segunda-feira, 13 de julho de 2009

CACAU SELVAGEM DA AMAZÔNIA VIRA CHOCOLATE FINO NA EUROPA

Ribeirinhos coletam o fruto nas florestas do sul do Amazonas.Na Alemanha, tablete com a matéria-prima brasileira custa mais de R$ 8. Dennis Barbosa Do Globo Amazônia, em Sena Madureira (AC) - o jornalista viajou a convite da Embaixada da Alemanha
A colheita do cacau é trabalhosa, já que os cacaueiros nativos da região não ficam tão carregados quantos os pés plantados pelo homem. O cacau selvagem colhido em um dos lugares mais remotos da Amazônia virou matéria-prima para chocolates finos na Europa. Ribeirinhos de Boca do Acre, na confluência do Rio Acre com o Purus, no sul do Amazonas, colhem o cacau e o vendem a uma cooperativa que beneficia os frutos para enviá-los à Alemanha, onde são ingrediente de chocolates que custam cerca de 3 euros por unidade (mais de R$ 8). Segundo Jaime Sass, diretor-administrativo da Cooperativa Agroextrativista do Mapiá e Médio Purus (Cooperar), este ano já foram colhidas 6 toneladas de frutos nativos. Os cacaueiros estão espalhados pelos rios da região. Ribeirinhos fazem a colheita e levam os frutos até a beira do rio, onde são recolhidos com barcos. “Temos muitos gastos devido às grandes distâncias que precisamos percorrer para recolher o cacau”, explica Sass. Após o recolhimento, os frutos são descascados e colocados em caixas de fermentação por alguns dias. Em seguida, são secos em estufas. Apesar das dificuldades, o extrativismo de cacau é uma maneira para os ribeirinhos conseguirem dinheiro, já que a maioria deles se dedica apenas à pesca e à agricultura de subsistência. Segundo o diretor da Cooperar, eles conseguem até R$ 50 com um dia de trabalho. Ao todo, cerca de 200 ribeirinhos de Boca do Acre trabalham com o cacau durante três meses (março a maio) ao ano.A parceria com os alemães funciona desde 2006. A Cooperação Técnica Alemã, empresa pública que apoia o desenvolvimento em países estrangeiros fez a ponte entre os extrativistas do Amazonas e a fábrica de chocolates. Uma fundação alemã pagou a instalação de estufas de secagem e a indústria se compromete a cobrir os gastos da cooperativa quando houver imprevistos que aumentem os custos, como a cheia prolongada deste ano, que dificultou a colheita.
Por que trazer a matéria-prima de um lugar tão distante? A fábrica alemã, além de apostar na qualidade do cacau selvagem da Amazônia, usa sua origem “exótica” para marketing. A questão do apoio aos ribeirinhos e do comércio justo é outro ponto favorável para a imagem da empresa.
Globo Amazônia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa noite, meu nome é Juarez Lima, tenho 44 anos, morador em Brasília- Asa Norte, estou escrevendo aqui para parabenizar pela materia sobre cacau.
Aqui no DF costumo comer chocolates na doceria Rota do Charme, casa especializada em chocolates do RS e doces finos aqui no DF.
Irei indicar o blog a amigos, parabens!
Juarez