quarta-feira, 29 de julho de 2009

COM CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA, A AZULEJARIA PORTUGUESA TRADUZ O ESPLENDOR DA ARQUITETURA LUSITANA

Foto acima e abaixo: Andre Pinto visita a Estação de Comboios (trens) da cidade do Porto que tem os mais lindos painéis em azulejos portugueses. Crédito da foto: Luiz Pinto.
Foto: Andre Pinto em frente à igreja do Porto, que traduz a beleza dos azulejos de Portugal. Crédito da foto: Luiz Pinto. Cada país possui peculiariedades que acentuam as lembranças dos visitantes. Em Portugal, além da música e da cultura, a arquitetura marca presença com um item especial: os azulejos. Eles enfeitam casas, igrejas, palácios e foram os responsáveis por levar a arte nacional para uma posição de reconhecimento mundial. Embora tenham adquirido distintas características ao longo da sua história, as peças se destacaram pela riqueza de suas cores e pela originalidade dos desenhos que exaltam o retrato social, episódios históricos, imagens religiosas e geométricas. Repletos de elementos decorativos, eles se transformaram em uma das manifestações artísticas mais conhecidas na Europa. Com 500 anos, a arte se mantém viva e cultuada por gerações que empregam novos temas às peças, mas sem alterar a forma peculiar de pintá-las. Basta começar um passeio pelo país para vir à tona a força e a influência dos azulejos. Presente em marcos históricos e em residências, o retrato atual da arquitetura evidencia a arte que chegou ao país no século XVI. Em uma viagem à Espanha, o Rei de Portugal, D. Manuel I, ficou impressionado com a decoração, de características árabes, que cobria o interior de certas construções, nas cidades de Sevilha, Zaragoza e Toledo. Fruto de uma forte herança cultural do Império Mouro, os traços geométricos, que aparentam profundidade, e os florais típicos da cultura islâmica, passaram a fazer parte do convívio português. O rei não só levou a arte para Portugal, como decorou a residência real, o Palácio Nacional de Sintra, com modelos fabricados em oficinas espanholas. Até hoje, o exemplo máximo da fase inicial do material no país. A palavra azulejo deriva do termo árabe al zulej, que significa pedra lisa e polida. Seu uso popularizou-se entre os nobres portugueses assim que o Rei D. Manuel revestiu todo o Pátio das Carrancas com peças decoradas com a técnica da "Corda Seca." O método separava as cores abrindo sulcos nas peças e preenchendo com uma mistura à base de óleo de linhaça. Um dos exemplares célebres de "Corda Seca" representa a esfera armilar, o símbolo pessoal do rei que ainda hoje está presente no palácio. Ao longo dos tempos, as técnicas de produção se aprimoraram não sendo necessário importá-las e tornou-se possível pintar diretamente sobre a cerâmica branca, utilizando esmaltes e pigmentos metálicos. Chamada de Majólica, a técnica inventada pelos italianos, facilitou a produção de desenhos mais complexos e trazia em seus elementos a estética da cultura renascentista. O contato com diversos povos ajudou a diversificar a composição de imagens e as navegações portuguesas colaboraram muito para isso. As viagens marítimas levaram os navegadores à China e o resultado desse encontro está refletido nos delicados traços azuis sobre fundo branco (a faiança azul e branca), elemento chinês característico, que passou a ser um marco da azulejaria portuguesa. Ao mesmo tempo, o barroco começou a aparecer nas ilustrações. Foi a união perfeita da faiança com o suntuoso estilo. As informações deste texto foram extraídas da revista Luxe, n.º 10, página 59, ano de 2008.

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