sexta-feira, 26 de setembro de 2008

QUESTÃO DA ODEBRECHT NO EQUADOR É POLÍTICA

Ministro das Relações Exterior disse: questão da Odebrecht no Equador é política.
TÂNIA MONTEIRO E NALU FERNANDES - Agencia Estado
NOVA YORK - Em uma clara demonstração de que o governo brasileiro está convencido que os arroubos contra a Odebrecht e as ameaças de não pagamento do empréstimo do BNDES para a construção da usina hidrelétrica no Equador fazem parte do clima eleitoral, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje que não acredita que haja qualquer evolução nesta discussão até o próximo domingo, data do referendo no qual o governo daquele país pretende aprovar o projeto de Constituição, crucial para sua proposta de "refundar o Equador"."De ontem para hoje não houve nenhuma evolução e não acredito que haja até domingo", declarou o ministro. Ele afirmou, no entanto, "que está atento" ao caso. Segundo Amorim, "o Brasil acompanha com preocupação" os últimos acontecimentos no País. "Mas é preciso esperar para ver como as coisas se desenvolvem nos próximos dias", disse.Celso Amorim tentou minimizar a possibilidade de o BNDES poder levar um calote e não receber os US$ 243 milhões emprestados para a construção da usina. "Eu não vejo muito como este calote no BNDES pode ocorrer. O empréstimo do BNDES é para empresa e a garantia é a CCR e não conheço nenhum caso de descumprimento do CCR", declarou, referindo-se ao Convênio de Crédito Recíproco (CCR). "Seria uma imensa surpresa."O ministro observou ainda que pelo que foi informado, a Odebrecht já admitiu que "houve erros involuntários e que está disposta a assumir esta parte". E emendou: "se houve isso, não há razão para deixar de pagar". Amorim comentou ainda que evidentemente o governo brasileiro sempre procura "defender e proteger as empresas brasileiras. E completou: "mas não podemos julgar totalmente o mérito da questão. E nem temos meios técnicos para isso". Ele disse ainda que "se a companhia propôs uma arbitragem, uma auditoria imparcial internacional, seria uma coisa boa".

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