sexta-feira, 29 de maio de 2009

SÃO JOÃO DA BARRA E AS CURIOSIDADES HISTÓRICAS

Curiosidades Históricas:
Como surgiu Atafona ? Em 1622, um grupo de pescadores de Cabo Frio, liderado por Lourenço do Espírito Santo - que se tornou um próspero comerciante anos mais tarde - chega à Barra (Atafona), incentivado pela fartura de peixes, e se instala no promontório onde foi construída a igreja da Penha , na foz do rio Paraíba do Sul, no século XVII. Atafona, segundo o livro "O Homem e o Brejo" foi o primeiro núcleo de povoação da planície. Lourenço , oito anos depois da fundação do povoamento, segue meia légua rio Paraíba acima e funda a aldeia de São João Batista do Paraíba do Sul. Por volta de 1820, a localidade foi relegada a segundo plano, e ficou praticamente esquecida, quando o armador de navios negreiros, Joaquim Thomaz de Faria a comprou e construiu um trapiche, estaleiro e desembarcadouro de navios africanos onde escravos eram leiloados e revendidos a fazendeiros de Campos. O mercador Chegou a ser tão importante, que recebeu em 1840 o Imperador Pedro II na fazenda da Barra, que passou a ser conhcida como Pontal e depois Atafona. O nome Atafona quer dizer "Pequeno Moinho Manual de Farinha". Fonte: Noronha, João. Uma Dama Chamada Atafona, Ed. Cultura Goitacá, 2003, página 11.
Como surgiu Grussaí? Segundo informações do escritor e historiador campista Jorge Renato Pereira Pinto, Grussaí é palavra modernizada, originária do tupi guarussá, guaruça, guarusá, que significa caranguejo. É faixa arenosa de terra litorânea entre atafona e a lagoa de Iquipari que, antigamente, abrigou uma aldeia de nativos, possivelmente descendentes de acablocados com náufragos estrangeiros de origem portuguesa, inglesa e holandesa. Ainda hoje, muitos naturias do lugar têm olhos azuis claros e cabelos louros, denotando a miscigenação original. Antigamente, o comum era a construção de casas ao longo da chamada restinga. Vale lembrar que a antiga e tranquila restinga é hoje a bonita e movimentada Av. Liberdade, com comércio do porte de cidade grande, hotéis , apartamentos e até residências de luxo. Mas, é também nessa avenida que o passado faz memória. Lourenço Augusto Russo era um cidadão português, construtor que foi trazido para Grussaí em 1921, por Ademar Laranjeira, para erguer a primeira igreja de Santo Amaro, ampliada em 1956 por João Gaia, como resultado de uma campanha liderada pelo comerciante José Faria Júnior. Em 1922, Lourenço Português fixou-se em Grussaí. Comprou uma faixa de terra qua ia da restinga até o mar. Ali, abriu a rua que, mais tarde, receberia seu nome. Montou uma venda e construiu o hotel com dez quartos e dois salões onde, inclusive, eram realizados bailes ao som de sanfona, viola e pandeiro. Além de ter criado a famosa "jardineira", Lourenço Augusto Russo instalou, por volta de 1932, na antiga Capela de Santo Amaro, um gerador que fornecia luz para iluminar um bom trecho da atual Av. Liberdade e mais umas cinco ou seis casas ali existentes. Fonte: REVISTA "50 Anos do Grussaí Praia Clube", 2004, Grafimar, 3.000 exemplares, Página 03.
Como Surgiu Barcelos? A região de Barcelos já era ocupada por produtores rurais em meados do século XIX. Em 23 de novembro de 1878, no entanto, houve uma aceleração do crescimento populacional de Barcelos, pois, liderando a Cia Agrícola de Campos, o Dr. Domingos Alves de Barcelos Cordeiro com a presença do Imperador D. Pedro II e da Imperatriz Tereza Cristina, do grande abolicionista José do Patrocínio, dentre outras presonalidades, inaugurou a Usina Central de Barcelos, sem mão-de-obra escrava. Nova frente de trabalho foi gerada e logo algumas casas apareceriam no local, principalmente dos trabalhadores braçais, de operadores de máquinas e de engenheiros, muitos deles ingleses que faziam a manutenção das mesmas periodicamente. Fonte: Diversos autores.
Como surgiu o Chapéu de Sol ? Segundo informações obtidas com o escritor João Noronha, a Praia de Chapéu do sol surgiu a partir de 1914 com o desmembramento de áreas de terra denominadas "Guriri", onde hoje está localizado o bairro " Balneário Chris", e pertencia aos herdeiros do Barão de São Fidelis, que as compraram na época da Corte do Imperador D. Pedro II de um solicitador de São João da Barra - dono de engenho e lavouras de cana-de-açúcar - os 50 alqueires geométricos situados ao norte por um conto de réis. (Escritura Pública, de 09/12/1884). Antes da venda, a área de terra - com sete ou oito casas - era frequentada por produtores rurais de grande poder financeiro que levavam a família, amigos e escravos do engenho do "Taí" em carros de bois com rodas de madeira, as antigas cambonas. Dividida em sítios, Chapéu do Sol foi demarcada com orientação do Serviço de Patrimônio da União, a partir da preamar, sendo a fixa de terrenos de 300 metros de propriedade da marinha - uma antiga reivindicação da Leopoldina Railway, que ocupou 10 alqueires geométricos para a instalação de um ramal ferroviário, jamais construído - passando, mais tarde a cobrar foro dos proprietários. O primeiro núcleo de veranistas começou com o usineiro campista, Vicente Nogueira a dois quilômetros para o norte, onde o sanjoanense João Luiz (Pomada) do Amaral já morava em um sítio no cômoro a caminho de Atafona, conhecido por estrada do Confisco (antiga estrada de chão), hoje rua Felicíssimo Alves. Supõe-se que o nome "Chapéu do Sol" foi criado em virtude da grande quantidade de casuarinas plantadas por Vicente em seu sítio, para proteção contra o sol, e que proporcionava sombra durante o dia em formato de chapéu. Daí a localidade ficou conhecida por esse nome, e difundindo mais tarde pelos frequentadores, levando a municipalidade a adotar a denominação como oficial. Fonte: João Noronha, Jornalista residente em Chapéu do Sol.
Como Surgiu o Açu? A conhecida Barra do Açu, muito frequentada por jesuítas, já teve nome engraçado como "Barra do Canzonza" por volta da segunda metade do século XVIII, talvez um nome proveniente do banto africano que não se sabe ainda o seu real significado. [1]. Na Barra do Açu, ao sul do município, em 1627, com o beneplácito da Coroa Portuguesa, os sete Capitães ergueram seu último curral para criação de gado vacum. Muitos desses animais fugiram e metendo-se nos matos retornaram ao estado selvagem. Por não terem dono, suas crias eram chamadas de "gado do vento", que qualquer um podia pegar e deram início a muitas fazendas de pecuária surgidas depois. O marco de pedra deixado pelos sete Capitães desapareceu. Em 1648, por determinação da Coroa, o Visconde de Asseca ficou com parte dessas terras [2]. Segundo moradores da região do 5º Distrito, na Fazenda Saco Dantas existiu uma família de cubanos que exercia atividade rural no local [3]. [1]Fonte:Pinto, André. Pesquisador e morador da cidade. [2]Fonte:Guia Turístico de São João da Barra. Agência Comunicação Marketing Brasil. [3]Fonte:Pinto, André. Pesquisador e morador da cidade.

Um comentário:

Jéssica Carvalho disse...

Parabéns pela pesquisa. Levar o conhecimento da história de nossa região é sempre uma ação louvável. Além de contribuir para a construção de nossa identidade / memória afetiva.
abraço