcá-lo-ia fortemente a convivência com seringueiros cearenses e paraenses, vítimas de todas as dependências. A par de pequenos contos e crônicas escritos para vários jornais, redigiu, já no pará, o seu primeiro romance, Criminoso por Ambição, que viria a publicar em 1916, editando-o a expensas próprias. Em 28 de outubro de 1914 deixa o seringal rumo à Belem. Aí passa enormes dificuldades que obrigam a tomar em mãos pequenos trabalhos para não morrer de fome. Cola cartazes nas ruas, faz a carreira do Oiapoque como embarcadiço num navio de cabotagem. Em 1915 começa a colaborar no Jornal dos Novos, publicando no ano seguinte - além de Crimino por Ambição, que distribui em fascículos de porta em porta - a peça Alma Lusitana. Inicia-se então, um período mais estável, em que o jovem literato ganha alguma notoriedade entre a colônia portuguesa do Pará, em especial quando, com João Pinto Monteiro, funda e dirige o semanário Portugal. Aí publica, parcialmente, o seu segundo romance, Rugas Sociais, nunca editado em livro. Em 1919 viaja pelo sul do Brasil, relacionando-se nos meios literários de São Paulo e do Rio de Janeiro, até que em setembro desse ano regressa a Portugal, a bordo do "Desna", com 400 escudos no bolso. Confiando nas suas capacidades, que lhe permitiam encetar um percurso jornalístico e literário no outro lado do atlântico, chega a Lisboa decidido a trabalhar ns gazetas, sem qualquer recomendação ou conhecimento no meio. O boom da borracha, desde finais do século XIX aos anos 20 da centúria seguinte - altura em que se registra o declínio-, desempenhou um papel importante na economia brasileira. Cidades como Belém e Manaus conhecem um forte desenvolvimento tornando-se ao mesmo tempo centros cosmopolitas, como provam os seus famosos teatros de ópera. Este crescimento econômico atraiu à brenha amazônica não só os sertanejos do Ceará e Maranhão, como muitos emigrantes europeus. "DEVO-LHES [AOS BRASILEIROS] MUITO. COM ELES APRENDI A AMAR A HUMANIDADE." Ferreira de Castro, entrevista a José de Freitas Diário Popular, 7 de abril de 1966. Foto: Sepultura de Ferreira de Castro na Serra de Sintra, esculpida numa pedra onde ele sentava para se inspirar em suas obras. Crédito: busca no google.

Um comentário:

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