quarta-feira, 18 de novembro de 2009

GRUPO PRÓ-MEMÓRIA DA FERROVIA SANJOANENSE PODE SER CRIADO EM BREVE

Foto: A antiga estação de trem da Leopoldina Railway da sede deste município hoje abriga a estação das artes Derly Machado.
Um grupo de amantes da história da ferrovia sanjoanense - antiga Leopoldina Railway - está para ser criado informalmente, no propósito de se resgatar a história da presença da estrada de ferro em nosso município. Como anteriormente publicado neste blog, o município de São João da Barra ainda consta com um razoável acervo documental sobre a presença da Ferrovia Leopoldina Railway em nosso território, sendo preciso reunir as pessoas e instituições que tem estes materiais, como memórias, documentos, fotos antigas, jornais, escrituras etc para a produção de um documento único. Há a intenção também de se gravar um DVD com os relatos dos múnicipes mais idosos e que tem boas e más lembranças da passagem do trem em São João da Barra. Pessoas como Getúlio Alvarenga, Sérgio Romero e Maria Helena já manifestaram o interesse em colaborar com o grupo Pró-Memória da Ferrovia Sanjoanense. Em breve serão convidados os Srs. Carlos Sá - da Casa de Cultura Zenriques, João Brito, Célio Aquino, João Noronha e Ana Paula Andre - gestora da UNITEI (turismóloga que apresentou tese com o tema "O Turismo Ferroviário no Brasil"), entre outros colaboradores. O Conselho Municipal de Cultura também será convidado a participar do grupo pró-memória do trem sanjoanense. O Presidente do Sindicato Rural de São João da Barra, Sr. Getúlio Alvarenga, já concordou em ceder o espaço do sindicato para a reunião do grupo. Getúlio também tem muita história sobre a ferrovia e menciona que o loteamento "Nilo Peçanha", nome dado em homenagem ao Presidente da República que tinha uma "vivenda" no no chapeu do Sol, seria beneficado com a extensão da linha férrea da Leopoldina Railway, por puro "puxa-saquismo" dos construtores da dita ferrovia. Êta história pra contar! Acreditamos também que o Grupo Thoquino tenha algum documento do período da ferrovia sanjoanense, pois escoava boa parte de seus produtos por ela. O jornal "A Evolução" do inesquecível Jose Ângelo tem algumas informações sobre a existência do trem em São João da Barra. O engenheiro Sérgio Romero Lopes Costa, que está como Secretário Municipal de Transportes, mencionou o interesse pessoal e de sua secretaria no resgate histórico pretendido. A Ferrovia era um modal eficiente para a época, mas foi ligeiramente suprimida em função da expansão das rodovias - disse Sérgio Romero, que também afirma existir farto acervo da história do trem sanjoanese nos depósitos da RFFSA, em Campos dos Goytacazes, mas que o material deverá ir para o Rio de Janeiro muito em breve. Em breve este blog publicará a data da reunião do grupo Pró-Memória da Ferrovia Sanjoanense e pede àqueles que tenham alguma história ou relato sobre a passagem do trem em São João da Barra, que entre em contato com o blog pelo e-mail : anlupinto@gmail.com, endereçando a informação ao Andre Pinto. ----------------------------------------------------- Veja abaixo um pouco da história da Estrada de Ferro Campista, que passou a ser da Leopoldina Railway: Autor do texto e algumas imagens: Ralph Mennucci Giesbrecht Mapa: As linhas férreas por volta de 1955. Clique no mapa para ampliá-lo. Fonte: www.estacoesferroviarias.com.br A E. F. Campista foi constituída em 16/10/1894, e inaugurou a linha entre Campos e Atafona em 3/9/1897. Foi vendida à Leopoldina em 1902, passando a se chamar ramal de Campista. Os trens de passageiros rodaram até o final dos anos 1960. A linha, ainda parcialmente assentada em diversos trechos em 1996, nunca foi oficialmente suprimida. HISTORICO DA LINHA: A ESTAÇÃO: A estação de São João da Barra foi a última a ser inaugurada no ramal, entregue até Atafona em 1897, e passou a ser sua estação terminal. Já existia em 1906, mas não consegui achar sua data de abertura. Nesse ano, a imprensa registrava de forma irônica a precariedade do prédio então existente: "Olhai bem a plataforma esburacada, cheia de altos e baixos, a cobertura de zinco furado, sob que figura a sineta, provavelmente rachada. Admirai a elegante varanda de balaústres a machado, as severas linhas architectonicas periclitando, cai não cai, sobre a estacaria podre. Por fim, pensae nisto: trata-se da importante cidade de São João da Barra e de uma estação que todos os dias tem não pequeno movimento de passageiros... Quanto à Leopoldina, dá gordos dividendos aos seus accionistas de Londres" (O Malho, 1/12/1906). Em 1962, nos domingos, o trem partia da estação de Campos às 5:45 da manhã e chegava a São João da Barra às 7:29. O prédio atual, embora pouco maior do que o inicial de madeira, criticado em 1906, foi construído mais tarde em alvenaria, mas também não consegui ter uma data para esta construção. A estação fica dentro da cidade de São João da Barra. ACIMA: A primitiva estação de São João da Barra, em 1906. A revista que publicou esta foto falava jocosamente do prédio, ironicamente criticando a sua fragilidade - era, ao que tudo indica, um casebre de madeira: "Que pensam os leitores que é isto? Uma casa de seringueiro no Acre? (...) Pois não é nada disso: é pura e simplesmente a estação de São João da Barra, da Leopoldina Railway Company" (O Malho, 01/12/1906). ABAIXO: A vila de São João da Barra por volta de 1915. É possível (mas não é conclusivo) que a estação seja o prédio que aparece do lado esquerdo, quase em frente ao caminho de terra que aparece também à esquerda, mais abaixo, na fotografia, indo debaixo para cima na mesma (A Careta, edição não identificada, certamente por volta de 1915). Fonte: www.estacoesferroviarias.com.br/efl.../sjoao.htm Foto: A estação quando era uma Delegacia de Polícia. Fonte: www.estacoesferroviarias.com.br Foto: Estação de Barcelos, 6º Distrito de São João da Barra. Fonte: www.estacoesferroviarias.com.br Foto: Pequeno terminal de Martins Laje. Fonte: www.estacoesferroviarias.com.br foto: Estação de Campos por volta de 1910 e que tinha o entroncamento para São João da Barra. Fonte: www.estacoesferroviarias.com.br

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro André,
Entre em contato com o responsável pelo site estacoesferroviarias, o Ralph, ele com certeza ajudará no que for possível.
Abs
Angeline Coimbra