sábado, 20 de setembro de 2008

O SANJOANENSE SILVA COUTINHO FOI O PRIMEIRO CIENTISTA DA AMAZÔNIA

JOÃO MARTINS DA SILVA COUTINHO, nasceu a 1º de maio de 1830 na cidade de São João da Barra – RJ. Filho de Fernando José Martins (que escreveu sobre a história de São João da Barra em 1868), foi engenheiro, fez levantamento de plantas, projetou obras de defesa na fronteira do Brasil, orçou melhoramentos da cidade de Manaus fazendo sua planta gratuitamente, chefiou a Comissão da Exposição de Produtos Naturais da Amazônia, chefiou a Comissão Demarcadora da Fronteira do Brasil com o Peru, publicou vários trabalhos sobre a região Amazônica e ainda foi protetor dos índios purús. Ao governador do Amazonas, Silva Coutinho apresentou um relatório acerca de estudos de aclimação da maniçoba e da carnaubeira, bem assim, sobre a guarda, conservação e desenvolvimento das fazendas nacionais de gado no Vale do Rio Branco. Em 1870, Silva Coutinho, trata de relatório do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, trata ainda do trânsito de mercadorias entre o Pará e os países situados ao norte do Brasil. Fora da região Amazônica ,Silva Coutinho desenvolveu incansável atividade: Realizou exploração da estrada de ferro do Una ao São Francisco, apresentou parecer técnico sobre as estradas de ferro da Bahia e Pernambuco, sobre o prolongamento da estrada de ferro Conde D`Eu até Cabedelo e acerca da ramificação da E. F. de Natal e Nova Cruz através do Vale do Ceará-Mirim. Silva Coutinho ainda desempenhou atividades frente a várias comissões, entre as quais o estudo da vasta região hoje percorrida pela Estrada de Ferro Sorocabana, estrada cujo reconhecimento por ele foi realizado. Ainda foi árbitro por parte do governo numa questão movida pela E. F. Paraná, bem como foi membro da Comissão incumbida da revisão de tarifas e instruções regulamentares dos transportes da então E. F. D. Pedro II. Professor de Geologia no Museu Nacional e Membro da Academia de Ciências Naturais da Filadélfia, foi, também Membro da Sociedade Geográfica de Paris, da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, do Instituto Arqueológico Alagoano e ainda havia recusado por duas vezes o título nobiliárquico, onde, mesmo assim, foi tornado Oficial da Ordem da Rosa, Graduação obtida em consequência dos serviços prestados na Comissão Científica que explorou o Amazonas e seus afluentes. Integrando a Comissão Científica que foi ao Ceará e depois explorou o Amazonas e alguns de seus afluentes, Silva Coutinho tornou-se companheiro de Agassiz e Hartt e outros naturalistas, auxiliando preciosamente Harrt na coleta de cerca de duas mil espécies de peixes, dos quais apenas mil, talvez, eram conhecidos na época. A Comissão Científica denominava-se: “Comissão das Borboletas” Silva Coutinho durante 15 anos, a partir de 1851, percorreu vários rios empreendendo explorações pioneiras em seus vales: o do Purus, Japurá, Madeira e Tapajós; sendo alguns trechos visitados pela primeira vez por um homem civilizado.
Silva Coutinho se formou em engenharia com relevantes estudos realizados no campo da Geologia, Paleontologia, Botânica, Zoologia da bacia Amazônica, tornando-se “o primeiro cientista brasileiro a voltar-se para a Amazônia”. Dos livros “Viagem ao Brasil: 1865-1866” de Louis e Elizabeth Agassiz, que trata da Expedição Thayer, e “Geologia e Geografia Física do Brasil” do geólogo Charles Frederick Hartt, depreende-se que tanto Agassiz como o próprio Hartt devem muito ao sanjoanense Silva Coutinho, e deixam entrever que este desenvolvera muito antes da chegada da Expedição, grande acervo de pesquisas originais que deveriam ser imediatamente publicadas. São João da Barra – Berço de ilustres personalidades!!!! Seus sentimentos de humanidade se manifestaram amplamente no relatório sobre os Purus, ao preconizar a proteção dos selvagens, acerca dos quais escreveu:
“Todos falam das correrias e depredações, que costumam fazer alguns destes infelizes, mas ninguém se lembra de pesar as consequências da perseguição de três séculos, que eles experimentaram, da recompensa falaz, que durante esse longo período receberam do bom agasalho prestado aos civilizados”. Concluindo: “O índio é uma criança, nem mais, nem menos; deixá-lo, pois, entregue às leis da natureza, é uma verdadeira barbaridade”.
(Silva Coutinho) Silva Coutinho, como últimas de suas ações e em total doação de seus conhecimentos ao espírito científico brasileiro, tornou-se o primeiro Presidente do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, em cujas publicações se colheram quase todos os dados referentes à sua atividade científica e profissional, tendo falecido em Paris a 11 de outubro de 1889. INDAGA-SE AINDA HOJE... Teria Henry Ford, em 1934, se baseado nos estudos de Silva Coutinho de 1863, sobre os seringais, para que ele pudesse desenvolver a Companhia Ford Industrial do Brasil, em Belterra (Ford-lândia), na margem direita do rio Tapajós, em terra plana a apenas 30 milhas de Santarém??? SUAS OBRAS IMORTALIZADAS: -As epidemias no Vale do Amazonas; -Relatório sobre o exame de alguns lugares da Província do Amazonas, especialmente do rio Madeira, debaixo do ponto de vista de colonização e navegação, seguido de um mapa de observações meteorológicas, (Manaus, 1861); - Breve notícia sobre a extração de salsa e da seringa e vantagens de sua cultura, (1863); - Exploração do rio Hioapuru, in-relatório do Ministério de Agricultura, (1865); - Exploração do rio Purus, anexo ao relatório do Ministério da Agricultura, (1866); - Mapas dos rios Solimões e Içá, (1866), apresentados no Ministério da Agricultura; - Notícias sobre o Uaraná (guaraná), também em 1866. - Bulletim de la societé de Geographie, em 1867. *Pesquisa: André Pinto

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