domingo, 29 de novembro de 2009

LAGOA DO AÇU - A RIQUEZA DA AVIFAUNA NATIVA E MIGRATÓRIA É RELATADA EM TRABALHO CIENTÍFICO DA UENF

Foto: Gaivota-de-capuz-cinza (AMEAÇADA DE EXTINÇÃO). Fonte: wikiaves.
Espécie: Chroicocephalus cirrocephalus (Vieillot, 1818) Nome em português: gaivota-de-cabeça-cinza Nome em inglês: Grey-headed Gull Assunto(s): Ave Sexo: Indeterminado Idade: Adulto Autor: Cláudio Dias Timm Local: Costa Atlântica - Tavares/RS Feita em: 30/08/2009 Publicada em: 06/09/2009 Câmera: DSC-H50 Observação do autor: Plumagem nupcial.
DINÂMICA DA AVIFAUNA DA LAGOA DO AÇU, NORTE FLUMINENSE, RJ. Nélia Paula Freesz; Ronaldo Novelli; Luis Sérgio de Araújo Cordeiro Junior, Alunos de Graduação; Professor Associado do Laboratório de Ciências Ambientais, Centro de Biociências e Biotecnologia, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, CEP 28015-820, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. E-mail: neliapaulaf@yahoo.com Introdução As lagoas costeiras são importantes componentes da paisagem na região Norte Fluminense. Constituem-se em ricos ambientes nos quais ocorrem complexos processos ecológicos, funcionando também como locais de reprodução e proteção de espécies aquáticas e semi-aquáticas; dentre as quais se encontram diversas espécies de aves. As aves constituem um dos grupos mais bem estudados do ponto de vista ecológico e taxonômico. São comumente utilizadas como bioindicadores, na identificação de áreas de endemismo e daquelas prioritárias para conservação (Eken, 2004). A análise detalhada da avifauna de áreas úmidas e o conhecimento dos padrões de sazonalidade dentro destes ecossistemas são de grande interesse para a conservação dos mesmos. Objetivo Avaliar a diversidade e a composição da avifauna da Lagoa do Açu, Norte Fluminense, RJ. ÁREA DE ESTUDO A lagoa do Açu (Fig.1) localiza-se em uma área de planície costeira da Região Norte Fluminense, fazendo divisa com dois municípios desta região: Campos dos Goytacazes e São João da Barra (21o 55' S e 40o 59' W). Ela possui, aproximadamente, 13 Km de extensão e um canal de 5 a 10 m de largura. A profundidade máxima varia de 2 a 3 m onde antes se encontrava o antigo leito do rio do Açu do qual se originou este ecossistema (Marques, 2002). Atualmente, a Lagoa do Açu é classificada como uma lagoa de restinga, separada do mar por uma estreita faixa de areia denominada barra (Bidegain et al., 2002). Neste cenário composto por restinga e mangue, podem ser encontradas espécies como: Cereus fernambucensis, Bromelia anthiacanta, Aechenia nudicaullis, Coccoloba coccoloba, Schinus terembitilifolius, Eugenia uniflora, Ipomea imperatis, Panicum racemosus, Remiria maritima, Laguncularia racemosa, Rhizophora mangle, Avicennia germinans e Conocarpus erectus. Material e Métodos O método de amostragem foi pontual sem estimativa de distância entre a ave e o observador. Baseado em um mapa detalhado da região, com coordenadas em UTM, a Lagoa foi dividida em quatro quadrantes. Durante o período de abril/2004 a março/2005 foram sorteados 2 pontos de contato por quadrante na margem direita da lagoa, totalizando 96 amostragens.ano-1. A Lagoa foi percorrida com o auxílio de barco inflável equipado com motor Mercury 25HP e a localização dos pontos foi feita através da utilização de GPS Garmim. Em cada ponto de contato, a observação foi realizada no tempo de 15 minutos numa área virtual de 10.000 m2 (4lw, onde l = metade do comprimento do ponto observado, w = metade da largura do ponto observado, com o pesquisador no centro). Todas as saídas de campo foram realizadas no período da manhã a partir das 5 h e 30 min por ser o horário em que geralmente as aves se encontram mais ativas. As aves foram registradas visualmente com auxílio de binóculo 10 x 50 (TASCO) e, quando não foi possível a identificação no campo, utilizou-se uma filmadora digital SONY para que posteriormente, no laboratório, fosse feita a identificação baseada em bibliografia especializada. Resultados e Discussão Foram identificadas 58 espécies distribuídas em 11 ordens, 22 famílias e 54 gêneros. Dentre as espécies observadas, cabe destacar a ocorrência de várias espécies migratórias setentrionais (Sick, 1997): Pluvialis squatarola, Charadrius semipalmatus, Tringa melanoleuca, Tringa flavipes, Arenaria interpres, Hirundo rústica. Digna de menção, é também a ocorrência de Chroicocephalus cirrocephalus, espécie presente na Lista da Fauna Ameaçada de Extinção do Estado do Rio de Janeiro sob a categoria de provavelmente ameaçada (Bergallo et al, 2000). Observou-se menor número de espécies no bimestre de abril-maio/2004 devido à migração de Tringa melanoleuca, Tringa flavipes, Charadrius semipalmatus e Arenaria interpres. Quanto à distribuição mensal do número de indivíduos, ocorreu influências devido ao grande número de aves migratórias; apresentando 522, 740, 703 e 784 indivíduos nos meses de outubro, novembro, janeiro e fevereiro respectivamente. As espécies mais abundantes, nos meses citados, foram: Tringa melanoleuca e Tringa flavipes. A curva acumulativa de novas espécies apresentou uma tendência à estabilização a partir de janeiro/2005 com um total de 56 espécies, variando até 58 em março/2005. No período de maior temperatura e precipitação, observou-se uma maior ocorrência de indivíduos provavelmente relacionado ao aumento do foto-período. Este estudo servirá de base de sustentação de dados para futuros monitoramentos bem como para implantação de projetos de preservação para esse ecossistema. Referências Bibliográficas BERGALLO, H.G et al. A Fauna Ameaçada de Extinção do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro Editora UERG, 2000. BIDEGAIN, P.; BIZERRIL, C.; SOFFIATI, A., 2002. Lagoas do Norte Fluminense, Perfil Ambiental. SEMADS, Rio de Janeiro, 148p. EKEN; G.; BENNUN; L.; BROOKS; T.M.; DARWALL; D.; FISHPOOl; L.D.C.; FOSTER; M.; KNOX; D.;LANGHAMMER; P.; MATIKU; P.; RADFORD; E.; SALAMAN; P.; SECHREST; W.; SMITH; M.L.;SPECTOR; S.; TORDOFF; A. 2004. Key Biodiversity Areas as Site Conservation Targets . BioScience 54: 1110-1118. MARQUES,A.B., 2002. Biologia reprodutiva do bagre Genidens genidens (Valenciennes, 1839) na Barrra da Lagoa do Açu, Norte do Estado do Rio de Janeiro, RJ. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF – Campos dos Goytacazes, RJ, 86p SICK, H. Ornitologia Brasileira. 2 ed. Rio de Janeiro; Editora Nova Fronteira, 1997. (Agradecimentos: UFRRJ; Apoio: UENF)

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