Imagem: Indumentárias e castigos impostos aos escravos africanos.
Fonte: buziostemhistoria.blogspot.com
Neste período em que se comemora a data de libertação dos escravos, com a Lei Áurea de Princesa Isabel, a 13 de maio de 1888, temos que ressaltar as obras daqueles historiadores que levantaram à fundo as atrocidades feitas aos nossos irmãos africanos que eram "comercializados" à fazendeiros de toda a costa brasileira nos séculos XVIII e XIX e principalmente em Vila de São João da Praia, atual São João da Barra.
Um desses grandes historiadores, que foi à fundo no tema, foi o meu saudoso pai João Oscar do Amaral Pinto. Ele escreveu a obra intitulada "Escravidão & Engenhos", onde deu abrangência à história da escravidão e criação de engenhos de cana-de-açúcar em todo o Norte Fluminense. É sem dúvidas uma obra ímpar e objeto de estudos para aqueles que querem buscar os entendimentos da rota do tráfico da Africa à Manguinhos (território de S. Francisco do Itabapoana), os caminhos marítimos, fluviais e carroçáveis feitos pelos traficantes, os preços de comercialização dos escravos, os castigos, os crimes cometidos pelos senhores de engenhos e escravos, a produção de cana-de-açúcar feita por escravos, os nomes das embarcações que traziam os infelizes irmãos acorrentados, a quantidade de escravos por senhores de engenhos em São João da Barra e Campos, entre outras informações.
O livro encontra-se para pesquisa na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, no Palácio Cultural em Campos e também pode ser encontrado no Centro Cultural Narcisa Amália em São João da Barra, cidade natal do autor, além do filho do autor possuir um exemplar, que na verdade, não é para ser emprestado por ser obra original.
Dados:
Oscar, João. Escravidão & Engenhos. Ed. Achiamé, 1985, Riode Janeiro, 260 páginas.
Assunto: Escravidão e Engenhos em Campos, São João da Barra, Macaé e São Fidelis.
Curiosidades do livro:
Frase: "A Escravidão institucionalizada é, sem dúvida, um dos mais obomináveis estigmas da evolução da humanidade sobre a face da terra". (página 19)
O que Disse Charles Darwin com relação aos escravos do Brasil?: " Deixamos finalmente as costas do Brasil. Dou graças a Deus, e espero nunca mais visitar um país de escravos". (página 19)
Um dos textos do livro que fala das atrocidades na planície: " A conclusão é uma só: na planície campista eram de extrema dureza as condições de cativeiro. O que não falta neste livro são provas de castigos cruéis, torturas terríveis, maus tratos sem conta infligidos aos pretos cativos, sempre ofendidos e humilhados pela violência e o autoritarismo sem limites da maioria dos senhores. A tal ponto que sua resistência, quando começou a configurar-se, não foi branda nem suave. Também eles fizeram suas razias, com justas e humanas razões." (página 20).
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