sexta-feira, 22 de maio de 2009

CADÊ O PROJETO DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO DA ALMA PURA , NA ILHA DO LIMA, NO DELTA DO PARAÍBA?

Leia primeiro a matéria abaixo:
"Iberê Thenório Do Globo Amazônia,
em São Paulo Três sítios arqueológicos do Pará e Amapá podem virar importantes pontos turísticos da Amazônia. Um projeto Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) pretende transformar as marcas de povos ancestrais em museus a céu aberto, com infra-estrutura adequada para receber e orientar visitantes. Os locais escolhidos foram as pinturas rupestres do município de Monte Alegre, no Pará, as pedras gigantes de Calçoene, no Amapá, e as urnas funerárias de Maracá, no mesmo estado. Os três locais já têm um fluxo de visitantes informais, mas não possuem estrutura para recebê-los. “Não tem conforto nem segurança para o turista e muito menos para os sítios”, afirma a arqueóloga Vera Guapindaia, do museu Emílio Goeldi, em Belém."
A ILHA DO LIMA E O SÍTIO ARQUEOLÓGICO DA ALMA PURA
Gravura: Os índios Goitacás partem em retirada por causa da disseminação da "Bexiga", doença da varíola espalhada pelos colonos portugueses, numa forma de conquistar as terras da Capitania de São Tomé.
Participei como guia em assuntos históricos, nesta quarta-feira passada, 20/05, de uma expedição promovida pelo Projeto Pólen (São Francisco do Itabapoana, Campos e São João da Barra) ao Delta do rio Paraíba do Sul e acabamos por visitar a Ilha do Lima, localizada num conjunto de ilhas principais denominadas Ilha grande, Ilha do Peçanha e Ilha da Convivência. Na Ilha do Lima, descemos do barco e caminhamos por entre o manguezal mais ou menos uns 1.000 metros até chegarmos numa área bem alagadiça, fechada de vegetação de manguezal e de difícil acesso. Por lá existe um sítio arqueológico descoberto por uma folclorista chamada An´Augusta Rodrigues (que já residiu em Barcelos), ao qual deu o nome de "Sítio Arqueológico da Alma Pura". Neste sítio encontramos o que os paleontólogos a antropólogos chamam de "Sambaqui", que na verdade são restos de conchas e crustáceos aos quais os habitantes nativos se alimentavam e acabavam amontoando próximos à lagoas e manguezais, quando não enterravam seus entes nestes montes. É na verdade um resquício da presença de nativos (tribos goitacás) nesses locais em tempos remotos. Em outra oportunidade (anos anteriores), encontrei uma linda mostra de concha de sambaqui e acabei doando para a criação do Mini-Museu do CIEP Gladys Teixeira e está lá, numa redoma de vidro para quem quiser vê-lo.
Algo tem que ser feito pelo IPHAN para salvaguardar o Sítio da Alma Pura da Ilha do Lima, pois identifiquei a presença de caminhos de gado bovino no local e consecutivamente caminhos abertos artificialmente por entre o manguezal, o que acarretará a degradação deste importante sítio arqueológico, patrimônio mundial.
O exemplo dado pelo Museu Goeldi da Amazônia, ao qual eu já fiz contatos em meses anteriores para mandar material do Sanjoanense Silva Coutinho - que desbravou a Amazônia no Império - é excelente! Quem dera que o IPHAN pudesse fazer o mesmo aqui no Delta.
Vamos cobrar, pois a história está intrinsicamente ligada ao turismo!!!
Obs. Postarei em breve as fotos da expedição, que são excepcionais!!!

Um comentário:

Rodrigo disse...

achei mto interessante seu post.parabéns