domingo, 30 de agosto de 2009

UM JACARÉ APARECE NA BR 356 DE SJB - ATAFONA

Foto: Estrada São João da Barra - Atafona cheia de "Fordecos" transitando. Notam-se ao lado esquerdo da foto a linha de trem e ao fundo as palmeiras Imperiais. Crédito da foto: busca no Google. Sem identificação prévia de autoria.
Calma pessoal! Não se preocupem! Quem gosta de fazer "coopper" durante a tarde, não será devorado pelo bichano! Essa história foi há muito, muito tempo atrás! Como é domingo, vale a pena descontrair com mais um conto das fabulosas histórias sanjoanenses! Tive o prazer de conhecer o escritor Paulo Nunes Alves, filho do saudoso Newton Alves, ao qual dá nome à Escola Estadual de Atafona. O Paulo Nunes Alves é também o tio de nosso amigo "Chico da Banca", só para os amigos internautas terem uma idéia de como o fato que aqui será narrado não foi mentira! Paulo Nunes Alves lançou, tempos atrás, um livro denominado "Memórias da Minha Infância", pela Editora Parthenon - Centro de Arte e Cultura, Niterói, 1ª Edição , 2004 e tive o prazer de receber este livro de suas mãos, onde batemos um grande papo juntamente com meu saudoso pai , também escritor, João Oscar. Separo para vocês a seguinte história , que é espetacular:
"CAÇA AO JACARÉ Meus pais tinham, como amigos, um casal alemão que morava em nosso chalé, que ficava em frente à Matriz de São João da Barra. O alemão chamava-se Flat e trabalhava na Força e Luz e , se não me engano, eles eram fugitivos de guerra. A essa época, eu e minha família morávamos em Atafona, que fica a ins três quilômetros de São João da Barra, em uma casa construída por papai com ajuda do pedreiro "Zé Bucha" e eu, é claro, ajudava, carregando tijolo (um por vez), pregos, massa, etc., isto quando estava cansado das brincadeiras em redor da construção. Ajudava também nas viagens de caminhão para apanhar materiais. Este era um trabalho que não dispensava. Duas ou três vezes durante a semana, meus pais iam em nosso Ford "Bigode", jogar um "poquerzinho" na residência dos Flats e eu quase sempre ia junto, pois adorava ouvir o sotaque estranho do casal alemão e, principalmente, das guloseimas com que a madame Flat sempre me aquinhoava. O joguinho de pôquer ia até altas horas e eu acabava dormindo. Terrível era, para mim, a hora da volta para casa, pois era acordado pra caminhar até o "Fordeco", onde caía, outra vez, no sono e , ao chegar em casa, novamente, tinha que interromper aquela dormida gostosa. Numa dessas rodadas de pôquer, quando voltávamos para Atafona, fui acordado repentnamente por uma freada brusca do "Fordeco". Despertei-me atônito e deparei-me com o seguinte quadro: pelo pára-brisa do Ford 29, vi o clarão dos faróis batendo sobre a estrada de barro, ladeada pela vegetação, encharcada pela cheia do rio Paraíba do Sul e, bem à frente do veículo , um enorme jacaré, a nos olhar fixamente. Neste instante, dominou-me o pânico, ainda mais que papai munido da "manícula" do "Fordeco", pedia que fizéssemos silência e saía sorrateiramente em direção ao réptil que, ao perceber o ataque iminente, saía em desabalada carreira para dentro do alagado. No dia seguinte, bem cedo, procurei reunir os amigos para contar-lhes a façanha da noite anterior: que eu e meu pai havíamos deparadado com um jacaré, na estrada de São João da Barra - Atafona, e que o havíamos atacado com a "manícula" do "Fordeco" e que, após vários golpes , o réptil havia fugido assustado. Paulo Nunes Alves"

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