segunda-feira, 31 de agosto de 2009

PV DE SÃO JOÃO DA BARRA COMEMORA A ENTRADA DE MARINA SILVA NO PV

Os diretores do PV de São João da Barra, o Presidente Marcos Sá e o Vice-presidente Andre Pinto comemoraram na noite de ontem a entrada de Marina Silva nos quadros de associados do Partido Verde. Será, sem sombras de dúvidas, um nome de peso para lançar à candidatura presidencial para as próximas eleições. Veja a matéria abaixo:

Marina Silva filia-se ao PV prometendo "reformar" o partido

A senadora Marina Silva (AC) assinou neste domingo termo de filiação ao Partido Verde em meio a gritos de "Marina presidente" e com promessa de trabalhar pelo desenvolvimento sustentável e de reforma da legenda. A senadora também defendeu que o PV deve levantar a bandeira da ética na política.

Marina Silva em ato de filiação ao PV

A senadora Marina Silva em ato de filiação ao PV

Em uma luxuosa cerimônia no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, o PV homologou a filiação da ex-ministra com as assinaturas de Elenira Mendes, filha de Chico Mendes, José Luis Penna, presidente do partido, Eduardo Jorge, secretário do Verde e do Meio Ambiente da cidade de São Paulo, do líder do PV na Câmara, Sarney Filho (MA),e do deputado federal Fernando Gabeira (RJ). A senadora, que falou por cerca de meia hora a uma multidão de membros do partido e muitos simpatizantes arregimentados para dar volume ao ato, lembrou Chico Mendes, ambientalista assassinado no final da década de 80, e figuras como Martin Luther King e Nelson Mandela. Em um discurso emocionado, principalmente nos momentos em que lembrou seus mais de 30 anos de militância no PT, Marina afirmou que uma das exigências que fez para entrar no partido foi a reformulação do programa político de modo a se tornar mais focado nas questões de desenvolvimento sustentável. Marina saiu do PT há algumas semanas afirmando não encontrar "condições políticas" para avanços na questão ambiental. A senadora também defendeu que o partido deve levantar a bandeira na ética da política. "Homens e mulheres de bem aperfeiçoam as instituições", disse Marina, reiterando que não tem mais ilusão acerca de partidos perfeitos. A senadora, ao justificar sua saída do PT e sua entrada no PV, recheou o discurso com trechos de escritores como Guimarães Rosa e Santo Agostinho. Para "homenagear" seu passado, citou uma frase de um conto de Guimarães Rosa. "Será que você seria capaz de se esquecer de mim, e, assim mesmo, depois e depois, sem saber, sem querer, continuar gostando? Como é que a gente sabe?" Para homenagear seu futuro no PV, preferiu Santo Agostinho: "Tarde vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova, Tarde vos amei ! Eis que habitáveis dentro de mim, e eu lá fora procurando-vos!" Marina evitou fazer críticas ao PT. "Com outras pessoas, sonhamos, aprendemos. Sofremos alguns constrangimentos por erros de poucos. Não venho mais com a ilusão do partido perfeito", disse. Ela comparou sua saída do PT ao convívio familiar, quando um filho deixa a casa dos pais mas não deixa de fazer parte da família. "Estou saindo para fazer uma outra casa, para morar talvez na mesma rua, no mesmo bairro, na mesma vizinhança", afirmou. Apesar de poupar o antigo partido de críticas, ela deixou uma mensagem que pode ser interpretado como um recado ao presidente Lula. “Ninguém deve ser líder de tudo e querer ser líder do resto. Isso está destruindo a política no Brasil. É preciso nascer novas plantas. Se você quer reter tudo, você vai acabar virando mar morto. Cada um se coloque na posição de revezamento”, desafiou Marina. Contra o crescimento econômico Sobre a necessidade de preservação do meio ambiente, a senadora afirmou que sua entrada no PV vai marcar o "encontro com aqueles que já estão convencidos" desta necessidade. “Venho pensando a sustentabilidade como algo estratégico para o Brasil e para o planeta. Tenho andado pelo Brasil e sinto que está surgindo uma nova forma de pensar políticas públicas. Isso está acontecendo porque estamos vivendo a crise na economia e uma crise ambiental sem precedentes. Chegamos à era dos limites.O PV, ao dispor a fazer uma revisão no seu programa e em sua estrutura partidária, me moveu para esse desafio”, disse. Para a ex-ministra, o mundo vive atualmente duas crises, uma econômica e a outra, mais grave, do meio ambiente. "Não há como resolver os problemas econômicos e sociais destruindo a base de nosso desenvolvimento", acrescentou a senadora. Entre os oradores convidados, mais críticas ao desenvolvimento econômico. “Hoje todo mundo está de acordo com a urgência de se fazer algo. Mas as esquerdas, tanto aqui, quanto em países da Europa, não entenderam nada, pois continuam propondo que para resolver a crise, que não é só econômica, é ambiental, social, global, é preciso mais crescimento, mais construção. Isso não resolve nada. Com Marina há uma nova consciência dos cidadãos e da sociedade civil”, disse a representante dos partidos verdes no Parlamento Europeu, Katherine Greeza. Marina Silva encerrou seu discurso sem afirmar se será candidata ou não às eleições presidenciais de 2010, mas o PV já trabalha nas articulações para o lançamento da candidatura de ex-petista. O ministro Juca Ferreira foi uma das lideranças que já afirmou que defende sua candidatura, mas em recente entrevista ele disse temer que a candidatura de Marina sirva aos propósitos da oposição de direita. Limpeza no PV? Antes do discurso de Marina, Gabeira afirmou que o objetivo estratégico do partido é trabalhar a redução das emissões de carbono, mas que a legenda vai trabalhar em outros temas relacionados como violência urbana, ética na política e geração sustentável de energia. Rebatendo críticas recebidas pelo partido nas últimas semanas por conta de apoios à oposição de direita, Gabeira disse que "em 2002 chegamos apoiando o PT com a bandeira da ética na política, e hoje temos um governo moralmente frouxo, um Congresso apodrecido e um Supremo Tribunal em processo de decomposição". Gabeira, que pretende ser candidato ao governo do Rio com o apoio do DEM e do PSDB, reforçou promessas da legenda de mudanças nos quadros do PV. "Vai ser candidato no PV, com nosso apoio, aquele que tiver realmente condições de defender o programa e se comportar adequadamente. Não tem sentido ter em nosso partido pessoas que não são comprometidas com nosso programa", afirmou. Resta saber se o PV está disposto a afastar da legenda as centenas de vereadores, deputados estaduais, prefeitos e deputados federais que não têm nenhuma identidade programática com o partido. Mandato preservado Marina Silva exerce seu segundo mandato no Senado. Seu desligamento do PT e sua filiação ao PV pode, em tese, ocasionar a perda do mandato. Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aponta que, a partir de 16 de outubro de 2007, senadores podem ter seus mandatos cassados caso não apresentem justificativa para a troca de legenda. O TSE prevê que a mudança de agremiações só pode ocorrer em caso de incorporação ou fusão de legendas, de criação de um novo partido político, de grave discriminação pessoal do filiado ou de "mudanças substanciais ou desvio reiterado do programa partidário". Ainda que o PT não peça o mandato da senadora de volta, a legislação eleitoral prevê que entidades com interesse jurídico no caso possam recorrer para garantir a vaga no Senado. Neste caso, poderiam pleitear o assento de Marina Silva no Senado o Ministério Público Eleitoral (MPE) ou os suplentes dela, como Sibá Machado. Machado ocupou o cargo de senador por mais de cinco anos enquanto Marina Silva era ministra do Meio Ambiente do governo Lula. Mas segundo o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), seu partido não pretende entrar na justiça para pedir o mandato da senadora. “- O presidente Ricardo Berzoini, o candidato à presidência José Eduardo Martins Cardoso e todos os senadores do PT já dissemos todos que não é a nossa intenção solicitar à Justiça Eleitoral. Eu recomendo ao PT que não reivindique à Justiça Eleitoral, sobretudo porque ela tem valores semelhantes aos nossos.”, disse o senador. Politicamente, o PT também não vê vantagem em pedir a cadeira de Marina, já que falta apenas um ano e meio para terminar o mandato da ex-petista e uma disputa jurídica com este objetivo apenas reforçaria o papel de vítima que a senadora busca encenar. Da redação, com agências, Diário do Nordeste.

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