sábado, 27 de setembro de 2008

UM PERFIL DA USINA BARCELOS EM 1916

Conforme anunciado neste blog, André Pinto traz para o(a) querido(a) leitor(a) deste blog uma série de curiosidades sobre a Usina Barcelos, através de uma publicação intitulada "A Riqueza do Município de Campos" de 1916, da Brandão e Comp. ( da Biblioteca Wellington Paes).
Vale ressaltar que o Ministério Público Estadual vem adotando, atualmente, medidas legais para que o Grupo Othon se adeque às normas ambientais vigentes para minimizar os impactos ao meio ambiente a à população de Barcelos.
USINA BARCELOS EM 1916
FOTO 1: MOENDAS - TRÍPLICE PRESSÃO COM KRAGESC

FOTO 2: CENTRÍFUGAS - TURBINAS

FOTO 3: APARELHOS DE CRISTALIZAÇÃO - VÁCUOS POSIÇÃO TOPOGRÁFICA- está situada à margem direita do rio Paraíba do Sul, a dezesseis quilômetros da bela cidade de Campos pela estrada de rodagem, e a quinze quilômetros pela estrada de ferro Leopoldina Railway Company (ramal de S. João da Barra). Em frente à usina está situada a estação Barcelos.

FUNDAÇÃO - foi fundada em 1877 pelo Barão de Barcelos, e é uma das mais antigas do Brasil.
estiveram presentes à festa inaugural, que foi soleníssima, o imperador D. Pedro II, a Imperatriz Thereza M. Christina, as demais pessoas da Família Imperial e a sua comitiva. Revestiram-se de tanto esplendor os festejos, que constituíram um dos maiores acontecimentos da época.
CAPACIDADE - sua capacidade primitiva era de 35.000 a 40.000 sacos; mas durante 39 anos, tem sido renovada e modificada várias vezes, até chegar à capacidade atual, calculada em 90.000 a 100.000 sacos, de 60 quilos cada um. Há uma parte predial do estabelecimento fabril relembrando a época da inauguração e os primeiros tempos que se seguiram.
CONSTRUÇÃO - A construção é de ferro e alvenaria, com amplitude suficiente para comportar toda a moderna aparelhagem que a fábrica possui, como se vê, à luz da respectiva descrição ilustrada. Consta de vários corpos, que se destinam as suas seções competentes, formando uma área total de superfície coberta de 2.823 metros quadrados.
PLANTAÇÕES - a fábrica é possuidora de diversas fazendas limítrofes entre si e a usina, com uma superfície total de 1.040 alqueires de 100 braças por 100, equivalente a 5.033 hectares. Uma considerável parte das terras é aproveitada na lavoura de canas, de diferentes qualidades e as restantes servem para pastagens, criadouro, e contém matas de que se extraem grande quantidade de combustível para as fornalhas da fábrica.
TRANSPORTE - pertencem à usina 22 quilômetros de linha férrea, bitola igual a da Leopoldina. A lina tem seus desvios necessários e constitui, pelo seu tráfego, o maior movimento agrícola das propriedades (as Fazendas) da firma e de particulares (colonos). 75 vagões, de 06 a 12 toneladas e 3 locomotivas, fazem o transporte da lenha, da cana e de seu produto, já por nossas linhas, já pelas da Leopoldina, com a qual existe contrato de tráfego ligado à Estação Barcelos (ramal da Estrada de Ferro).
USINA - é movida a vapor por meio de 4 geradores e tem uma capacidade total de 500 metros quadrados de superfície de aquecimento. Consome lenha e bagaço; a lenha na proporção de 36 metros cúbicos em 24 horas. A tiragem das fornalhas dos citados geradores, é feita por uma grande chmainé de alvenaria, com 40 metros de altura. Devemos dizer que o combustível que se emprega nesta usina, bem assim em Dores e Santo Antônio, propriedades da firma, é extraído, em pequena proporção das fazendas próprias, da planície de Campos, e, em grande proporção das fazendas, também próprias, do importante ramal de Carangola; a lenha vem, não só por via terrestres, pelo tráfego de seus ramais ligados aos da Leopoldina, ou por via fluvial, do rio Muriaé e do Paraíba.
MOENDAS -A grande moenda, de tríplice pressão, tem onze cilindros de 30 x 54 polegadas, com capacidade para 450 toneladas de cana durante 24 horas. A primeira fase consta de dois cilindros em forma de zig-zag, que prepara as canas para entrarem no primeiro grupo de três cilindros (pressão), passando o bagaço para o segundo grupo (repressão) e deste para o terceiro e último (tríplice pressão). O transporte entrew os grupos aludidos é feito por esteiras mecânicas, de aço flexivel, que descarregam o bagaço do último grupo de moendas, conduzindo-o a um aparelho que o distribui, automática e proprocionalmente, ás 4 fornalhas correspondentes aos geradores. Esta moenda é acionada por uma máquina a vapor de 300 cavalos, convenientemente provida das engrenagens necessárias e aperfeiçoadas. O caldo extraído das moendas na proporção de 77% sobre o peso da cana é sulfitado, depois de passado por um esquentador, e distribuído pelos 8 defecadores instalados no terceiro plano da fábrica. Uma vez defecado e conduzido por meio de bomba aos classificadores e destes aos filtros de areia - sistema Daneck. que em número de 6 estão instalados no 2º plano, as espumas do mesmo caldo são transportadas para 2 grandes filtros prensas de 60 metros quadrados de superfície cada um, instalados na parte baixa, onde sofrem o processo de pressão, por meio de uma poderosa bomba automática, saindo por um lado o caldo limpo e por outro as impurezas em forma de massa compacta aproveitável como adubo químico de primeira ordem.
(continua semana que vem)
*Pesquisa por André Pinto

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito interessante esta sua postagem, é sempre bom conhecer mais um pouco sobre a história do nosso município, e a Usina Barcelos tem um papel muito importante nesta história. Pena q como consequência do crescimento desta Usina, o município perdeu um patrimonio histórico localizado na fazenda palacete, uma casa que pertenceu ao Barão de Barcelos, e a lagoa do Taí pequeno, nesta mesma fazenda, q foi aterrada.

Anônimo disse...

O Barão de Barcellos foi meu bisavô. Soube que ele foi roubado e perdeu a Usina para outro.