sexta-feira, 22 de maio de 2009

A VIRGINDADE SE VAI, NA POESIA INDECENTE DE JOÃO OSCAR

"Para o tempêro do amor,
a experiência requer:
Uma pitada de dor
De um molho-pardo mulher..."
João Oscar.

Obra pintada por Agnolo Bronzino (italiano, 1503-1572)

O quadro acima é uma pintura a óleo saído do pincel do requintado pintor quinhentista Bronzino. Ele retratou a deusa pagã do amor, Vênus, sendo beijada de modo eroticamente sugestivo por seu filho, Cupido, o menino alado. À direita do grupo central, vemos um garotinho sorridente que, segundo um estudioso, representa o Prazer. Atrás dele está uma estranha jovem de verde, cujo corpo, notamos surpreendidos, emerge de sob o vestido na forma de uma serpente enroscada. É possível que ela represente a Astúcia, uma qualidade desagradável – amável e sedutora na parte de cima e repulsiva sob a superfície – que freqüentemente acompanha o amor. À esquerda do grupo central, vê-se uma velha megera arrepelando os cabelos. É o ciúme, essa combinação de inveja e desespero que também a companha muitas vezes o amor. Ao alto vemos duas figuras erguendo a cortina que, aparentemente, cobria a cena. O homem é o pai tempo, alado, sustentando sobre o ombro sua simbólica ampulheta. É o Tempo que revela as complicações que assediam o tipo de amor lascivo aqui mostrado. A mulher defronte a ele, no alto, à esquerda, é – ao que tudo indica – a Verdade; ela desvenda a difícil e perigosa combinação de terrores e alegrias, inseparáveis das dádivas de Vênus.
Portanto, o quadro transmite uma máxima moral: o ciúme e a astúcia podem ser companheiros tão inseparáveis do amor quanto o prazer. Contudo essa máxima não é transmitida de modo simples e direto; ela está consubstanciada numa alegoria obscura e complicada, em que figura algo a que se dá o nome de personificações.A alegoria Vênus, Cupido, Loucura e Tempo(1546. 146x116cm) foi pintada por Agnolo Bronzino (italiano, 1503-1572), para o grão-duque da Toscana e, por este, presenteado a Francisco I, rei da França. Essa obra está agora exposta no National Gallery, Londres.
Texto de Susan Woodford em "A arte de ver a arte".
Obs. Ainda verei de perto este quadro!!!

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