quinta-feira, 4 de setembro de 2008

QUEM FOI O SANJOANENSE LUIZ DE CASTRO FARIA ?

André Pinto traz à tona o nome de um vulto sanjoanense, através de pesquisa na internet, tendo comunicado a descoberta ao jornalista Carlos Sá que também fez uma busca da vida e obra deste homem tão importante para a história do Brasil. Um dos maiores antropólogos do Brasil e que chegou a receber a medalha Grã-Cruz por trabalhos científicos realizados.
CORDEL EM HOMENAGEM AO PROFESSOR LUIZ DE CASTRO FARIA (1913 -2004) O PROFESSOR EMÉRITO Vou abrir essa toada Cantando com alegria A vida do professor Luiz de Castro Faria Um pensador incansável De nossa antropologia Mil novecentos e treze Em São João da Barra nasceu Foi aluno do São Bento E um diploma mereceu Depois na Praia Vermelha Num concurso se inscreveu Edgar Roquette-Pinto Foi quem fez a argüição Podia ter dado zero Pela resposta à questão Sobre o que não estava escrito Na prova de seleção Assim que Castro Faria Muito bem se defendeu Roquette-Pinto gostou E um dez logo concedeu Aprovando sua entrada Para estágio no Museu Museu Nacional que fora Imperial moradia Na Quinta da Boa Vista Área de Antropologia Heloísa Alberto Torres Era quem lhe dirigia Foi então que em 37 Partiu para a expedição De Claude Lévi-Strauss Por estradas do sertão Chegando à Serra do Norte No meio da imensidão Cruzaram de todo jeito Floresta, cerrado e rio Seringal, garimpo, aldeia Nessa viagem febril Nambiquaras e tupis Encontraram no Brasil Faz Castro etnografia Da habitação popular Do embarque em pescaria E da vida em alto-mar Dos mercados na Bahia E cerâmica karajá Fez Castro arqueologia Explorando nas areias Das praias catarinenses Os vestígios das aldeias Nas jazidas de Laguna De sambaquis sempre cheias Pensando Euclides da Cunha Um sertanejo valente Seu cérebro sobre a mesa Do professor nunca mente Que é conhecedor profundo Do que pensava essa gente De Oliveira Viana Obra e metodologia De Edgar Roquette-Pinto A nacional pedagogia E de Augusto dos Anjos As moneras da poesia Foi a Cambridge, Inglaterra E Musée de l’Homme em Paris Lá na França foi bolsista Da Unesco mas não quis Curvar-se ao colonialismo Cultural desse país Voltou e em 53 Participou da primeira Reunião dos antropólogos Da nação brasileira Com Heloísa, Egon Schaden, Bastide e Oracy Nogueira Baldus, Thales de Azevedo, Galvão e Darcy Ribeiro, Bastos d’Ávila, Altenfelder, René e Édison Carneiro Cardoso e Mattoso Câmara Zés Bonifácio e Loureiro Depois disso, eles fundaram A Associação Brasileira De Antropologia, a ABA, Na qual ocupou primeira Gestão o professor Castro Orgulho em sua carreira Foi diretor do Museu Escute você agora Castro foi quem fez o laudo Que pedia sem demora O enterro das cabeças De Lampião e senhora Professor da Fluminense É mentor à revelia Da Escola Galo- Fluminense de Antropologia Onde o índio Araribóia Teve a sua sesmaria Da etnologia até O estudo regional O Brasil da teoria E pensamento social O emérito professor Sabe ensinar sem igual Casado com a prima Elza Também da terra campista Ambos contrariam o adágio “Nem a prazo nem a vista” Tanto a vista quanto a prazo Castro é grande cientista Luiz de Castro Faria Não é homem que se esqueça O seu pensamento vivo Todo dia recomeça Castro é oito e oitenta E deu tigre na cabeça *Seu aluno, Felipe Berocan Veiga, 05.07.2001
Luiz de Castro Faria
Nome Científico: Faria, L.C.
Nacionalidade: Brasileira
Área: Ciências Sociais e Humanas
Classe: Grã-Cruz
Data de Ingresso como Grã-Cruz: 15/10/1998 Nascimento Data: 05/07/1913
Cidade: São João da Barra
Estado/Província: Rio de Janeiro, RJ
País: Brasil Endereço Rua Desembargador Oliveira Machado 24/201
Icaraí - Niterói - Rio de Janeiro - Brasil - 24220-000 Pesquisas
Teoria e método em Antropologia.
Sistemas econômicos indígenas.
História do pensamento social brasileiro.
Etnologia regional.Arqueologia. Títulos Professor universitário (Antropologia) - Faculdade Fluminense de Filosofia - 1953.
Estagiário (Antropologia) - London College - 1953.
Professor titular aposentado - Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, MN/UFRJ.
Professor titular aposentado - Instituto de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Federal Fluminense, ICHF/UFF.
Professor de pós-graduação (Antropologia social) - UFRJ.Professor emérito - UFF - 1979.
Professor emérito - UFRJ - 1984.
Histórico
Mestre de várias gerações de professores e especialistas no vasto campo da Antropologia, o Professor Luiz de Castro Faria começou a sua trajetória profissional em 1938, participando, como representante do Museu Nacional - MN e do Conselho de Fiscalização da Expedições Artisticas e Científicas - CFE, da última grande expedição etnográfica do século XX, a Expedição à Serra do Norte que foi chefiada por Claude Lévi-Strauss. Desde 1936 era "praticante gratuito" do MN e finalizava também o curso sobre Museus, onde ministrou seus primeiros seminários sobre Etnografia, Arqueologia e Antropologia física. Teve também intensa participação nas atividades culturais da cidade, participando do círculo de intelectuais (em torno de Rodrigo Mello Franco de Andrade) ou fundando o Movimento Social Brasileiro, onde deu seus primeiros cursos sobre literatura brasileira. Ele tem a sua vida profissional reconhecida menos pelos títulos acadêmicos que ostenta, como os de professor emérito das duas universidades às quais serviu por mais tempo, a UFRJ e a UFF, ou pelas incontáveis teses que orientou, mas, principalmente, pelo exemplo de seriedade intelectual aliado à dignidade pessoal que sempre passou para seus alunos. É, certamente, o decano da Antropologia brasileira. Fundador e grande incentivador dos cursos de Antropologia da Universidade Federal Fluminense - UFF e de Antropologia Social no MN. Além das orientações de teses e dos inúmeros trabalhos acadêmicos e de divulgação científica publicados desde a década de 1940, Castro Faria pronunciou centenas de palestras e conferências, organizou e presidiu simpósios, seminários e congressos. Vários dos seus pronunciamentos estão agora reunidos nos dois volumes de "Escritos Exumados". As suas aulas sempre foram famosas e atraíram alunos do país inteiro e também de diferentes ciências que não somente da Antropologia. Foi fundador e o primeiro presidente da Associação Brasileira de Antropologia - ABA (1954/1956) da qual nunca se desligou. É membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC, da Sociedade Brasileira de Genética, da Sociedade Brasileira de Anatomia e da Sociedade Brasileira de Geografia. Dentre as associações estrangeiras, pertence à American Anthropological Association, USA, ao Royal Anthropological Institute of Great Britain and Ireland, às Societé d'Anthropologie de Paris, Societé d'Ethnographie Française, American Association of Physical Anthropology e à Associación Latino Americana de Sociologia - ALAS. Prêmios Condecorações
Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico - Presidente da República do Brasil - Out/1998.
Publicações Selecionadas
-FARIA, L.C. 1942. A Antropologia no Brasil e na Tradição do Museu Nacional.
- Revista do Brasil., p. 84-90.FARIA, L.C. 1959.
-A contribuição de Roquette Pinto para a Antropologia Brasileira.
-Boletim do Museu Nacional., no. 25.
-FARIA, L.C. 1978. Populações Meridionais no Brasil - ponto de partida para uma leitura de Oliveira Viana.
- Boletim do Museu Nacional., no. 29.
-FARIA, L.C. 1987. Sistemas de Ensino - Escolas de Direito e Genealogias Intelectuais., Rio de Janeiro:AJUP.FARIA, L.C. 1988.
-Antropologia, Escritos Exumados.:Espaços Circunscritos - tempos soltos. Niterói, RJ:EDUFF, 1º vols.
MAIS HISTÓRIAS...
Em 1938, o jovem antropólogo brasileiro Luiz de Castro Faria, entao com 24 anos, estufou sua bagagem com uma câmara fotográfica e uma pilha de cadernos em branco, partindo rumo a Mato Grosso. Era o representante do Museu Nacional (Rio de Janeiro, RJ) em uma das excursoes mais famosas da história da antropologia deste século: a expediçao a Serra do Norte, liderada pelo etnólogo frances Claude Lévi-Strauss e registrada mais tarde no clássico livro Tristes Trópicos, livro-marco da antropologia mundial. O 'batismo' profissional de Faria duraria seis meses, numa viagem que começou em Cuiabá, em 6 de junho daquele ano, e chegou a Porto Velho (RD), seis meses depois. Por cerca de 60 anos, Castro Faria, hoje professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro e docente da Universidade Federal Fluminense, manteve inéditas em sua biblioteca particular cerca de 800 fotografias, bem como seus diários. Esse material, até agora inédito, revela agora um outra visao da famosa expediçao.
lUIZ DE CASTRO FARIA REGISTRANDO A EXPEDIÇÃO ONDE O CAMINHÃO QUEBROU NA MATA.

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