sábado, 6 de setembro de 2008

CACHORRO D`ÁGUA APARECE NA LOCALIDADE DEGREDO EM SÃO JOÃO DA BARRA

Foto ilustrativa
02/09/08 - Cachorro d’água se exibe para pescadores e moradores da localidade de Degredo, em São João da Barra. Nesta terça-feira, 02/09/08, produtores rurais da localidade de Degredo, São João da Barra avistaram um animal muito arisco nas águas de um valão próximo àquela localidade, que deu margem a muitos comentários. Flávia, que comunicou o fato para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Públicos, tendo sido atendida por André Pinto, comunicou que nos fundos da propriedade de seu pai, “Chico da casa sincera”, que tem um canal (que se liga a outros cursos d`água), tinha aparecido uma lontra, conhecida pela população local como “cachorro d’água” e que esta, mediante o movimento de um pescador local, irmão da comunicante, em pesca neste valão, teve um grande susto ao deparar-se com o bichano adulto, que tem a aparência de uma foca e semelhança com cachorro por causa de seus pelos e focinho. Tendo sido informada por André Pinto que o animalzinho só faz ataque em caso de ser ameaçado (tem um grande poder de se defender por causa de suas nadadeiras com unhas afiadas e uma dentição com caninos pontiagudos) e que a sua presença na região é um bio-indicador de que a capacidade de suporte daquele ecossistema está em níveis regulares, pois a lontra habita onde há abundância de pescado e onde há mata ciliar para servir de abrigo ao animal, Flávia, que é moradora do local se comprometeu a fiscalizar a área para que ninguém incomode o seu habitat natural, divulgando aos proprietários vizinhos a consciência ambiental. Segundo André Pinto, o susto que o animal deu ao pescador da localidade de Degredo pode se dever ao fato de que a lontra anda em bando no período reprodutivo e que poderiam estar perto a fêmea com seus filhotes e o animal reagiu em instinto de defesa do grupo e logo sumiu nas águas do canal sem deixar rastros. A Biodiversidade da região é muito rica e não é à toa que grande parte do município de São João da Barra virá a se tornar um dos maiores Parques Estaduais do Brasil a ser administrado pelo IEF, sendo uma área que abriga restingas, manguezais, rio Paraíba do Sul com suas importantes ilhas fluviais, bem como os canais recém-recuperados, a exemplo do Quitinguta (que no tupi-guarani significa = valão que contém pacas), canal São Bento e Andrezza, além do complexo lagunar envolvendo vários corpos hídricos como Grussaí, Iquipari, Taí, Lagoa do Salgado entre outras. O Projeto de agricultura familiar do Rio Rural GEF em desenvolvimento, com a parceria da Prefeitura Municipal de São João da Barra, contemplou a microbacia de Degredo e prevê entre outras medidas a recuperação de mata ciliar, o que favorecerá ainda mais o aparecimento de animais importantes ao equilíbrio do ecossistema local. São regularmente avistados pelos moradores da zona rural vários animais, podendo citar as cobras jararacas bico-de-jaca, jibóia, lagarto do-rabo-verde, sapo pigmeu, ouriço caixeiro, preguiça-de-coleira, tamanduá-mirim, borboletas da restinga, siriemas, garças, quero-queros, carcarás, tié-sangue, gaviões, pica-paus, papa-capins, martin-pescador, guaxinim, além da rica biodiversidade aquática que é extensa. André Pinto lembra que, ao se avistar qualquer animal que esteja, de alguma forma, correndo risco de morte, captura por caça predatória ou esteja ferido, entre em contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São João da Barra, pelo telefone: (22) 2741-7878 r:313.
DADOS SOBRE A LONTRA
DESCRIÇÃO – Cabeça e corpo medem 60 a 80 cm e a cauda 35 a 45 cm. Corpo alongado com membros curtos, cauda afilada e forte na base; patas posteriores palmadas; pêlo castanho no dorso, macio e lustroso; focinho largo e orelhas pequenas. HABITAT E DISTRIBUIÇÃO – vive em locais de água doce, com cobertura vegetal, lagos, canais, pântanos ou água salgada, estuários ou costas rochosas. Encontra-se em todo o Mundo excepto na Austrália e em Madagáscar.
ALIMENTAÇÃO E HÁBITOS – Habitualmente nocturna, passando a maior parte do tempo na água; alimenta-se essencialmente de peixes, preferindo as enguias; vive em grupos familiares de uma ou mais fêmeas e crias desse ano; os machos são solitários e juntam-se às fêmeas apenas para acasalar.
REPRODUÇÃO – qualquer altura do ano; o período de gestação é de 61 a 63 dias nascendo 1 a 5 crias por ninhada.
LONGEVIDADE – 11 a 15 anos em cativeiros mas apenas 3 a 4 em liberdade. FACTORES DE AMEAÇA – Abate ilegal de exemplares, por causa da pele que é muito bela e valiosa; poluição química e orgânica dos cursos de água.
MEDIDAS DE CONSERVAÇÃO – protecção das áreas onde ocorre a espécie, faixa costeira e ambientes próximos de rios; reduzir a pressão humana e os focos de poluição, campanhas de sensibilização, controlo do furtivismo.

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