sábado, 29 de agosto de 2009

A FLORESTA QUE SONHEI: HOMENAGEM DE ROBERTO ACRUCHE AO NOSSO MAIOR PARQUE DE RESTINGA DO BRASIL - IQUIPARI

A FLORESTA QUE SONHEI Bebo da fonte escuto o vento admiro a natureza... Olho as árvores, que beleza! Vejo uma que está mais distante e por um instante, imagino... Qual será o seu destino? Desde menino sonhava plantar uma árvore que fosse frondosa que desse fruto que abrigasse os pássaros que sua folhagem resistisse o outono, que não tivesse dono... Que passasse anos e anos... Sem que fosse cortada, em lenha transformada, nem mesmo, em móveis, canoas, remos, ou até, em piano!... Que em sua volta caíssem as sementes surgissem os brotos sobre a terra ardente; e à assombreasse tão somente com outras árvores que fossem frondosas que dessem frutos que abrigassem os pássaros que suas folhagens resistissem o outono, que não tivesse dono... que suportassem os anos que não fossem cortadas, nem mesmo, para serem transformadas em pianos... Que nos arredores desabrochasse uma floresta para que a natureza em festa poetizasse o som dos ventos o murmúrio das árvores a cor das flores engalanando a paisagem sustentando a verdejante folhagem que sob a chuva ou a estiagem é suportada pelos troncos enraizados que sulcam a terra. E para realizar o meu sonho plantei a semente de várias árvores na esperança de seu crescimento, fecundidade e frutos... Umas estão em fase de elevação; germinando, com brotos florescendo; mas ainda, longe de atingir a magnitude e produzir a floresta visualizada pela imaginação. Outras, infelizmente, nem chegaram a se aquecer sob a luz do sol, molhar-se na chuva, ou mesmo com o orvalho no período de estiagem. Perderam-se sob a terra ardente! Mas plantei a semente!... Se as que floresceram me trazem a esperança da transformação em uma mata bonita, espessa; as que morreram me fazem amargar a consternação, a tristeza, de não vê-las crescendo, se multiplicando, enriquecendo a natureza. Seria pretensioso o sonho meu, querer que todas se salvassem crescessem e se multiplicassem? Ou quem sabe uma heresia? Pois mesmo as árvores plantadas por Deus; morrem, são cortadas, queimadas, impiedosamente dizimadas... Inclusive, uma delas, foi utilizada para crucificar o Divino. Não seriam as cultivadas por um simples e mortal menino, sonhador, que iriam sobrepor - o destino, definido para cada invenção do Criador. Seja lá o que for!... Vou continuar acreditando que posso fazer, e ainda ver florescer, a floresta verdejante, com árvores frondosas que dão frutos que abriguem pássaros e suas folhagens resistam o outono, que não tenham dono que suportem os anos que não sejam cortadas nem mesmo, para serem transformadas em pianos... Roberto Pinheiro Acruche

-------------------------------------------------------------

Se vocês notarem, o poema é em forma de um pinheiro, que é o sobrenome de Roberto.

Abraços, amigo Roberto e obrigado por você existir!

Andre Pinto

Um comentário:

Luiz Felipe Muniz disse...

Olá André,

somente agora tive oportunidade de conhecer melhor o seu blog e desde já lhe dou os parabéns pela abrangência, coragem, determinação e propósito expresso!

Fantástico o seu empenho e a sua dedicação em manter a comunidade de São João da Barra municiada de informações sobre os graves desafios que estão sendo impostos por conta da novidade do Complexo do Açu, exatamente em uma região tão rica e ao mesmo tempo tão frágil sobre os aspectos sócio-ambientais.

Estarei indicando o seu blog no cenário do blog que possuo:

http://luizfelipemuniz.blogspot.com/

Siga em frente, boa sorte e conte conosco.

Um forte abraço,

Luiz Felipe Muniz de Souza